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- Não, não vou pedir desculpas. - Laís bufa comigo repetindo a mesma coisa.

- Deixa de ser teimoso Miguel! O garoto não fez nada e eu to do lado dele nisso. - Ela me balança e eu me levanto da mesa do refeitório da universidade.

Dois dias atrás eu e João fomos passear num parque cheio de brinquedos, barracas de comida.

flashback

Eu ria do palhaço um pouco distante que fazia brincadeiras com crianças pequenas enquanto meu braço estava segurando o de João, que estava no celular.

- Caralho hein, larga isso. - Me virei me estressando vendo ele grudado na tela do celular.

- ..oi? - Nem havia ouvido o quê eu falei, ótimo.

- Sabe João? Enfia esse celular no cu. - Soltei seu braço, indo andar.

- Miguel, espera aí. - Quando ele vai guardar o celular no bolso acaba errando e o aparelho cai no chão. Se abaixa para pegar rapidinho porém uma mulher, completamente gostosa, se abaixa primeiro e pega para ele.

Tudo bem, ela só esta sendo educada, eu pensei.

João a "analisa" de cima para baixo agradecendo em seguida, como da vez que nos conhecemos. Aquilo me atingiu de um jeito..

Fiquei puto e saí correndo de lá, até me perder dele e poder respirar longe daquela gente toda. Respirei a bombinha de ar e voltei para casa, magoado com o quê vi.

flashback

- Já ligou para ele? Você nem chegou a perguntar Miguel. - Laís pegou seu lanche, me seguindo.

- Não quero saber dele Laís, porra, ele tava comendo a garota com os olhos na minha frente e tacou o foda-se para mim num dia que era para ser divertido. - Me virei para e suspirei. - Eu.. não sei, aquilo foi foda..

- Ei, não vai saber a versão dele até conversar, e da pra ver que o João já encheu seu celular de mensagens em dois dias. - Ela segura minha mão, com uma cara de pidona. - Vai lá.. Sabe que eu te amo, e se você tiver certo sobre tudo isso, prometo cortar o pau dele.

Revirei os olhos e ri do que diz, sendo abraçado por ela que ria.

- Tá.. Vou passar na casa dele depois. - Laís dá uma comemorada e beija minha bochecha.

- Você consegue, é incrível, qualquer coisa vou estar com o celular ligado! - Ela da um sorriso que me contagia e solto um também. Se despede de mim com um abraço apertado antes de sair com um novo ficante.

Depois de ainda recuar, tive coragem e vi as mensagens que João havia mandado. Uau, eram muitas mesmo.

E a minha única mensagem foi: nao quero mais ver sua cara.

[...]

Enrolei pra caramba até ter coragem e apertei a campainha, brincando com meus dedos, nervoso.

Não demorou muito para ser atendida por João, que me encarou por míseros segundos e me abraçou.

- Miguel.. - Sussurra meu nome e acabo dando um sorriso com isso, mas lembro por que fui lá.

Botei a mão no seu peito, afastando-o de mim, que me olhou confuso.

- Eu.. Nós.. João.. - Me embaralhei em minhas próprias palavras e respirei fundo, me concentrando mais, porém sem o encarar ainda. - Precisamos conversar.

Passando uns dez minutos, ficamos em silêncio na sala, e ele me encarava, praticamente me admirando, estava me deixando vermelho.

- Por que.. - Tomei coragem em perguntar e me virei para João, tentando ficar o mais sério possível e o olhando nos olhos desta vez. - Por que.. Olhou ela daquele jeito? - Saiu como um resmungo, droga.

João e MiguelOnde histórias criam vida. Descubra agora