Capítulo 5 - A Dançarina da Boate Closer

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     A figura de July refletia nos espelhos da sala de dança. Neles, ela viu a imagem da perfeição, a postura ereta apoiada na ponta das sapatilhas, a expressão neutra buscando a concentração necessária. As demais bailarinas lhe observavam ansiosas, sentadas num canto da sala. A única pessoa em pé além de July era a professora, uma senhora de meia idade de postura e expressão rígidas, o cabelo cinzento arrumado no topo da cabeça como uma peruca velha e cafona.

     Ao sinal da professora, July flexiona as pernas e parte para um giro em torno do próprio corpo. A perna direita levantou-se, criando uma grande abertura enquanto July continuava girando. Ela juntou novamente as pernas e encerrou o movimento num giro mais rápido, terminando com o tronco levemente curvado para a frente. July estava ofegante, mas firme e satisfeita. A professora lhe parabenizou, e as suas colegas de turma começaram a aplaudir animadas. Todas, menos uma: Lollipop.

***

     A professora dispensou as suas alunas. July foi para o vestiário, trocou as roupas de balé pelo seu disfarce cívico e saiu da escola de dança. O prédio, que além de escola de artes também era um teatro e um cinema, possuía arquitetura clássica e sua fachada lembra um velho palacete, daquele tipo que chama atenção e cria boatos sobre ser ou não assombrado. A entrada dava acesso a uma praça larga com uma fonte no centro. Praça essa que fica mais ou menos perto da galeria pluvial que leva ao esconderijo da gangue pirata de Margaret, algo que ela ainda não sabia.

     July caminhou com uma mochila nas costas e arrumou o cabelo enquanto o vento soprava agressivo, nuvens negras se aglomeravam tímidas e uma tempestade podia cair a qualquer momento. Já havia chovido mais cedo naquele dia, e poças de água turva se espalhavam pelo pavimento. Ela se dirigiu à fonte e encontrou Ed, eles se cumprimentam e passam a caminhar juntos. Chegando num corredor comercial ali perto, a dupla encontra Alexander, que chega um pouco apressado, meio andando e meio correndo.

     — Desculpa o atraso — Alexander diz após cumprimentar July com um abraço — Dia de sábado é um inferno na delegacia. Fica difícil conseguir uma brecha.

     — Não tem problema. E esse é o meu amigo que eu te falei — July vira-se para Ed, ainda encarando Alexander amigavelmente.

     — Prazer em conhecê-lo — Ed e Alexander apertam as mãos. Ed parecia meio sério naquele dia, havia algo muito errado nele que ninguém conseguia explicar.

     — Vamos andando, temos pouco tempo — Alexander faz um gesto para que lhe acompanhem.

     Alexander guiou July e Ed até uma casa nas imediações, ou o que teria sido uma casa tempos atrás. Agora, o local estava isolado por altas tábuas de madeira e fitas amarelas da polícia. Alexander afastou uma das tábuas e eles passaram pela passagem improvisada. Do outro lado, a estrutura da velha casa ainda estava de pé, mas os resquícios do incêndio eram visíveis. A porta de entrada estava escancarada e meio torta, e as paredes assumiram uma coloração escura.

Coração a VaporOnde histórias criam vida. Descubra agora