Sumido já havia 3 semanas, meu peito apertava-se cada vez mais. Eu não sabia exatamente o motivo, pois a única coisa que lhe perguntei era seu nome, então havia a péssima possibilidade de algo ter acontecido com ele.
Sentir uma paixão não correspondida (sim, aceitei ser uma paixão e não somente uma atração) por alguém e não poder nem ao menos trocar um cumprimento com esse alguém é uma sensação dolorosa. Não saber nem ao menos como ele é? É como uma facada no peito.
Decidi sair para me distrair. Fui em uma loja de jogos perto da minha casa procurar algo que me fizesse me esquecer de Josh. Porém, ao entrar na loja, me deparo com Allifer, o garoto bonito da minha turma. Sobressalto. Nunca imaginara o mesmo em uma loja como esta, e ele parecia tão concentrado, como uma criança.
Tento me aproximar e quem sabe dizer um oi. Meu coração podia pertencer ao Josh, mas Allifer realmente era um rapaz que me atraía. Ele, ao notar minha presença, saiu rapidamente do local e derrubou seu celular de seu bolso, cujo caiu como uma pena, inexistente e imperceptível.
Corri até onde estava seu celular, para assim devolvê-lo. Quando olhei para a tela de seu celular, vejo o jogo que costumo jogar com o Josh aberto e me surpreendo, paralisado, ao ler a coisa mais angustiante da minha vida. "Moon_Josh".
Sim, Allifer e Josh eram a mesma pessoa.
Meu coração e minha respiração aceleraram, eu não conseguia nem ao menos mexer meu corpo para levar o celular de Allifer (ou seria de Josh?) para ele.
Eu me sentia atraído por ambos sem saber que não existiam ambos, e sim um só? Eu me apaixonei pelo Allifer ou pelo Josh? Qual era realmente a índole dele? Popular e extrovertido como na escola? Gamer e reservado como em casa? Allifer? Josh?
Enquanto perguntas correram à solta pela minha cabeça, Allifer vem correndo em minha direção, logo após notar a ausência de seu celular.
Abaixei minha cabeça e devolvi seu celular, não consegui nem ao menos olhar aos olhos do mais novo, mas eu senti. Senti que o mesmo me encarava com preocupação em seu olhar. Provavelmente pela minha pele pálida e pelas minhas mãos trêmulas que seguravam seu celular anteriormente. Não resisti e saí correndo da loja mal conseguindo respirar.
Por que eu estava tremendo tanto? Eu não queria mais ir para o colégio. Ele não sabia que eu era a pessoa com quem ele jogava sempre, mas eu sim, e isso me deixava nervoso, como se eu estivesse mantendo um segredo.
. . .
Uma semana após o ocorrido, continuei indo para o colégio (mesmo contra minhas forças de vontade). Sempre olhando Allifer, sempre imaginando como ele era quando jogava, sempre questionando se quando ele virava Josh, virava outra pessoa também.
E, como o esperado, a paixão ia aumentando. Quanto mais eu lembrava que aquele garoto desejado sempre conversava comigo mesmo sem ele saber, quanto mais eu lembrava que eu sabia como ele era fora do colegial, quanto mais eu lembrava que esse garoto todo extrovertido sempre escrevia suas mensagens de maneira formal e atraentemente intelectual. Essas razões bobas faziam a paixão aumentar.
Mas nunca lhe falei que eu havia descobrido sua identidade, até porque ele parara de jogar.
Pelo menos era o que eu pensava...
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Não somos estranhos se nos conhecemos
Romansa"Não fale com estranhos na internet!" - Minha mãe me alertava quando eu era mais novo. Decidi bancar o adolescente rebelde e ignorar esse alerta (desculpa, mãe). Diego costumava jogar todo sábado a noite trancado em seu quarto, era uma rotina normal...