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- Tá igual tua cara.

- Essa já é minha cara, Miguel.

Fez uma careta e dou um sorriso perverso.

- Eu acho que não serve pra nada. - Me viu pegando uns pacotes pequenos pretos de skincare, para tirar cravos e essas coisas. - Parecem camisinhas.

- Você é chato viu. - Bufei e ele me imita com a voz mais fina e baixa, o que me faz dar um chute no indivíduo. - Se não prestar fudeu, pedi na internet, tem nem como pedir meu dinheiro devolta. Agora fica quieto.

- Mas que caralho.. - Amarrei a frente de seu cabelo e me afastei pra ver a cena.

- MEUDEUS QUE GAY. - Peguei meu celular totalmente alegre rindo da sua cara de cu mas como estava fofo. - Isso marrentão, olha pra cá.

- Te odeio sabia? - Fala de um jeito sarcástico e tiro a foto, tendo um leve surto e me acabando de rir.

Me aproximei dele rapidinho, dando um beijo estalado e ficando perto de seu rosto.

- Também te amo. - Toquei seu nariz e depois li as instruções do produto. - Enfim, é só passar na cara e fé.

- Tô achando que vou perder meu rosto. - Finge mais medo do que o normal e dou risada.

- Vai nada. - Amarrei a frente do meu cabelo também, já estava bem grande, na verdade.

Peguei o pacotinho, quase sentei no colo de João para colocar e espalhar melhor em seu pescoço.

Com as pernas em lados opostos em seu colo e meio levantado, joguei aquela gosminha preta em sua testa e percebi João franzi-la.

- Gelado? - Espalhei pelo resto de seu rosto.

- Demais. - Suspirou apoiando suas mãos atrás de si.

Joguei mais um pouco, espalhando, até deixar todas as partes igualadas.

- Pronto. - Saí de cima dela e abriu os olhos.

- Pode tirar já? - Faço uma cara de "sério isso?" e dou um soco sem força em seu ombro.

- 10 minutos. - Passei minhas mãos sujas numas toalhas úmidas, achando meio nojento aquele líquido.

- Deixa eu passar em você agora. - Pegou um pacotinho no chão de onde estávamos e aproximando-se de mim, ajeitando um fios de cabelo rebeldes meus atrás de minhas orelhas e em seguida abrindo o saquinho.

Fechei os olhos, apenas sentindo aquele líquido realmente muito gelado no rosto.

- Parece que isso veio dentro de um frizer. - Resmunguei e ouvi João rindo.

- Falei. - Espalhou pelo meu rosto, suavemente. Digamos que ele foi mais carinhoso nessa parte, acho que só meti a mão na cara do bixinho. - Pronto.

Abri os olhos e ele havia prendido melhor o cabelo. Seu cabelo estava pegando na máscara e surpreendentemente não grudava, provavelmente a máscara já havia secado.

- Você tá tão bonito. Credo, odeio ter alguém tão gato. - Fingi nojo e soltei um sorriso, vendo João ficar corado mesmo com aquela máscara tapando suas bochechas.

- Boiola. - Me zoou mas sabia que havia gostado, fizemos caretas um pro outro.

- Por você sempre. - Fui meloso, mesmo sendo verdade, e o garoto desvia o olhar segurando o riso.

Dei um sorriso com sua reação que eu amava e ajeitei meu cabelo atrás da orelha novamente.

- Vou cortar. - Me estressei com uns fios que não ficavam no lugar e fui me levantando para pegar uma tesoura dentro da escrivaninha no meu quarto. Confesso que faço muito isso de cortar meu cabelo quando me irrito com os fios, principalmente uns ondulados que sempre insistem em não ficar no devido lugar.

João e MiguelOnde histórias criam vida. Descubra agora