Capítulo 08

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Elizabeth preparava um chá, sentada a mesa e com a mão direita sob o queixo, Sarah parecia desanimada, mas na verdade estava triste, tinha tudo para ser uma noite perfeita, e não era culpa de Sam, Ross houvera provocado tudo aquilo.

- Então, o filho dos Becker foi o responsável por tudo isso? - perguntou Elizabeth.

- Sim, isso mesmo, todos nós vimos o que aconteceu... - responderá uma desanimada Sarah.

Elizabeth serve duas xícaras de chá, uma para si mesma e outra para Sarah, mas Sarah parecia sem vontade de ao menos degustar.

- Não vai tomar o chá, querida? - Indagou Elizabeth.

- Vou, é que eu me sinto tão culpada, sabe? Namorei o Ross por tanto tempo e... - dizia Sarah ao ser interrompida pela mãe de Sam.

Elizabeth segura a mão de Sarah, que por sua vez a olha friamente.

- Não foi sua culpa, você não sabia, além do mais, você esteve do lado do Sam o tempo inteiro nas últimas semanas, não percebeu que ele só foi ao baile por causa de você? - continuou Elizabeth - Ele estava tão bonito, tão ansioso, não parava de falar de você...

Sarah se impressionou com a frieza de Elizabeth, Sam havia acabado de ter uma crise intensa e ela não demonstrava surpresa.

- Senhora Jones, me desculpe a pergunta, mas a senhora não se sente mal por isso?

- Olha Sarah, a cada crise que o Sam tem desde que era uma criança, eu fico mal... Mas não me surpreende que algo assim pudesse acontecer... - continuou Elizabeth - estou feliz na verdade, desde que te conheceu, ele evoluiu tanto, se arriscou ir até mesmo a uma festa escolar, aos poucos ele vai descobrindo que ele pode fazer o que quiser!

A explicação de Elizabeth foi convincente e Sarah pode até mesmo concordar e então, deu um golada na xícara de chá.

- Sabe, tudo foi tão perfeito... Desde o convite, ele me trouxe rosas, segurou a minha mão e me convidou - Sarah sorria - Indo para o baile ele segurou minha mão, e lá chegou até a dançar comigo, dançamos juntos um ao outro, nunca estivemos tão próximos e ele estava lindo de Smoking.

Elizabeth olhará com um sorriso malicioso, ela percebia o que estava acontecendo.

- Tudo no Sam é tão incrível... Honestidade enlouquecedora, amor incondicional, inteligência sem limites, uma beleza que não se limita somente ao físico, mas sim ao interior, e quando estou com ele, tudo parece um mar de rosas, eu sinto que tenho que aproveitar a cada momento antes de terminar o dia e eu ter que vê-lo só no próximo... - desabafou Sarah.

- Sarah, parece que você acabou de perceber que não vê o Sam somente como um amigo... - sugeriu Elizabeth.

- Não senhora Jones, eu acho que... - Foi interrompida Sarah.

- Querida, eu já senti isso antes, quando eu e o Carl éramos jovens, tudo parecia não ter limites, começamos sendo amigos e logo nos apaixonamos, 30 anos de casados... - continuou Elizabeth - eu não vou interferir nos seus sentimentos, o Sam tem autismo, mas é um ser humano, normal, como qualquer outro, ele pode se apaixonar, pode namorar... Só precisa de adaptação, e se você sentir algo por ele, deixe que aconteça, garanto que não faltará amor e muita honestidade!

Sarah sorriu.

- Obrigado senhora Jones!

Sarah terminará sua xícara de chá, olhou para o relógio e viu a hora.

- Preciso ir senhora Jones, o chá estava uma delícia, está muito tarde, eu ia dormir na casa da Maggie, mas depois de tudo isso, vou pra casa.

- Eu até levaria você pra casa, mas vou insistir que durma aqui hoje... O Sam teve uma crise intensa, ele deve estar muito mal no quarto dele, talvez se você ficar por aqui, ele irá esquecer isso mais rápido. - sugeriu Elizabeth.

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