9 - Eu quero o mesmo que você

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Santana POV

Santana seguiu com a moto até o final da rua. Quando ela ligou na casa de Brittany mais cedo, foi onde a mãe da garota disse que ela estava jogando futebol com os amigos.

Elas não costumavam se encontrar nos sábados de manhã, mas depois do recomeço das aulas, os pais de Brittany limitaram o namoro às noites em que a loira não tinha escola no dia seguinte. Entre as obrigações dela, que além das aulas incluíam o cursinho de inglês e natação, e a faculdade de Santana que ocupava praticamente período integral de seu tempo, ou seja cada minuto virou artigo de luxo, e Santana não resistiu ao impulso de vir ver sua namorada. É verdade que elas tinham saído na noite anterior, mas só um encontro, depois de uma semana de pedacinhos de tardes roubados aqui e ali, não foi suficiente para matar a saudade.

Ela mal tirou o capacete, e o jogo já estava parado, Brittany correndo em sua direção, apenas de top, toda suada. A morena nunca se cansava de receber aquele olhar abobalhado, como Brittany ainda não acreditasse que ela era dela e como se ela fosse a jóia mais preciosa do mundo.

– Desculpa ter vindo sem avisar. Eu fiquei com saudades.

– Eu adorei a surpresa. - Brittany segurou a sua mão. – Eu sei que eu tô nojenta, mas posso matar meus amigos de inveja?

Não foi difícil adivinhar o que a garota queria, e Santana a puxou para perto. Brittany a beijou tentando não encostar nenhuma outra parte do corpo nela, mas a morena não via nenhum problema em um pouquinho de suor, pelo contrário, o cheiro da namorada, não de perfume ou sabonete, o cheiro que era puro de Brittany, atingiu seus sentidos como uma bomba. Ela nunca tinha usado drogas, mas devia ser assim que elas agiam, deixando a pessoa sem alternativa a não ser querer mais e mais.

Elas se separaram, rindo, quando os gritos e assobios ficaram exagerados.

– Satisfeita? - Santana não se importou com o sorriso bobo iluminando o rosto convencido. A loira tinha o direito de se comportar como uma garota de dezesseis anos às vezes.

– Ridícula, eu sei. - Brittany afastou os cabelos loiros da frente dos olhos, o rosto um pouco mais vermelho do que há alguns minutos. – Algum motivo especial pra visita?

– A gente não combinou nada ontem, mas os meus pais viajaram e não tem almoço na minha casa. Quer ir almoçar comigo? Depois que você terminar o seu jogo, claro . - ela acrescentou rápido quando um dos rapazes gritou, perguntado se Brittany iria voltar ou não.

– Tô indo! - A garota virou para trás e respondeu com outro berro, antes de se voltar para Santana novamente. – E isso inclui uma carona de moto?

– Eu não esqueci da minha promessa. - A morena apontou o capacete novinho preso ao pequeno bagageiro.

– Convite aceito. - Brittany correu de volta para os amigos. – Fica olhando. Eu vou fazer um gol pra você.

Santana não tinha mentido ao dizer para Brittany que jogava futebol, mas o que acontecia na frente dela não se parecia em nada com o que aprendeu nas aulas de educação física. Não havia nenhuma linha marcando o campo, só dois chinelos de cada lado delimitando o gol, ela não estava vendo ninguém que parecia ser o juíz, e sério, não dava nem para entender quem era do time de quem na confusão de meninos sem camisa correndo e xingando e se empurrando. Mas Brittany parecia estar se divertindo, e ela se sentou de lado na moto acompanhando a partida com os olhos colados na sua garota.

Até que sua atenção foi atraída pelas três meninas sentadas no meio fio, do outro lado da rua, que gritavam com mais entusiasmo cada vez que sua namorada pegava na bola. Quando Brittany fez o gol prometido e apontou para Santana, ela mandou um beijo de volta, e a força dos olhares hostis a atingiu como um míssil de curto alcance. Em especial, o da morena de braços cruzados e cara fechada.

EDUARDA & MÔNICA        BRITTANAOnde histórias criam vida. Descubra agora