- Bora pra academia. - Dei ideia vendo João deitado mexendo no celular e me olhou um tanto confuso, já que foi do nada.
Às vezes me dá vontade de fazer isso.
- Tem certeza que você realmente vai malhar? - Deu uma pausa me olhando estranho. - Carregar peso, usar as máquinas direitinho e se esforçar?
- Falando assim parece que eu sou um desleixado e preguiçoso. - Fiz careta me jogando ao seu lado.
- E não é? - Fala rindo e dou-lhe um empurrão fazendo o celular cair no chão. - MIGUEL CARALHO.
- Bem feito.
- Meu pau no teu peito. - Abaixou para pegar e conferiu se não havia quebrado, dando um suspiro aliviado em seguida.
- Vamo lá Joãoo.. - Insisti. - Eu sei que cê faz academia, por que não me leva?
- Porque você é preguiçoso amor, fala que vai focar e só fica de manha e querendo ir embora.
- Dessa vez eu prometo, sério, de dedinho, me esforçar. - Estendi o mindinho e ele me olha como se eu fosse criança e revira os olhos, junto o mindinho com o meu e soltei um sorriso vitorioso.
- Promete? - Assenti rápido com a cabeça e o beijei.
- Rumbora!
[...]
Agora vou perder meu dedinho por causa daquela promessa.
Eu MORRI depois de vinte minutos que chegamos.
Realmente não entendo. Eu canso andando na esteira, carrego quarenta quilos na perna e não aguento quinze no braço?!
Agora estou sentado mexendo no celular enquanto falo uma fofoca que me contaram para João, que subia e descia com um peso de não sei quantos quilos, mas só de olhar me cansei.
- Aí a mãe do garoto praticamente espancou ele porque tinha engravidado a namorada do amigo dele e.. - Me assusto quando João solta quase com tudo aquele peso no chão e me olha com o rosto vermelho, provavelmente de raiva. - Que foi garoto, tá doido?
- Miguel. - Sua voz saiu grave e meu braço que estava dando apoio atrás de mim falha por uns segundos. - Cadê. A. Porra. Do. Foco.
- Eu já disse, to só descansando. - Sorri com inocência.
- Por 20 minutos? - Rebate e dou uma risada sem graça.
- Não é assim que funciona aqui? - Inventei e depois suspirei descendo e sentando no chão. - Tá bom, desculpa.
- Sabe que agora vou ter que cortar seu dedo né. - Arregalei os olhos para ele que estava com um sorriso cínico no rosto. Mandei o dedo do meio pro garoto. - Ah, quer que eu corte esse?
- Ok, totalmente culpado, já entendi palhaço. - Me levantei e espreguicei. - Vamos embora então.
- Embora? - Pegou o peso que havia largado no chão e andou um pouco, deixando no devido lugar. - Só vai embora quando fazer o quê prometeu.
- Eu já fiz, uai. - Dei de ombros e saí andando, mas João puxa atrás da minha camisa e me espanto um pouquinho, fazendo-me parar de andar e virar para ele indignado.
- Deixa de ser preguiçoso Miguel. - Cruzou os braços e revirei os olhos.
- Beleza beleza beleza.. - Fui afinando a voz com indignação enquanto eu ia até uma máquina que trabalha glúteos, e sinceramente não sei porque escolhi essa, já tenho bunda.
João bebeu um pouco de água e foi até o aparelho na frente do meu, um negócio com barras que, se eu não me engano, fazia força para cima com os braços e os pés ficavam cruzados.
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João e Miguel
Novela JuvenilJoão é um jovem-adulto que já mora sozinho e constantemente tem contato com seu namorado Miguel, um garoto um pouco menor que ele, rabugento e que não mora só por enquanto. A vida deles é normal, brigam, resolvem, são fofos e ao mesmo tempo imaturos...