𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 𝐃𝐄𝐙𝐄𝐍𝐎𝐕𝐄

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E desmaiaram.

Alya acordou com uma dor de cabeça horrível, percebeu que ainda estava no campo, viu Harry ao seu lado e o seu braço e caramba está torto, olhou para os lados e viu alunos da Grifinória  e Lockhart, quando Harry o viu gemeu na hora.

– Ah, o senhor, não – gemeu Harry.

– Ele não sabe o que está dizendo – falou Lockhart em voz alta para o ajuntamento de alunos da Grifinória que cercavam ansiosos os três. – Não se preocupe, Harry. Já vou endireitar o seu braço.

– Não! – exclamou Harry. – Vou ficar com ele assim, obrigado...

O garoto tentou se sentar, mas a dor foi terrível. Ele ouviu um clique conhecido ali por perto.

– Colin acho que essa não é uma boa hora. – Falou Lya.

– Deite-se, Harry – mandou Lockhart acalmando-o. – É um feitiço muito simples que já usei muitíssimas vezes...

– Por que não pode simplesmente levá-lo para a ala hospitalar? – disse Alya preocupada.

– Ele devia mesmo, professor – disse um enlameado Wood, que não pôde deixar de sorrir mesmo com o seu apanhador machucado. – Grande captura, Harry, realmente espetacular, a melhor que já fez, eu diria...

– Obrigada pela parte que me toca Wood. – Falou Lya sarcástica, Wood sorriu sem graça.

Por entre a floresta de pernas à sua volta, Alya viu Fred e George Weasley, lutando para enfiar o balaço errante numa caixa. A bola continuava a resistir ferozmente. Ela sabia muito bem que aquela bola foi enfeitiçada.

– Afastem-se – pediu Lockhart, enrolando as mangas de suas vestes verde-jade.

– Não... não faça isso... – disse Harry com a voz fraca, mas Lockhart agitava a varinha e um segundo depois apontou-a diretamente para o braço de Harry.

Alya com medo que o professor explodisse o braço do primo na sua cara virou o rosto.

Abriu os olhos e podia ver que o braço de Harry parecia com tudo, menos com um braço, as pessoas em volta exclamaram e Colin Creevey começou a fotografar furiosamente.

– Ah – disse Lockhart. – É, às vezes isso pode acontecer. Mas o importante é que os ossos não estão mais fraturados. Isto é o que se precisa ter em mente. Então, Harry, vá, dê uma chegada na ala hospitalar, Ah, Sr. Weasley, Srta. Granger, podem acompanhá-lo?, e Madame Pomfrey poderá... hum... dar um jeito nisso.

– O senhor só fez piorar a situação. Como que ainda é professor? – Faltou pouco para Alya ir pra cima do professor, porém os meninos a levaram para a ala hospitalar junto a Harry, afinal ela também caiu.

Pela manga das vestes saía uma coisa que lembrava uma grossa luva de borracha cor de pele. Ele tentou mexer os dedos. Nada aconteceu. Lockhart não emendara os ossos de Harry. Ele os removera. Madame Pomfrey não ficou nada satisfeita, Alya pior ainda chegou na ala hospitalar fazendo maior drama para Madame Pomfrey.

– TIA POMPOM!!? – Alya já chegou na sala gritando, Madame Pomfrey imediatamente foi em sua direção assustada com o grito.

– Você deveria ter vindo me procurar diretamente! – dizia Pomfrey furiosa.

– Eu falei para aquele retardado do Lockhart, mas ele não me ouviu agora o braço do garoto tá aí, o professor Dumbledore anda bem da cabeça? Ter contratado esse cara, ele só pode está ficando caduca– Falou Alya Deitada em uma marca do lado da de Harry.

– Olha o respeito Lya. – falou Madame Pomfrey, ela ergueu a lamentável sobra do que fora, meia hora antes, um braço útil. – Posso emendar ossos num segundo, mas fazê-los crescer outra vez...

– A senhora vai conseguir, não é? – perguntou Harry desesperado.

– Claro que vou, mas vai ser doloroso – disse Madame Pomfrey sombriamente, atirando um pijama para Harry e para Lya. – Vocês vão ter que passar a noite...

– Como é que você consegue defender o Lockhart agora, Hermione, hein? – Rony perguntou através da cortina enquanto puxava os dedos inertes de Harry pelo punho da manga. – Se Harry quisesse ser desossado ele teria pedido.

– Qualquer um pode se enganar – respondeu Hermione. – E não está doendo mais, está Harry?

– Não – disse Harry, entrando na cama. – Mas também não faz mais nada.

Quando ele se deitou, o braço balançou molemente.

