Chapter - Kim Ruby

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Não quero tocar qualquer coisa nesta sala. Tudo ao meu redor parece estranho. Fui pega no café esta manhã às dez pelo próprio Tobias.

Ele veio em uma limusine preta.

Entrei no carro e, ao mesmo tempo, o destino me levou.

Condenação pelo que estava fazendo e condenação pelo que fiz. O que fiz com Tae.

Tudo o que disse a ele. Como o machuquei.

O que aconteceu foi que tudo o que fiz foi dizer a verdade. Eu disse a ele a verdade sobre o que sentia. Voltei para Chicago e coloquei todos em perigo. Essa parte não é uma mentira. Nem um pouco.

Não consigo esquecer o rosto dele. Ele estava tão bravo e preocupado, mas quando disse a ele para não me fazer odiá-lo, ele pareceu tão... magoado.

Isso foi horas atrás agora, horas. Estou a horas de ajuda.

Fui levada para uma mansão nos arredores de Rochester e colocada em um quarto que parece ter sido feito para uma criança. Isso é o que decidi que deve ser. Há bonecos e peluches e uma cama queen size no centro e tudo com um gosto particular, como você faria se soubesse do que a pessoa gosta.

Não quero tocar em nada e mal consigo ficar de pé na cadeira em que estou sentada, porque tudo tem uma sensação estranha. Não sei o que deve acontecer agora.

Tobias falou muito na noite passada, mas não disse uma palavra para mim o tempo todo. Todo esse tempo ele não disse nada. Nada mesmo.

Tudo o que recebi foram sorrisos. Sorrisos sinistros de alegria que ele lança em meu caminho.

Triunfar com o fato de que me pegou e me tem exatamente onde quer que eu esteja.

Na merda.

Olho para a frente através das longas janelas francesas para o vasto verde ao redor do terreno.

Tenho que sentar aqui e esperar. É isso que tenho que fazer.

Só queria ter a sensação de ter feito a coisa certa.

Ainda estou esperando por essa parte, assim como estava quando Antonio me levou. Eu sabia que estava com ele para manter minha família viva. Estou aqui pela mesma coisa, é só que Tae está na mistura agora.

A maçaneta da porta gira e Tobias entra.

Ele inclina a cabeça para o lado e notei antes que agora anda mancando. Tenho certeza de que levar um tiro em seu pau deve ter afetado muito ele.

Deve tê-lo enfraquecido.

Não sei. Sua atitude não mudou e mesmo que considerasse a possibilidade dele ter alguma fraqueza, ele tem tantos homens ao seu redor.

Eu não teria chance.

- O quarto combina com você. Pertenceu à minha irmã, - diz ele e vai até a cama para se sentar na beirada. O tempo todo ele mantém seu olhar treinado em mim.

Eu permaneço em silêncio, embora ele esteja olhando para mim como se esperasse seriamente que conversasse com ele.

- Ela teria feito vinte e cinco este ano. Poucos meses, -acrescenta. Essa parte... aí está, se encaixa no mistério da sala, se encaixa porque definitivamente parece que pertencia a uma garotinha. - Ela morreu quando tinha seis anos. - ele sorri e não sei o que é engraçado.

- Sinto muito pelo que aconteceu com você, - digo a ele. Estou apenas falando por causa da intensidade de seus olhares. Não tenho simpatia por este homem.

Dark  (Taennie/Vnnie) LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora