As luzes solares refletiam calorosamente sob o Parque municipal de Greenfield. O tempo era propicio para atividades como esporte e lazer. Carl e Elizabeth estavam sentados em um banco de mármore olhando Charlie e Sam brincarem na gangorra.
- Sam, o que você acha que nós seremos quando crescer? - perguntou Charlie.
O pequeno Sam colocou o dedo na boca enquanto era erguido pelo peso de seu irmão no lado oposto do brinquedo.
- Fala comigo irmãozinho - insistiu Charlie - você sabe que pode falar tudo comigo, né?
Ainda com o dedo na boca, Sam passou a refletir.
- Eu quero ser uma criança que nem as outras... - fechará o semblante Sam.
Charlie então levemente cedeu seu peso, fazendo com que Sam pudesse se abaixar e deixar o brinquedo. Ele então foi até seu irmão mais novo e tocou em seus ombros.
- Mas você é uma criança como as outras, porque acha que não? - Indagou o pequeno Charlie.
Com o mesmo olhar cabisbaixo de sempre, Sam olhou para Charlie.
- Porque as outras crianças não brincam comigo, elas dizem que eu sou muito calado e que as mães delas pediram para elas não brincarem com uma criança estranha... - Lamentou Sam.
Charlie fechará o semblante, ele era somente um ano mais velho que Sam, mas se preocupava com o irmão mais do que com si próprio.
- Você não é estranho irmãozinho, estranho são as mães deles - pontuou Charlie - e se as outras crianças não querem brincar com você, eu vou brincar com você pra sempre, tá bom?
Com olhares profundos, Sam demonstrou sua felicidade para Charlie com um sorriso resplandecente e aconchegante.
- Uhum - respondeu um tímido Sam.
Charlie abraçou seu irmão e deu um beijo na bochecha dele. De longe, Carl e Elizabeth olhavam sorridentes o amor e amizade que seus filhos mantinham entre si. Charlie então passou a mão sobre os macios cabelos de Sam.
- Vamos no balanço? Não podemos olhar as estrelas, mas vamos tentar olhar o sol! - Exclamou Charlie.
Sam então saiu correndo sorridente com suas mãos entrelaçadas. Entre gargalhadas de felicidades que demonstravam a pureza de duas crianças se divertindo, os pequenos Sam e Charlie começaram a se balançar, olhando um pro outro e sorrindo copiosamente. Os cabelos loiros de Charlie se movimentam conforme a suave brisa do vento.
- Olha só para esses dois, tão pequenos, tão felizes... - balbuciou Carl.
Elizabeth sorriu.
- Meus meninos lindos... Eu sou a mãe mais feliz do mundo.
Carl e Elizabeth se olharam e seus olhos se encontraram por um momento regado a felicidade com o requinte suave dos raios de sol que pairavam sob o Parque municipal de Greenfield. Com um arquear de sobrancelhas, seus rostos se aproximaram e eles deram um beijo sutil e suave como a brisa gostosa e reconfortante que aquela tarde lhe proporcionará.
Entre gargalhadas movidas a diversão, Sam e Charlie pararam de se balançar, mantendo-se inertes no brinquedo.
- Irmão, posso te perguntar uma coisa? - Indagou Sam.
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Stand by me
RomanceApós perder seu irmão em um trágico acidente de carro, Sam, um jovem autista e morador de uma pequena cidade do interior precisa aprender a lidar sozinho com o bullying, o preconceito e as dificuldades de seu último ano letivo escolar. Em meio ao ca...