– É claro que não dói e não faz mais nada, não tem ossos. – Falou Alya deitada em sua maca vestida com um pijama lendo um livro que os meninos tinham levado pra ela.

Madame Pomfrey vinha segurando um garrafão de alguma coisa rotulada Esquelesce.

– Graças a Deus esse não é para mim. – falou Lya.

– Você vai enfrentar uma noite difícil – disse, servindo um copo grande de boca larga e fumegante e entregando-o a Harry. – Fazer ossos crescerem de novo é uma coisa complicada.

Harry só faltava soltar fogo pela boca.

– Mas ganhamos – disse Rony, um grande sorriso se abrindo no rosto. – Foi uma captura e tanto a que você fez e ainda bem que a Lya estava lá Porque se não pode apostar você estaria pior. A cara do Malfoy... ele parecia que ia matar alguém...

Alya neste momento ficou pensando se a alteração do balaço teria ver com o seu primo...

A porta do hospital se escancarou naquele momento. Imundos e encharcados, os demais jogadores da Grifinória chegaram para ver Alya e Harry.

– Incrível aquele voo, Harry – disse George sentando na cama de Lya e a fazendo cafuné. – Acabei de ver Marcos Flint berrando com Draco. Estava falando alguma coisa sobre ter o pomo sobre a cabeça e nem notar. Draco não parecia muito feliz.

Os jogadores tinham trazido bolos, doces e garrafas de suco de abóbora que arrumaram em volta da cama de Alya e Harry e davam início ao que prometia ser uma festança, quando Madame Pomfrey apareceu como um tufão, gritando:

– Os dois  precisam de descanso, precisa fazer crescer trinta e quatro ossos! Fora! FORA! – Madame Pomfrey descobri que na queda Lya tinha fraturado uma costela.

Eles foram deixados sozinhos.

Muitas horas depois, Alya acordou escutando Harry falando com alguém, achou estranho porque achou que ele estava dormindo.

– Harry Potter precisa ir para casa! Dobby achou que o balaço dele seria suficiente para fazer...

– O seu balaço? – disse Harry, a raiva tornando a subir-lhe à cabeça. – Que é que você quer dizer com o seu balaço? Você fez aquele balaço tentar me matar?

– Não matar, meu senhor, nunca matá-lo! – disse Dobby, chocado. – Dobby que salvar a vida de Harry Potter! Melhor mandá-lo para casa, seriamente machucado, do que ficar aqui, meu senhor! Dobby só queria que Harry Potter se machucasse o bastante para ser mandado para casa!

– Então foi você? – Alya se sentou na cama chamando a atenção para ela.

– Oh! Senhorita Black? Mil perdões minha senhora por ter te acordado... – Dobby abaixou a cabeça.

– Tá tudo bem, Dobby não é? Monstro já me falou de você, mas me responda Dobby por favor por que você enfeitiçou o balaço? – Ela perguntou calmamente.

– Não! Não posso contar...

– A mais você vai, quase matou a mim e a Alya então desembucha.

– Ah, se ao menos Harry Potter soubesse! – gemeu Dobby, mais lágrimas escorrendo pela fronha esfarrapada. – Se ele soubesse o que significa para nós, para os humildes, para os escravizados, para nós escória do mundo mágico! Dobby se lembra de como era quando Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado estava no auge dos seus poderes, meu senhor! Nós, elfos domésticos, éramos tratados como vermes, meu senhor! É claro que Dobby ainda é tratado assim, meu senhor – admitiu, enxugando o rosto na fronha.

– Mas em geral, meu senhor, a vida melhorou para gente como eu desde que o senhor venceu Ele-Que-Não-Deve-Ser-Nomeado. Harry Potter sobreviveu, e o poder do Lorde das Trevas foi subjugado, e raiou uma nova alvorada, meu senhor, e Harry Potter brilhou como um farol de esperança para todos nós que achávamos que os dias de trevas nunca terminariam, meu senhor... E agora, em Hogwarts, coisas terríveis vão acontecer, talvez já estejam acontecendo, e Dobby não pode deixar Harry Potter ficar aqui, agora que a história vai se repetir, agora que a Câmara Secreta foi reaberta...

Dobby congelou, tomado de horror, e agarrou a jarra de água de Harry sobre a mesa de cabeceira e quebrou-a na própria cabeça, desaparecendo de vista. Um segundo depois, tornou a subir na cama, vesgo, murmurando: “Dobby ruim, Dobby muito ruim...”

– Dobby não faça isto, irá se machucar. – falou Alya o ajudando. – Então há uma Câmara Secreta! – sussurrando Alya.

– E... você está nos dizendo que ela já foi aberta antes? Me conte, Dobby?

