João e Miguel

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- Dia de ver o mozão é? - Laís fala com um sorrisnho quando me ver arrumando minhas coisas rapidamente.

- Shiu. - Ela me dá um empurrãozinho me entregando minhas canetas, umas cinco. - Caralho, quando você pegou tudo isso?

- Você bobeia, fazer o quê? - Faço careta e rimos. Levantei meu olhar vendo o horário.

- Puta merda, o ônibus. - Fechei a mochila com pressa e beijei a testa de Laís. - Fui!

Saí correndo da universidade até a parada mais próxima, que, chegando um pouco mais perto, vi João me esperando.

- Merda.. - Falei ofegante vendo-o olhar o relógio e então me aproximo correndo, parando praticamente do seu lado, com as mãos apoiadas nos joelhos e respirando fundo.

- Já disse pra não vir correndo, idiota. - Puxou meu queixo, colocando a bombinha de ar em minha boca. Inseri o ar e suspirei.

- Foi mal.. - Voltei a ficar reto e João continuava sem expressão. - Qual é.. - Insisti. - Vim correndo pra ver você, vai ficar mesmo com essa cara de cu?

- Vou, até você aprender que não pode correr que nem doido assim com risco de cair no chão com falta de ar.

- Você tá exagerando João..

- Você que tá exagerando Miguel! Porra. - Ele praticamente grita e eu chego a me assustar um pouco, chega umas pessoas na parada o encaram e eu o encaro, percebendo que não estava bem e suspiro.

Nosso ônibus chega, o qual me leva para minha casa e subimos em silêncio. Quando nos sentamos e botei minha mão em sua coxa.

- João. - Uma de suas mãos estava na testa, com um semblante estressado e entrelacei minha mão com a mão livre dele. - Fala comigo vai..

Suspira e me olha, logo deitando a cabeça em meu ombro.

- Nada, só.. - Dá uma pausa. - Vamos pra sua casa?

Assenti com a cabeça, deitando minha cabeça encima da dele.

- Te amo, tá? - Sussurrei e senti de algum modo, um sorriso vindo dele.

[...]

- PAAAI - Gritei só pra confirmar que não estava e tirei os sapatos. - É, saiu.

- Trabalhando? - Assenti com a cabeça e me espreguicei, sentindo segundos depois seus braços rodeando meu corpo num abraço. - Desculpa por ter gritado naquela hora.

Me virei para ele, dando um selinho demorado e segurando sua mão.

- Que que aconteceu? - Questionei enquanto seguimos para meu quarto, segurando minha mochila com a mão livre.

- Foi só..  - Franze o cenho e bufa. - Meu irmão vai passar uns dias lá em casa.

- Ah, o cuzão né.

Deixei minha mochila num canto e ele se joga de peito em minha cama. enquanto eu troco de camisa e coloco uma bermuda.

Rafael era um pé no saco na vida de João, virou um merda na vida e ainda por cima, homofóbico; já viu né?

Me odeia com todas as forças. Quando assumimos o namoro para ambas as famílias, a parte do João não aceitou muito bem tirando sua mãe e umas pessoas específicas, principalmente seu irmão, que o deu um tapa no dia.

Hoje em dia ele tenta conviver com Rafael porém se estressa para caralho com as piadinhas, indiretas, essas coisas.

- Hoje, quando ele apareceu lá em casa, adivinha? - Ele fala rindo, porém de um jeito sarcástico. - Trouxe duas "amigas".

- ..OI?? - Arregalei os olhos e ele esconde o rosto nas mãos.

- Poisé, disse que elas queriam me conhecer e não sei oqu..

- Com todo respeito. - O interrompi, meio puto. - Mas se eu ver seu irmão na rua eu dou um chute e saio correndo.

- Não seria o único. - Ele ri e me olha quando coloco uma camisa, se sentando na cama, me aproximo e deito minha costa na parede, com uma das pernas encima das dele. - Ugh.. Só queria que ele sumisse..

- Eu também. - Cruzei os braços e então o olhei. - Hey.. Evita se estressar com isso, hum?

Me movi na cama e João foi para trás, encostado na parede ainda sentado, me levantei e fechei as janelas, depois as cortinas, e vi um sorriso, mesmo no escuro vindo dele.

- Eu ia dizer pra gente dormir caralho, só pensa merda hein. - Voltei para a cama rindo e ele reclama dramaticamente.

- Qual é.. - Insisti e acabei soltando uma risada de sua cara pidona. Subi na cama e me sentei em seu colo, dandos beijinhos em sua boca. - Ei, eu estava brincando, estamos na sua casa.. - Fala com a mão dentro de minha camisa, em meu abdômen.

Não costumávamos ficar nos pegas ou transar na minha casa, meu pai aparecia sempre do nada, e só dele nos ver dando jm beijo já quer acabar com João.

- Meu pai não está.. - Ele desce suas mãos para meu quadril e pressiona para baixo, contra o seu volume e arfo, aproximando meu corpo dele.

- Se ele chegar de repente eu boto a culpa em você hein.. - Dá uma risada baixa e reviro os olhos corado, e ficando mais reto, segurei sua nuca, o beijando com vontade desta vez.

- Cala a boca João. - Desci minha mão para a barra de sua calça enquanto o garoto desceu seus beijos para meu pescoço. Eu já estava sentindo seu volume cada vez mais roçar em mim, mordi meu lábios.

Ele levanta meu queixo, me dando um beijo demorado e tira minha camisa em seguida.

- Porra João, acabei de me vestir.. - Fingi uma reclamação e ouvi uma risada vindo dele, que deslizava minha bermuda para baixo.

- Cala a boca Miguel.

Até o próximo capítulo da vida de João e Miguel!!