15 - Epílogo (Eduarda & Mônica)

98 14 7
                                    


Quem um dia irá dizer que existe razão nas coisas feitas pelo coração?
E quem irá dizer que não existe razão?




Brittany POV

Brittany fechou a porta atrás dela soltando o mesmo suspiro de felicidade e alívio de todos os dias. Era por esse momento que ela vivia as outras horas do dia. Chegar em casa, onde as pessoas mais preciosas e especiais da sua vida a esperavam.

– Mami! - Os gêmeos vieram correndo de braços abertos e Brittany se abaixou para pega-los no colo.

– Que saudade! - A loira beijou as duas cabecinhas cobertas de cachinhos escuros. Os dois eram idênticos, mas tanto ela como Santana não tinham a mesma dificuldade dos outros para distinguir quem era quem. Theo repuxava a boquinha mais para um lado quando ria, e Gael franzia o narizinho um pouquinho mais arrebitado do que o do irmão.

– Boa noite, dona Brittany. - A dona Lenita a recebeu no final do corredor.

– Boa noite. A senhora ainda tá de castigo? - O carro de Santana estava na garagem, e normalmente a babá das crianças já tinha ido embora quando Brittany chegava do trabalho.

– A dona Santana tá no banho. Ela teve um dia difícil no hospital. Eu tô esperando ela terminar.

O coração de Brittany se apertou. Santana exercia a profissão dela com paixão rara, por isso os dias difíceis a machucavam fundo, e, às vezes, ela precisava de alguns momentos sozinha para se recompor e não deixar a barra pesada influenciar na harmonia da casa. Depois que as crianças fossem dormir, Brittany oferecia o ombro para a esposa desabafar. E se a morena quisesse, outras partes do corpo também.

– A senhora pode ir. Eu seguro as pontas. - Brittany precisou rir da expressão apreensiva que fez a velha senhora desviar o olhar do dela. – Eu prometo não deixar ninguém pôr fogo na casa.

– Eu não me importo de esperar.

– Eu sei, mas o trânsito tá horrível e a senhora vai chegar tarde em casa. Pode ir tranquila.

Depois de alguns segundos de indecisão, ela cedeu e pegou a bolsa do chão, ao lado da porta.

— Obrigada, dona Brittany. Até segunda.

– Bom final de semana, dona Lenita.

A loira tirou o tênis e deslizou de meias pelo piso de madeira da casa. O caminho para chegar ali foi longo, feliz e muitas vezes difícil, mas cada minuto tinha valido a pena. Quando Santana, sempre generosa e corajosa, a perdoou por ela ter detonado o namoro das duas, Brittany agarrou a segunda oportunidade com firmeza. Seu objetivo na vida era não deixá-la duvidar por um segundo sobre ter tomado a decisão correta ao aceitá-la de volta.

Aqueles primeiros anos juntas tinham sido incríveis, pela primeira vez, Brittany sentiu de verdade que Santana a via de igual para igual. Melhorou muito pelo fato de que a loira já havia completado dezoito anos e os pais tinham parado, quer dizer, quase parado de pegar no seu pé e ela tinha liberdade de passar quanto tempo quisesse com a namorada. A espontaneidade de Santana as levou pelas mais diferentes aventuras, desde cursos de fotografia e teatro, até as viagens de última hora, em que as duas saíam de carro, sem destino certo, só elas, o rádio tocando e o vento bagunçando os cabelos.

A maior e mais radical aventura de todas, sem dúvida, tinha começado com uma Santana desorientada lhe entregando o exame de sangue com a confirmação que estava grávida. Foi tudo planejado desde que  Brittany resolveu se mudar em definitivo para a casa de Santana, principalmente porque agora estavam casadas. A decisão de realizar uma inseminação artificial foi ainda mais fácil, pelo desejo da morena em gerar o bebê e a loira concordar de prontidão pois seu maior sonho era ver a esposa grávida. Brittany havia acabado de terminar a faculdade, mas ela e Santana trabalharam muito e com uma forcinha da família da loira, o primogênito Léo foi recebido com todo o amor que um filho merece.

EDUARDA & MÔNICA        BRITTANAOnde histórias criam vida. Descubra agora