5 - Perfeitas juntas

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Brittany POV

Disfarçar aquele sorriso bobo que se recusava a sair do seu rosto, estava se provando uma tarefa dificílima para Brittany. Santana não só descreveu a tarde como perfeita, como a chamou para sair de novo.

Naquela tarde, Brittany tinha conhecido o outro lado da garota que, à primeira vista, era bem-humorada, descontraída e bem resolvida. Um lado que carregava uma sombra no olhar que escapuliu uma ou duas vezes durante a conversa. Engraçado, com as outras meninas, quando o assunto ficava mais íntimo, a loira dava um jeito de escapulir. Com Santana foi diferente. Brittany a queria segura para se abrir com ela, ser o ouvido que a morena procurava para desabafar e o ombro que a apoiava enquanto ela choraria. E mais importante, ela desejava ser a pessoa que afastava tudo aquilo e trazia o sorriso de volta ao rosto que era lindo de qualquer jeito, mas que brilhava de maneira especial quando Santana sorria.

Ao envolvê-la com o seu corpo para ajudá-la com a pipa, Brittany cresceu, virou uma gigante capaz de ser a muralha que a protegeria do resto do mundo. Esse sentimento generoso e intenso era a sua Antártida, não gelado e desolado, mas desconhecido, pronto para ser explorado, e quando deveria assusta-lá, fazia exatamente o contrário. Brittany a queria quase com desespero, porque isso significava estar com Santana, e de todos os sentimentos que ela lhe inspirava, medo não era um deles.

E Santana confessou não ter mais medo. Será que elas iriam ficar? Namorar? Se a garota loira tivesse ganho um real para cada vez que teve vontade de beijá-la, ela teria terminado a tarde com os bolsos estufados. Aquela boquinha linda, de lábios cheios e rosados foi uma tentação, e mesmo desconfiada que Santana não a rejeitaria, ela resistiu. Quando elas ficassem juntas, Brittany queria que a diferença de idade fosse esquecida e o foco de Santana, assim como o seu, fosse no que realmente importava, os sentimentos. A morena precisava vê-la como uma garota madura e não como menininha medrosa.

- Pefume! Pefume! - Luiza entrou no quarto e elas repetiram o ritual de sempre. Brittany a carregou até a sala como um saco de batatas jogado nos ombros. A pequena deu uma gargalhada quando a irmã mais velha a virou de cabeça para baixo, antes de depositá-la em pé. - De novo! - como uma boa súdita, ela obedeceu sua rainha. - De novo!

- Chega! - A mãe acabou com a diversão, como sempre. - Você sabe que ela vomita, Duda.

Brittany levantou as duas mãos para cima, mostrando para a caçula que não era sua culpa se nessa casa todo mundo devia se comportar. A pequena aceitou e sentou no meio dos brinquedos, como a boa menina.

- Você vai sair? - O pai iniciou outro ritual bem mais careta, um verdadeiro interrogatório antes de sair.

- Vou. - Brittany respirou fundo. Desde quando ela se arrumava e passava perfume para ficar em casa?

- Com a Santana? - A mãe lhe deu um sorriso cheio de malícia.

- Com a Santana. - não adiantava mentir, ela sempre ficava olhando pela janela quando a loira saía.

- E onde vocês vão?

- Eu não sei, ela disse que é surpresa.

- E como vocês vão pra esse lugar misterioso? De táxi? - O pai atacou o lado prático da coisa. - Você precisa de dinheiro?

- Não, pai, eu tenho, obrigada. E ela vem me pegar.

- De carro?

- De carro. - Embora estivesse morrendo de vontade de andar de moto, Brittany cruzou os dedos para que Santana viesse de carro, ou sua mãe era capaz de ter um ataque cardíaco.

- Essa menina tem carteira, Brittany Eduarda? - Nunca era um bom sinal quando a mãe usava o seu nome completo.

- Claro que tem. - Ela devia ter, não é? Ela tinha vinte e dois anos e dirigia carro e moto.

EDUARDA & MÔNICA        BRITTANAOnde histórias criam vida. Descubra agora