10 - Uma Cópia Mal Feita.

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O Cadillac prateado rodava seus pneus na alto estrada. A casa de Ângelo não era tão longe da UAC, mas também não era tão perto. No caminho o garoto estava calado, mantendo o braço esquerdo em cima da coxa, as pernas estando esticadas e entrelaçadas. O silêncio só não era total pelo fato de estar tocando rock clássico ao fundo e a próxima música, o fez prestar a atenção na letra da canção I Will Run To You da Stevie Nicks e sem perceber, estava repetindo a letra daquela música.

I will run to you. Down whatever road you choose. I will follow you down I will run to you.¹ — Ângelo cantarolava baixinho, agora seus olhos presos a estrada. 

Sabnock levantou uma das sobrancelhas olhando de relance para o rapaz. De certa forma, a letra dessa música podia ser bem significativa. O que o lembrava do que houve minutos atrás. Piscando seus olhos, enquanto puxava o volante para virar a direita na esquina.  

— Você tem certeza que está bem, Ângelo? — disse se referindo aquela condição.

O garoto virou o rosto para encará-lo. O próprio Sabnock sabia que ele não estava bem, ao ponto de que nem tentou desconversar, embora não confirmasse também. E só ao analisá-lo por mau tempo que ele entendeu ao que o mais velho se referia.

— Você sempre me defendeu. Você salvou a minha vida, Sabnock. — começou pensativo mexendo nos fios do cachecol. — Anjo, demônio, humano. Não me interessa a sua raça. Então com certeza não estou com raiva, sobre isso. — terminou e quando percebeu já estavam na frente da sede da UAC.

Ao desatar o cinto e abrir a porta, ele desce do carro colocando os óculos de sol em seu rosto. Ettore ficou pensando sobre aquilo e desceu logo em seguida e então ambos subiam as escadinhas lado a lado, adentrando o espaço aonde ficavam várias cadeiras. O estagiário, assim como dois secretários que ficavam nas mesas mais próxima a saída bateram palmas ao ver seu chefe, a mulher que segurava folhas de papéis em suas mãos cumprimentou e abraçou seu chefe, assim como seu namorado faz o mesmo, assim como o primo dele, mas foi ele quem abriu a boca:

— O chefe pode se machucar feio e está só o bagaço, — começou Dan Guan Shan. — mas bater as botas, jamais! — riu em seguida orgulhoso por ter arrancado um riso do mais jovem.

Sabnock olhou para aqueles três e apenas balançou a cabeça, com um meio sorriso no rosto. Suas mãos estavam dentro do casaco e o olhar vindo da plataforma de cima o chamou a atenção, viu Willen Harris parado lá, olhando em especial para o jovem. Ele poderia ler a mente daquele legista, mas talvez não se controlasse ao ler sua mente, pois seus olhos já dizia o que ele estava pensando sobre o líder. Então seus olhos passaram entre o escritório do diretor e do outro lado, mais próximo a escada era o escritório do líder, então havia uma outra escada no térreo que levava ao andar de baixo, onde ficava a sala de autópsia e o laboratório.

O diretor desceu as escadas indo até as que levava para sua outra sala. Agora os quatro estavam em frente a mesa eletrônica e a grande tela digital. Francine que segurava um tablet junto com as folhas deu alguns toques no tablet, arrastando a tela e depois fez o mesmo na tela da mesa, arrastando as informações para a que ficava a frente para que todos pudessem ver. Começando com fotos do caso em Oregon.

— Tudo começou no Oregon ao que tudo indica. Primeiro a sumir foi esse garoto. — ela aponta para o pré adolescente loiro no primeiro lugar, na primeira fileira de seis fotos. — Darren O'Connor. Sumiu depois de estar passeando no parque e seu corpo foi encontrado semanas depois com marcas de cordas no pescoço e vestígios de abuso sexual em seu corpo. Os seguintes foram encontrados de mesma forma. Sempre sendo meninos de sete a quatorze anos, assim que o corpo de um era encontrado em uma cidade  outro sumia em outra e foi assim durante muito tempo. — ela então mexe no tablet para trocar as fotos.

𝐂𝐈𝐂𝐋𝐎 𝐃𝐄 𝐑𝐄𝐄𝐍𝐂𝐀𝐑𝐍𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora