Magnetismo

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Escutamos alguém chamar a Ryujin e nos separamos rápido, ambas olhando para a frente. Nossa, como eu estava envergonhada meu rosto queimava "eu quase beijei minha melhor amiga" minha única amiga...ah que se exploda eu queria. Porém, o que era isso que eu estava sentindo, meu coração estava disparado. Peguei meu copo e fui virando de uma vez em uma tentativa de acalmá-lo. Era algo como refrigerante e tinha gosto de azul? Não sei se faz sentido. Mantive a atenção a minha frente, parada enquanto escutava uma voz feminina se aproximar.

– Ryujin! Oi, é você mesmo? Claro que é! reconheceria em qualquer lugar esse rosto perfeito – Era Lia, uma colega de classe à qual Ryujin já me contara que beijou em alguma dessas festas, espremia um pouco os olhos e parecia muito risonha e um pouco cambaleante, se sentou ao lado da Loira e envolveu seu pescoço com um dos braços – Vamos dançar? – Falou já se levantando. Nossa, ela não parava quieta.

Minha melhor amiga olhou pra Lia e depois para mim e falou

– Só vou se a Yeji for também, hoje ela é minha acompanhante. – Piscou para mim e estendeu a mão, isso me deixou um pouco nervosa, mas também tirou um pouco da tensão que tinha ficado após o quase beijo.

Lia percebendo, só naquele momento, que eu estava ali, acena e diz

–Ah, oi Yeji, não tinha te visto, desculpa. Claro que ela pode, só quero dançar. ­– uma música tinha acabado de começar. – VAMOS GENTE ESSA É MINHA MÚSICA! – Lia puxou Ryujin, que agarrou minha mão.

Logo estávamos na pista de dança. Essa que estava abarrotada de gente descendo até o chão e se esfregando. Estava escuro, mas eu podia vê-la através dos poucos flashes coloridos, ela também me olhava. A batida era constante, e bem sensual, o que - segundo do álcool em minhas veias - era sinônimo de dançar, mas acho que não só para mim já que Lia também começou a rebolar sensualmente atras da Loira que me olhava - pude notar um pouco de apreensão em seus olhos – a morena colocou as mãos na cintura dela seguindo as batidas da música fazendo minha amiga mexer também, naquela altura da noite eu já não tinha escrúpulo algum. E esse foi meu terceiro erro da noite. Me juntei as duas, de frente a Ryujin envolvi meus braços em seu pescoço colando nossos corpos, e a olhei penetrante bem de perto expressei um sorriso descarado, não sei de onde veio isso, mas naquela hora eu senti vontade de possui-la, de tê-la. Nossos quadris colados se mexiam em sincronia, mal percebi que Lia já não estava mais atras, meus dedos passaram por entre os fios do seu cabelo lentamente, enquanto as mãos dela se moviam para minha cintura e apertavam firme nos aproximando mais - como se fosse possível - isso tudo era tão gostoso, sentir o toque dela.

Atraídas como imãs.

Eu já não aguentava só aquilo, eu precisava de mais, quando estava prestes a tomar uma atitude, ela parou nossos movimentos chegou bem perto do meu pescoço, e com os lábios roçando o lóbulo da minha orelha esquerda, sussurrou:

– Vem comigo – com a voz rouca. Eu assenti com um balançar de cabeça. Logo entrelaçou nossos dedos, e me levou para o andar de cima. Eu estava amando ser puxada por aí, não vou reclamar. Ela abriu a primeira porta que viu, parecia urgente, e eu compartilhava do mesmo sentimento, eu me sentia em êxtase e queria descobrir o que mais era possível sentir com ela.

Entramos e a porta foi fechada atras de mim bastou o tempo de escutar a porta fechar e virar o rosto pra trás em reflexo e já pude sentir minhas costas baterem contra a porta, nossos corpos pressionados de novo, mas agora sem música, só era possível ouvir nossas respirações pesadas, batendo uma contra a outra, com o seu corpo pressionado no meu me senti ...encurralada, e eu gostei disso? Amei! sentia que ela me queria tanto quanto eu. E naquele momento eu joguei mais um problema pra Yeji do futuro segurei com as duas mãos ao rosto dela e selei nossos lábios, no começo foi só um encostar de lábios apreciei a textura, eram tão macios, respirei profundamente me inebriando com seu perfume – me era tão familiar mas agora parecia tão diferente – senti meu corpo amolecer em seus braços. Não durou muito, ela pediu passagem com a língua e eu cedi, acho que nunca negaria. A língua dela era tão gostosa contra a minha, o beijo foi se aprofundando cada vez mais, até perdermos o folego, logo beijos foram distribuídos pelo meu pescoço, queixo e clavícula. Leves mordiscadas, chupões. Minhas mãos já se encontravam enfiadas em seu cabelo dando leves puxadas conforme a tensão subia, e as dela por todo meu corpo, passaram lentamente por toda lateral até parar na altura do quadril onde habilmente ela driblou a barra da minha regata e enfiou a mão, passando as unhas curtas tortuosamente, meu ventre gelou sem me deixar escolhas a não ser proferir um pequeno gemido, o qual parece ter sido um gatilho para ela, pois tirou minha blusa bem rápido depois disso, parou um instante e olhou pra mim, pro meu tronco. Ela estava ofegante, a boca vermelha, o cabelo bagunçado. Não sabia que dava para ela ficar mais bonita. Constatei, dava.

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