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─ 1996, Seattle, Washington ─
─ And you've got the music, you've got the music. In you, don't you? ─
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Chego na porta do meu apartamento tirando minhas botas sujas. Eu só uso elas, só tenho elas pois a merda do meu salário é péssimo, não consigo arrumar um trabalho descente que não é de garçonete; o que presta uma faculdade de advogada se não consigo nem um caso para solucionar?
Encosto a mão na maçaneta da porta, pondo a outra mão em meus bolsos, a procura da chave do apartamento.
Apoio com mais firmeza minha mão na maçaneta e a porta, se abre sozinha.
─ Mas que porra...
Eu tranquei a porta antes de sair de casa. Sai as cinco da tarde, agora são duas da manhã. Como a porta pode estar aberta?
A única coisa que se passa em minha mente são ladrões... Ou, meu namorado.
Não, acho que não... Não seria ele, ele está em Los Angeles e eu, aqui, em Seattle.
Seguro minha mochila nas mãos, pronta para o que vir a minha frente porém, ao entrar em casa me deparo com um cenário inusitado.
Meu namorado, jogado no sofá da sala. Ele mantém as pernas afastadas, com o dorso dos pés encostados no chão, os braços atirados para os lados do sofá; seu crânio recostado para trás, tendo cachos rebeldes e sua cartola cobrindo sua face, ao mesmo que ele fuma.
Que posição sexy!
Não me notando aqui, entro para dentro vagarosamente.
Meu namorado, parece atordoado com algo, preucupado e tem o olhar fixo no teto, com olhos fundos e místicos.
O que há com ele?
Encosto a porta de vagar, pousando minha mochila no chão. Sem reproduzir ruídos, caminho até ele e a sua frente, me sento em seu colo, ficando de cara com ele e passando a mão em meio do seu peitoral e ombros.
─ Slash? - O chamo, trazendo-o para o momento em que estamos.
Ele leva a visão até mim, sem mover o rosto, deixando a fumaça do cigarro passar por seus lábios atraentes.
─ Você está bem? - Pergunto caminhando minhas mãos a seu rosto, as passando por seu pescoço até alcançarem sua face. - Algo ocorreu?
─ Eu saí da porra da banda... - Sussurra, quase sem abrir os lábios.
