As duas semanas seguintes foram muito atarefadas e passaram como um intenso borrão, o momento mais esperado por Tessa tinha finalmente acabado de acontecer, seu noivado havida sido exibido no diário oficial de Denalhia e havia recebido toda atenção necessária, este era o noivado mais interessante de todos durante essa temporada, e mesmo que por algumas pessoas ela fosse considerada uma moça ambiciosa, por outros ela era vista como o grande diamante da temporada. Isso não a incomodava, nenhuma pessoa no mundo havida conseguido realizar a proeza de agradar na mesma proporção todos os membros da sociedade, então por que ela haveria de se preocupar?
Os preparativos para o casamento corriam em máxima velocidade e depois de três visitas à costureira todo o seu enxoval estava pronto. A maioria das camisolas eram brancas e sua mãe havia dito em algum momento que era para que sempre ficasse claro ao seu futuro marido a sua pureza.
Desde o baile das luzes flutuantes a Tessa e o Ház não haviam se falado nem uma única vez, ela jurava que ele estava novamente irritado com ela mas na verdade ele não queria mais testemunhar tudo pelo que ela iria passar. Quanto menos soubesse a respeito das núpcias iminentes dela, menos se sentiria culpado quando aquele castelo de areia desmoronasse.
A família estava muito animada, para os irmãos era motivo de comemoração por que ela era a primeira dentre eles a entrar em matrimonio e para os pais era uma sensação boa de ter preparado de maneira correta a sua filha para o mundo.
O duque havia ido passar a tarde na casa Clarke para conversar com o pai de sua noiva a respeito do dote que receberia, que a propósito era uma generosa quantia cheio de dígitos. Um caçador de fortunas ficaria imensamente feliz ao receber a quantia.
O senhor Clarke estava passando muito tempo em seu escritório nos últimos dias e segundo o Henri ele trabalhava em algo extremamente sigiloso, algo que nem mesmo ele, sendo o filho mais velho tinha acesso. O pai deles sempre colocava seu filho mais velho inteirado de todo e qualquer assunto relacionado aos negócios pois ele seria o próximo conde Clarke, mas toda vez que o Henri tocava no assunto deste negócio completamente misterioso o pai lhe dizia que não era nada que precisasse da atenção de duas pessoas e sempre ficava por isso mesmo. Ele sem perguntar novamente e o pai sem comentar a respeito.
A Evie sugeriu algumas vezes que ele simplesmente bisbilhotasse e descobrisse de uma vez por todas de que se tratava, Tessa tinha concordado com ela ,mas o Henri fora totalmente contra, ele não iria invadir a privacidade do pai e proibiu que qualquer um dos irmãos mais novos cogitasse a possibilidade de fazer isso.
Seu pai tinha saído e estava demorando para retornar e como este nunca havia sido seu costume todos já estavam bastante preocupados. Pela primeira vez em semanas Tessa viu Ház entrar em sua casa, bom pelo menos essa era a primeira vez em que ele o fazia sem querer saber se ela estaria presente. Quando ela olhou para ele e viu o espanto em seus olhos percebeu que os próximos minutos seriam os piores de toda a sua vida.
— Eu sinto muito, sinto muito mesmo eu não consegui impedir. — Ele se justificou e antes que ela pudesse perguntar o motivo disso alguns homens entram segurando o seu pai desacordado e completamente ensanguentado, a partir desse momento tudo o que ela ouviu fora o grito agonizante de sua mãe e todos os seus irmãos chorando desesperados. Ela não conseguia sair do lugar, simplesmente sentia as lagrimas quentes rolando pelo seu rosto e se sentiu saindo de orbita, não conseguia reagir ou fazer com que seu corpo se movesse por mais que tentasse. Ela começou a pensar em todos os momentos que tinha tido com o pai, mas para ela não tinha sido tempo suficiente, ela não podia perdê-lo, não agora.
E no entanto havia perdido.
— O que aconteceu? Me responde, o que aconteceu? — O Henri tinha empurrado o Ház que havia permanecido calado o tempo inteiro. A culpa lhe corroendo até a alma.
— Eu estava voltando pra casa e vi o seu pai conversando com dois homens, eu juro que no momento em que eu percebi que não era uma conversa amigável eu tentei alcançá-los mas não consegui, um deles puxou uma arma e atirou. Não consegui nem ver quem eles eram. — O Ház falou e deu para notar que ele se sentia culpado por ter demorado tanto para perceber que havia algo errado e o pior de tudo é que naquele momento o Henri também o culpou.
— Você poderia ter evitado isso, podia ter ajudado ele. — O Ház não reagiu, escutou todas as palavras amarguradas e não rebateu. Ele também concordava com tudo o que o que estava ouvindo, e só pensava em como fora estupido de não ter notado antes.
— Ele não teve culpa alguma, Henri. E você sabe disso, só quer ter alguém a quem culpar. — O Bruce disse entre lágrimas e o Henri concordou. Ele era o mais próximo do pai, ver o homem que ele mais admirava inerte deixou não só ao Henri, mas a todos com o coração inteiramente partido, e essa parte quebrada Tessa sabia que jamais seria restaurada.
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O conde de Lukewood - volume 1 os Clarkes
عاطفيةO conde Ház de Lukewood havia se mantido longe de Denalhia por cinco anos, mas para ele este tempo não foi o suficiente. A temporada casamenteira de 1813 o forçou a retornar a seu lar de origem. Gostava e acreditar que conseguia compreender perfeita...