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A teoria do caos está atrelada a inúmeros âmbitos da ciência. E ela diz que pequenas diferenças nas condições iniciais podem produzir resultados amplamente divergentes, tornando assim, a previsão ao longo prazo, impossível, no geral.
E então, advindo desse conceito, o efeito borboleta.
"Até mesmo o bater de asas de uma borboleta pode influenciar o curso natural das coisas e, assim, talvez criar um tufão do outro lado do mundo."
Dito, então, como a impossibilidade de prever fenômenos atmosféricos. A impossibilidade de prever.
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POV Yeji
Não conseguiria contar quantas vezes eu tinha acordado desorientada desde que vim parar nessa galáxia, nem se eu tivesse tentado em primeiro lugar. Dessa vez, em específico, eu duvidava se eu na verdade não me encontrava em outro plano.
Lembro-me claramente da minha queda daquele abismo, e eu não tinha amparo algum. Como eu poderia estar viva? Disso eu não lembrava. Porém, me lembrava nitidamente da minha última visão. E foi isso que me deu forças para conseguir abrir os olhos e levantar, não saber exatamente o fim que Ryujin teve.
Ergui meu tronco tão rápido que tive um teto preto. Antes que eu pudesse enxergar direito já pude escutar uma voz.
– Yeji? – era fácil reconhecer aquela voz. – Que bom que você acordou.
Dêjá vu. Uma epifania me atingiu por um momento, a semelhança com o primeiro momento que estive nesse planeta era assustadora.
– Yuna. – falei ainda tonta, e só então pude vê-la. – O que aconteceu? Onde está Ryujin? – perguntei sem rodeios.
– Elas se foram. – disse simples e robótica como o usual.
– Se foram? – franzi o cenho e permiti que o temor sobressaísse em minha voz.
– Não tenho certeza, mas acredito terem viajado para algum lugar perto do seu planeta de origem, isso se os cálculos estiverem corretos e-...
– Elas conseguiram. – a interrompi com um suspiro aliviado. – Ótimo.
Me joguei na cama e me pus a pensar por um momento, foi uma série de acontecimentos bem peculiares que antecederam o cenário atual. A vinda para essa galáxia, a perda da memória de Ryujin, nossa reaproximação e agora nosso afastamento súbito. Ainda tinha toda essa revolução acontecendo em que fomos inseridas, com a promessa de que teríamos as peças necessárias para que voltássemos para casa e... então, o dispositivo, de repente, aparece intacto nas mãos de Ryujin - como em um desenho animado bem antigo, talvez fumaças estivessem saindo por meus ouvidos agora. - Estaria Ryujin estranha no dia anterior ao ato, justamente, por saber que estava com meu dispositivo? Como aquilo teria parado com ela? Havia dedo da Chaeryeong ali, disso eu tinha certeza, sempre desconfiei de sua fala sobre o dispositivo ter desaparecido.
E pensar que agora eu poderia estar em meu planeta, com Ryujin e nada disso mais importaria. Porém, quando ela tentou me segurar para que nos transportássemos eu me neguei a deixar a ruiva morrer, e acabou que eu quase fui a vítima.
Saber que ela está segura realmente ameniza qualquer preocupação. Porém existem tantos outros questionamentos. Chaeryeong realmente tinha nos usado para chegar até a suprema só para falar com ela? Não fazia sentido algum. Qual era o ponto de todo aquele ato, se não a tal justiça pela qual tanto diziam prezar.
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Teste R
Teen FictionAno 2045. Yeji é filha de um grande cientista, e dele puxou muita coisa, a inexpressividade e a genialidade são algumas delas. A menina prodígio de 18 anos finalmente descobre a solução para o seu tão sonhado objetivo: Comunicação entre galáxias e a...