Nosso jogo

calitulo 17

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- ME EXPLICA ISSO AQUI TADASHI! - ele grita mais uma vez.

Desço da escada e seguro Yama pelo braço. Olho para seu rosto e as lágrimas descem rapidamente.

- Pai... eu... ia te contar, mas você sempre tá com uma cara seria - ele soluça.

- Eu não consigo entender porque não me contou, olha essa foto aqui, oque eu vou fazer com isso agora? A rua inteira viu vocês.

"Vocês" foi a palavra que esclareceu tudo. Sabia oque tinha acontecido e o pior, tá acontecendo.

- Senhor, a culpa é toda minha. Yama sempre é cuidadoso com esse assun-

- Acho melhor você ir pra casa Tsukki - ele solta meu braço.

Olho pra ele e em seguida para seu pai.

- Desculpa Yama, mas eu vou ficar. Esse não é um assunto só seu, e com todo respeito senhor - dou um passo na frente de Yama, ficando de frente para seu pai - Acho melhor você baixar o tom e se sentar um pouco.

Percebo que ele ia me responder, mas sua esposa coloca a mão em seu ombro fazendo ele se calar.

Sentamos no sofá, Yama e eu estávamos de pé na frente de seus pais. Sua mão tremia e suava. As lágrimas tinham parado de descer mas seu nariz ainda fungava. Não podia deixá-lo assim, sozinho. É nosso assunto, então nós vamos resolver juntos.

O silêncio se fez. O pai estava sentado de braços cruzados e a mãe o segurava pelo ombro. As expressões estavam menos tensas que antes.

- Então, me expliquem essa imagem - O pai inicia.

Era uma foto tirada de alguma janela minha e do Yama. Na foto não dava para ver nitidamente, mas era fácil de insinuar um beijo no canto da rua de Yama. De fato isso aconteceu. Era um beijo de despedida que eu costumada dar quando levava ele para casa.

- Essa foto é oque parece ser, pai - Yama da um passo à frente.

- Um beijo? Agora você beija garotos nas ruas Tadashi?

- Pai, eu não beijo "garotos" - Yama diz em tom leve - eu beijo o Tsukki.

No momento que ele diz isso, o clima fica tenso novamente. A expressão de seu pai fica seria e sua mãe parece preocupada, porém não surpresa.

- Senhor, a gente sempre toma cuidado com esse assunto nas ruas, mas admito que nesse dia não lembro de ter olhado... Novamente a culpa é minh-

- É nossa!! Eu não me arrependo de nada que eu fiz com você até agora, e pai... desculpa por não ter te dito nada antes. Eu juro que eu ia te contar, mas eu precisava ter certeza dos meus sentimentos pelo Tsukki. Não quero magoar ninguém com esse assunto, e queria ter uma segurança caso você não me aceitasse... - Ele começa a chorar - Mas pai... eu amo o Kei, e eu não quero me separar dele, eu não quero envolver ele em nada de ruim... então eu te peço que porfavor... me perdoa por ter escondido até agora e entenda que eu estou feliz assim.

Quando Yama termina de falar ele finalmente olha para seu pai. As mãos pararam de tremer mas estavam geladas. Mais uma vez o silêncio se fez presente e levemente o puxei para mais perto.

Ficamos olhando para seu pai que mantinha um rosto sem impressões.

...

1 minuto se passou, mas parecia anos.

- Ok - o pai finaliza.

- O-o que?

- Ok. Se você está feliz, tá tudo bem.

Ficamos paralisados. A sensação de alívio e felicidade vinha na medida que a ficha caia. Seu pai caminha na nossa direção.

- Não preciso nem dizer que se eu ver meu filho chorar por sua causa eu acabo com você, neh?

- N-nunca faria isso senhor! - digo firme.

- Acho bom - Ele se vira em direção a escada - Ah, mais uma coisa.

Paraliso esperando a resposta. Era muito difícil entender sua expressão.

- Bem vindo a família, quatro olhos - sobe as escadas.

Deu tudo certo. Tipo, de verdade. Ele nos aceitou... Abraço Yama com força e ele retribui. Ele chora mas dessa vez de felicidade. Meus olhos lacrimejam e não contenho o sorriso.

Sua mãe nos abraça e parecia aliviada também.

- Você conseguiu, amor - digo segurando seu rosto - parabéns. E... eu também te amo.

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