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MIGUEL.

Acordei com a Alana mexendo no celular apoiado no meu peito, ela já estava em uma reunião e prestava atenção bem direitinho, tanto que nem percebeu que eu já tinha acordado.

- Bom dia, gatinha! - falei chamando a sua atenção - Home office?

- Bom diaaaaa! - se esticou me dando um beijo no queixo - Sim, essa semana toda vai ser assim. A Lara enviou no grupo um convite de aniversário da irmã dela, vai ser de noite, vamos? Lá em Niterói.

- Pô, coé cara, é foda pra caralho atravessar a ponte Rio-Niterói de noite. Até desistir...

- Tem o que em Niterói que você não quer ir? Primeiro foi com sua mãe, deu a desculpa do trânsito, justificável. Agora que é foda pra caralho? - me imitou e eu dei risada.

- Toda marrenta hein, gostosa! Do jeitinho que o pai gosta - respondi sorrindo ainda - Manda mesmo, domina tudo, fé nas malucas! - ela me deu um tapa no ombro - Bate, bate mais...

- Para de ser bobo, Miguel. Que ódio, ridículo, feio, chato - calei ela dando um selinho que virou um beijo mais demorado.

- Mas aí, festa de criança é comida pra caralho, sem sacanagem, a gente vai, pô. Vai passar em casa depois da faculdade pra tomar um bainho? É essencial, né? Boto fé! - ela riu concordando - Por isso que você é cheirosa pra cacete, banho tá dia - cheirei seu pescoço ouvindo ela dando risada.

- Você não cansa de ser ridículo não?

Ficamos naquelas brincadeirinhas, beijos, carinhos, carícias, tudo de gostosinho e depois levantei para tomar banho, porque não nasci herdeiro, infelizmente hoje eu tenho que ir na empresa.

Alana levantou depois, ela ficou que nem boba me vendo colocar meu terno, babou pra caralho, papo retão.

Tomamos banho em uma padaria ali bem pertinho, deixei ela em frente ao seu prédio e fui trabalhar. Fiquei até meio-dia organizando os processos e logo depois fui para faculdade, não encontrei ninguém do pessoal, porque eu já estava atrasado, sem condições de parar pra conversar.

E a tarde inteira foi naquele pique de professor falando pra caralho, passando trabalho, atividade e eu só agradeci a Deus por ser o último ano.

Quando acabou as aulas, fiquei apoiado no carro mexendo no celular esperando a surfistinha pra meter o pé.

- E aí, moreninho. Surfando muito ainda? - tirei a atenção do celular olhando para Lia que falava comigo, fiquei totalmente sem entender o motivo de tanta intimidade já que nunca nos falamos, ainda mais depois da resposta que dei nela no bar.

ALANA.

Quando estava saindo da faculdade, vi o Miguel conversando com a Lia, cheio das risadinhas. Além de mentir horrores para Carina sobre o Patrick, agora ela resolveu testar a minha sanidade mental. Mas eu sinto muito pela loirinha ali, porque não deixo as coisas por cima não.

- Boa noite, e aí, vamos? - olhei para o Miguel que sorriu ao me ver e assentiu.

- Pô, valeu aí, loirão. Nós se bate por aí - ele se despediu e ela fez a questão de puxar ele para beijar sua bochecha. Ficou parecendo que eu estava de vela ali, surreal!

Entrei no carro com a pior cara do mundo, sim, eu estava morrendo de ódio e de ciúmes, mas esse segundo eu vou descartar.

- Quer comer? - Miguel perguntou e eu neguei desbloqueando meu celular.

Nosso papo acabou por aí, fomos o caminho inteiro sem nos falar, quando chegamos, eu desci primeiro e subi de elevador sem esperar ele chegar.

Deixei a minha mochila no sofá e fui tomar meu banho, já tinha finalizado meu cabelo para ir na faculdade, então ele ainda estava belíssimo.

- Qual foi, cara? Tá assim por que mesmo? - Miguel perguntou quando sair do banheiro com a toalha enrolada no quarto, mas tirei colocando meu sutiã na frente dele mesmo - Subiu e nem me esperou.

Coloquei um vestido rosa todo fechado, de alça bem fininha e uma jaqueta jeans por cima. Como sempre, calcei um tênis branco, peguei um bolsa bem pequena, botei meu celular e dinheiro dentro.

Fiz uma make bem rápida, nem passei batom, só um brilho mesmo e já fiquei mais linda do que nunca.

- Tá tudo bem, Miguel. Vamos? - virei para ele já arrumada.

- Não? Foi por causa da Lia? Ela me pegou ali desprevenido, estava te esperando e a garota apareceu já cheia de intimidade, nem entendi.

- Se não entendeu, estava rendendo por qual motivo? Ela te obrigou a ficar cheio de risadas?

- Ih gatinha, fica suave, cara - veio na minha direção me abraçando e cheirou meu pescoço - Caralho parceiro, que isso, cheirosa demais - cheirou o outro lado do meu pescoço e respirou fundo - Esse seu cheiro é sensacional, papo reto.

- O da Lia também?

Ele gargalhou e negou com a cabeça - Ciumenta, marrenta, gosta de mandar, existe mulher melhor no mundo? Não mesmo! Bora meter o pé, daqui pra lá é chão pra caralho.

- Não sou ciumenta, não é ciúmes, só perguntei se o cheiro dela também é sensacional - imitei ele que riu.

- Gostosa! Você é gostosa, por dentro e por fora, não adianta - não aguentei e ri toda boba com seu jeito de falar - Eu prezo por caráter, já conheço o seu e o da Lia, qual você acha que é o melhor? Pois é, agora vamos! - me puxou e eu só fui rindo que nem uma idiota, já vou marcar horário na psicóloga.

- Que pressa, hein. Que ódio!

- E esse vestido? Ficou uma gata, pô. Tá de calcinha? - abaixou a cabeça para olhar e eu deixei, dando risada já.

- Filha da puta, tá sem calcinha - deu um tapa na minha bunda e eu sorri maliciosa.

Nosso casoOnde histórias criam vida. Descubra agora