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Aguero nem compreendia mais aqueles sons saindo da boca das pessoas que estavam no tribunal, finalmente retornou para o presente escapando de seu terrível transe após ser chamado consecutivas vezes por Pandit.

—Sim? —ele disse recompondo-se, ajeitando a postura e passando a palma de sua mão direita da testa limpando as gotas de suor que escorreram por sua testa.

—Está tudo bem? —a advogada perguntou com feição preocupada.

—Tudo certo. —o azulado proferiu, apesar de sua expressão corporal mostrar o contrário, ele passava ambas as mãos pela calça de seu paletó e seu rosto muito abatido conseguia obter tons mais pálidos dos que os já habituais.

—Bem, ao menos pode comemorar que ganhamos essa causa. —ela se levantou da cadeira.

—Isso é ótimo. —sorriu um forçado. —Obrigado. —também levantou-se.

O menino saiu, junto a algumas outras pessoas, e caminhou até o carro, entrou no banco do motorista e apoiou sua testa no volante e suspirou fortemente, retendo todo seu mal estar e buscando centralizar sua mente novamente.

Era incrivelmente difícil para ele, perceber o quanto era afetado por esse tipo de situação e memória perturbadora.

Extravasou o mínimo de sua frustração esmurrando o espaço do banco ao lado de suas coxas finas, até finalmente sentir-se estável para dirigir e seu retorno para o apartamento.

[***]

A manhã do sábado de Khun foi uma das mais tranquilas dos últimos tempos, onde conseguiu dormir mais de seis horas seguidas, e despertou calmamente sem nenhum som desagradavel vindo de seu celular ou devido a um sonho amargo.

Ele ergueu seu tronco ficando sentado na cama enquanto cobria os olhos com a mão impedindo a claridade que entrava pelas frestas da persiana chegar aos seus olhos diretamente.

Quando sua pupila já tinha se acostumado com a luminosidade do local e seu cérebro estava um pouco mais ligado ele pegou o celular que estava no criado mudo ao lado de sua cama, que por sua vez era de casal, mas já que era solteiro dormia no centro dela, assim teve que deslocar-se um pouco até a região esquerda para pegar seu dispositivo móvel.

Ligou-o, o fundo da sua tela de bloqueio era simples, uma cor sólida azul naval. Ele observou que apesar de ter descansado bastante ainda era cedo, hoje era seu dia de folga e decidiu ficar deitado até a hora que seu compromisso o chamasse.

Pegou o controle remoto da televisão que estava no criado mudo da direita e ligou a TV, temendo que pela falta de uso nem ligasse mais.

Às vezes o consumismo de Agnis poderia ser alto, e sua parte empreendedora ser descartada, pois tinha uma casa perfeitamente mobiliada, mas em sua própria visão não tinha porque, já que nem ficava nela ou algo do tipo. Suas duas TVs nunca eram ligadas, fogão em sua cozinha nunca viu uma panela, e essas nunca viram um alimento, alimento na casa de Kuhn era escasso sua geladeira tinha algumas bebidas e no freezer algumas comidas congeladas, o melhor investimento que ele poderia ter feito para o ritmo de sua vida atual foi o microondas.

As horas foram correndo lentamente, devido ao tédio de estar assistindo programas que não o interessavam, tudo o que fez vendo aquilo foi xingar e reclamar.

Ao olhar novamente o horário pela décima vez em uma hora, chegou a conclusão que enrolar a cama e fazer preguiça não era algo possível, nem sabia mais como fazer isso, assim, levantou-se e seguiu para o banheiro para banhar-se e se arrumar para sair.

Eu Vou Te Salvar-{Khun x Baam}Onde histórias criam vida. Descubra agora