O garoto de cabelos castanhos segurava sua túnica branca como se sua vida dependesse disso, suas pernas pareciam que não iriam aguentar muito mais tempo de pé no palco de madeira.
Em sua mente nada parecia fazer muito sentido, ele não compreendia ao certo onde estava, mas sabia que algo ruim o esperava à frente. Ele estava zonzo, o som da leiloeira falando não conseguia ser assimilado, e sua visão estava turva, as pessoas mascaradas não tinham definição em seu ponto de vista, até mesmo perspectiva parecia falha, uma vez que de tempos em tempos tinha a sensação da plateia vindo para cima de si. As luzes fortes dos holofotes refletindo em sua pele só não totalmente pálida pela presença de maquiagem em suas bochechas e lábios. A única imagem, que sem nenhum motivo aparente, surgia em seu consciente era a de Khun.
Sua venda foi anunciada pela voz estridente de Yura, Baam pareceu entender o que isso significava, por isso sua feição confusa modificou-se para algo melancólico, o brilho em sua íris desapareceu, mesmo todos os refletores apontados a ele não conseguiam dar-lhe um aspecto de saúde.
Um homem com torso malhado chamou-o para coxia, ele foi como um zumbi. Lá o que mais tinha eram crianças e adolescentes amontoados, alguns aos prantos desesperados, outros conformados; o moreno conseguiu um espaço próximo a parede e permitiu-se deixar suas pernas amolecerem e sentou no chão com o corpo ainda trêmulo. Ele respirou algumas vezes, mas o nó em seu estômago parecia não querer ir embora.
A última "mercadoria" da noite foi um garoto, de mais ou menos 15 anos, extremamente magro e alto, em outras circunstância poderia ter se tornado um idol ou um modelo. Sua vez não durou nem cinco minutos, nenhum lance nele ocorreu, todos no auditório pareciam desanimados após o duelo anterior.
O leilão foi dado oficialmente como terminado, os convidados moveram-se para o salão principal, onde serviam drinks de luxo e coquetéis.
Ao mesmo tempo que os ricos e esnobes aproveitavam felizes suas bebidas felizes com suas novas aquisições os camarotes faziam-se agitados, eram funcionários correndo e gritando para todos os lados para organizar os vendidos nas saídas específicas de cada comprador, ou seja levavam aqueles que foram leiloados em grupos para seus donos os retirarem ao final da festa, após o pagamento é claro.
Os empregados não eram nenhum pouco gentis, para que seus trabalhos fossem o mais rápido possível empurravam, sem machucar muito ou deixar marcas de médio e longo prazo na pele dos produtos.
O mais caro da noite deixou ser levado sem reclamações, não deu trabalho a ninguém, mesmo que estivesse com muito medo. Ele foi colocado em uma salinha próximo a um gigantesco portão de ferro juntamente a outras figuras.
Ele escutou um choro infantil, e viu encolhendo-se em em uma quina uma garotinha de cabelos esverdeados, um lapso de memória sobre o dia que assustou-se com a chuva e desceu colina sem saber exatamente o que buscava cheio de medo em com lágrimas correndo por suas bochechas como cachoeiras, mas surgiu à sua frente uma mão amiga para ajudar-lhe, e ele certamente era grato por aquilo, surgiu dentro dele. Respirou algumas vezes tentando acalmar seu próprio medo e caminhou até a pequena, delicadamente chamou-a com sua voz doce.
—Oi. —ele com leveza mexeu nos fios esverdeados buscando sua atenção. —O que foi?
Ela o olhou e suas pupilas redondas e dilatadas já disse tudo, medo.
—Está assustada, né? —Baam falou e ela acenou afirmativamente. —Eu também estou um pouco assustado. —confessou, desta maneira ela deu toda a atenção para ele. —Mas estou confiante que vai dar tudo certo. Temos que nos manter positivos. —ele sorriu, deu seu melhor para parecer natural, mas ficou tenso.
A menininha uniu sua pequena mão a do outro, e apertou com toda a sua força, continuou tremendo, mas as lágrimas cessaram por um tempo.
Alguns minutos mais tarde uma cabeleira loira amarrada formando um rabo entrou no cômodo deixando todos alerta, especialmente o de olhos âmbar, que repentinamente levantou-se de onde estava.
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Eu Vou Te Salvar-{Khun x Baam}
FanfictionGêmeos, Maria e Aguero Agnis, eram jovens lindos, reconhecidos por sua beleza até mesmo por sua própria família, mas um tio, homem amável, muito alegre e brincalhão, elogiava principalmente Agnis, Maria, vendo que todos, inclusive o tio, gostavam ta...