3° Lei de Newton pt.2

79 8 2
                                    


π


POV Yeji

Não nos movemos um centímetro depois que fechamos a porta do banheiro, eu tentava ajeitar a roupa recém colocada para que não parecesse que eu tinha feito algo suspeito, já Ryujin me observava com um sorriso bobo, respirei fundo para não esganar ou encher ela de beijos. Depois dela falar que me ama não consegui reagir de outra forma a não ser dizer que a amava também e enchê-la de beijos, terminamos o banho depois de muito sacrifício porque nenhuma das duas queria sair daquele momento, onde éramos só nós duas. Eu esperava nunca mais levar nenhum chamado robótico por fazer alguma coisa impropria de novo, mas lá tinha ido eu de novo, direto para os braços dela. Afinal, por Hermann Wheyl, onde eu estava com a cabeça ontem e hoje? Não parecia nada com algo que eu faria.

Ao invés de uma voz metalizada escutamos uma arranhada de garganta falsa claramente feita para chamar nossa atenção.

Era Lia com uma toalha nos ombros e de braços cruzados, ela cerrava os olhos em nossa direção. Ryujin não segurou a risada, enquanto eu corei imediatamente.

– Vocês não podiam demorar mais? – falou sarcástica. – Não dava pra fazer isso no quarto? – Ela passou pela gente abrindo a porta para entrar no banheiro e Ryujin ainda ria. – Não sei por que está rindo, sua escandalosa. – O último comentário de Lia fez a loira cessar o riso imediatamente, quase soltei uma gargalhada com a expressão dela. A menor logo fechou a porta nos deixando sozinhas novamente. Sabe-se lá a quanto tempo ela estava esperando, coitada.

Tentei me manter séria para que Ryujin não se sentisse envergonhada ou qualquer coisa parecida, mas acredito que ela também não se importou muito com aquilo.

– Yeji. – Ela chamou sorrindo de lado, mas tinha um certo hesito em sua voz. Engraçado, ela não hesitou ontem quando colocou a mã-... ­– Yeji? – Ela balançou os braços na frente do meu rosto para que eu a desse atenção. Eu estava realmente distraída com aquelas memorias.

– Sim. – Cocei a garganta tentando manter a postura. Essa que ela abalava só de respirar muito perto.

– Você não quer passar lá no refeitório comigo? – Ela disse contida. Por um momento cogitei ter visto um traço de vergonha em sua expressão. – Eu estou com fome, mas se não quiser podemos...

– Vamos sim. – Falei antes que ela terminasse sua frase. Esse era meu pretexto perfeito para falar com Chaeryoung antes que eu me perdesse na Ryujin de novo. – Eu só tenho que pegar uma coisa no quarto, tudo bem? Eu já te acompanho.

Ela assentiu e inesperadamente me deu um selinho, para só então mover-se escada baixo. Era assim que íamos nos despedir agora? De qualquer jeito, eu não me importaria nada em ser beijada por ela.

Ser objetiva estava ficando cada vez mais difícil depois de tanta coisa interferindo no meu emocional, contudo coloquei a máscara da confiança esperei Ryujin sumir no corredor e apressei o passo para subir os degraus e ir diretamente para a sala de reunião.

Não me importei em bater, sabia que Chae estava sozinha só achei estranho que ela mirava um dos displays em sua frente, mas seu olhar não parecia focar nele ou em qualquer outra coisa, estava perdido, preocupado. Me admirava Lia não estar grudada nela ainda, pelo jeito que tinha reagido a sua volta achei que ela tinha dado um jeito de se colar na extraterrestre.

– Então nada que atinja a segurança, né? – indaguei fechando a porta – Só talvez iniciar uma guerra com a maior autoridade do seu planeta, nada demais. – Ecoei a ironia pela sala chamando sua atenção. Ela estava sentada na única poltrona da mesa imponente que ficava no meio e ao fundo da sala.

Teste ROnde histórias criam vida. Descubra agora