Ele agarrou o elfo pelo pulso ossudo quando viu a mão dele tornar a se aproximar devagarinho da jarra de água.

– Mas eu não nasci trouxa, como posso estar ameaçado pela Câmara?

– Ah, meu senhor, não pergunte mais nada ao pobre Dobby – gaguejou o elfo, os olhos enormes na escuridão. – Feitos tenebrosos estão sendo tramados em Hogwarts, mas Harry Potter não deve estar aqui quando acontecerem, vá para casa, Harry Potter, vá para casa. Harry Potter não deve se meter nisso, meu senhor, é perigoso demais...

– Quem é, Dobby? – perguntou Harry, mantendo o pulso de Dobby preso para impedi-lo de bater outra vez na cabeça com o jarro de água.

– Quem abriu a Câmara? Quem a abriu da outra vez? – Alya perguntou tentando tirar a jarra da mão de Dobby

– Dobby não pode, meu senhor, Dobby não pode, Dobby não deve falar! – guinchou o elfo. – Vá para casa, Harry Poter, a senhorita Black também, vá para casa!

– Eu não vou a lugar nenhum! – respondeu Harry com ferocidade. – Uma das minhas melhores amigas nasceu trouxa; ela será a primeira da lista se a Câmara realmente foi aberta...

– Harry Potter arrisca a própria vida pelos amigos! – gemeu Dobby numa espécie de êxtase de infelicidade. – Tão nobre! Tão valente! Mas ele precisa se salvar, deve, Harry Potter, não deve...

Dobby de repente congelou, suas orelhas de morcego estremeceram. Alya ouviu, também. Havia ruído de passos no corredor.

– Tem alguém vindo. – Sussurrou ela.

– Dobby tem que ir! – suspirou o elfo, aterrorizado. Houve um estalo alto, e o punho de Harry subitamente não estava segurando mais nada. Eles tornaram a afundar na cama, os olhos fixos no portal escuro da ala hospitalar enquanto os passos se aproximavam.

No momento seguinte, Dumbledore entrou de costas no dormitório, usando uma longa camisola de lã e uma touca de dormir. Carregava uma extremidade de alguma coisa que parecia uma estátua. A Professora McGonagall apareceu um segundo depois, carregando os pés. Juntos, eles depositaram a carga sobre uma cama.

– Chame Madame Pomfrey – sussurrou Dumbledore, e a Professora McGonagall desapareceu rapidamente de vista, passando pelos pés da cama de Harry. O garoto ficou deitado muito quieto, fingindo que dormia.

Ouviu vozes urgentes e então a Professora McGonagall reapareceu, seguida de perto por Madame Pomfrey, que vestia um casaquinho por cima da camisola. Ele ouviu alguém inspirar com força.

– Que aconteceu? – cochichou Madame Pomfrey para Dumbledore, debruçando-se sobre a estátua na cama.

– Mais um ataque – respondeu Dumbledore. – Minerva encontrou-o na escada.

– Havia um cacho de uvas ao lado dele – disse a professora. – Achamos que ele estava tentando chegar aqui escondido para visitar Potter ou Black.

Lenta e cuidadosamente, Alya se ergueu alguns centímetros para poder ver a estátua na cama. Um raio de luar iluminava o rosto de expressão fixa. Era Colin Creevey. Seus olhos estavam arregalados e, as mãos, erguidas diante dele, segurando a máquina fotográfica.

– Petrificado? – sussurrou Madame Pomfrey.

– Está – respondeu a Professora McGonagall. – Mas estremeço de pensar... Se Alvo não estivesse descendo para tomar um chocolate quente... quem sabe o que poderia...

Os três contemplaram Colin. Então Dumbledore se curvou e tirou a máquina fotográfica das mãos rígidas do menino.

– Você acha que ele conseguiu bater uma foto do atacante? – perguntou a professora, ansiosa. Dumbledore não respondeu. Abriu a máquina.

– Meu Deus! – exclamou Madame Pomfrey.

Um jato de vapor saiu sibilando da máquina. Harry, a três camas de distância, sentiu o cheiro acre do plástico queimado.

– Derretidas – disse Madame Pomfrey pensativa. – Todas derretidas...

– O que significa isto, Alvo? – perguntou pressurosa a Professora McGonagall.

– Significa que de fato a Câmara Secreta foi reaberta.
Madame Pomfrey levou a mão à boca. McGonagall arregalou os olhos para Dumbledore.

– Mas, Alvo... com certeza... quem?

– A pergunta não é quem – disse Dumbledore, com os olhos postos em Colin. – A pergunta é, como...

E pelo que Harry e Alya podiam ver do rosto sombreado da Professora McGonagall, ela não entendia muito mais que eles.






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