23.

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ALANA.

Demorou, mas chegou o dia de ir para Cabo Frio, na Segunda de manhã já voltávamos para curtir o Carnaval no Rio mesmo com as diversas festas, estávamos literalmente on para tudo.

Decidimos ir na Sexta de tarde, dava para curtir o Sábado e o Domingo todo. Assim que chegamos fomos direto para um mercado aqui em Cabo, compramos tudo que iríamos precisar, resumindo: carne e cachaça.

Carina veio com a gente, a gata tacou o foda-se para o Ptk e estava super bem com a presença dele ali toda hora, todo momento. Ele quem tomou um puta de um susto vendo ela, realmente não esperava.

- Nem me disse que ela voltou, não é? - Ptk disse irônico quando entrou na cozinha que só tinha eu fazendo uma caipirinha.

- Avisei que eu não iria me meter na sua vida depois de você ter ficado com a Lia depois de tudo que rolou com a Carina. Ali minha consideração caiu toda porque você me JUROU - dei ênfase - Que não iria ficar novamente depois do rolo todo que a Lia deu uma de emocionada, foi uma regra para manter o grupo.

- Te deixei bolada pra caralho com isso, hein pretinha? Foi mal, pô. Eu sou assim, todo errado, mas eu amo você, cara. Nesses dias aí que você se afastou, bateu uma saudade do caralho, até dos seus sermões - se aproximou dando um beijo na minha testa e eu não resistir.

- Para de ser todo errado - imitei ele - Não gosto de ver você desse jeito, se conserta e procura se resolver com a Cá, nenhum dos dois merece ficar assim.

- Virou amiga pra caralho dela, né? - concordei - Boa, boa pô. Ela é foda demais, merece!

O ódio que eu tinha desses dois ficarem nesse impasse me deixava puta. Ao mesmo tempo que tinham tudo para ficar juntos, tinham nada também.

Mas eu sinto que o Patrick tá acordando, tá mudando, tá se resolvendo pra ficar no papo limpo com ela. Os dois merecem uma boa conversa e uma tentativa longe de tudo que faz mal para eles. Não aceito não ser madrinha do casamento deles, é sobre e ponto final!

- Coé garota, só come, que isso... - Miguel me olhando - Veio toda interessada, fala sério.

Ele tinha razão, sentei perto dos meninos que estavam assando carne pra ter acesso as melhores e sempre quentinhas.

- Fui pega! - ri - Fica quieto, se não o Pedro me tira daqui, ele odeia quando fico comendo enquanto corta.

- Ih, deixa só ele voltar que você vai sair daqui em um minuto - implicou.

- Não seja chato, hein garoto. Você já passou dessa fase, agora é um homem bom, bom moço - ele riu negando com a cabeça.

- Tá viajando né? Tá comendo carne com molho de maconha? - gente, esse garoto é ridículo, dei uma ótima gargalhada com o que ele disse.

- Feio à beça, Deus me livre! - disse rindo ainda.

- Feia é você, só os cachinhos que se salvam - falou claramente mentindo.

- Eu? Meu amor, eu sou a mais linda que você já conheceu, se manca! - mandei beijo jogando meu cabelo pra trás.

- Ih alá, tô falando que esse molho colocaram maconha.

A gente continuou implicando um com o outro durante um tempão, parecia duas crianças conversando, juro! Nenhum dos dois dava o lugar pra parar e eu que não ia, a Marcelle que ficava encarando tudo de longe com um ar de riso, fiquei como sempre, fingindo que não via nada.

- Alana é muito filha da puta cara, não aguenta ver um churrasco que já vem pra perto querendo comer, espera chegar, cria - Pedro disse tirando a carne de perto e eu olhei pra ele com a minha cara mais linda de pidona - Olha isso, some garota.

- Você é muito malvado, não me deixa nem comer em paz - resmunguei levando e ouvir a risada do Miguel - Vocês são dois chatos e feios!

Dei o fora dali humilhando os pobres e fui sentar com as meninas que estavam fofocando da vida dos outros, misturou pagode, churrasco e fofoca, existe coisa melhor? Não!

- Lara, seu macho me expulsou de lá. Se você me ama, faz greve! - disse bem alto brincando para ele escutar.

- Ô amiga, entendo o motivo da expulsão, você lá é só prejuízo, não tava chegando carne aqui, cara - ela respondeu e eu coloquei a mão na boca extremamente chocada.

- A culpa toda é do chá de piroca do Pedro que deixou a minha amiga desnorteada, não tá pensando direito, tadinha... - abracei ela acariciando seu cabelo.

- Essa garota é suja demais, socorro! - Carina riu dando um gole na cerveja.

Com eles eu conseguia ficar mais leve, mesmo com todos os problemas. Fiquei ali bebendo, comendo muito, conversando, rindo e na troca de olhares com o Miguel de sempre. Ele falava do meu olhar, mas o dele me deixava toda desconfortável, eu sentia que ele me via por completo, por dentro e por fora, surreal é inexplicável.

Nosso casoOnde histórias criam vida. Descubra agora