7 - Existe razão nas coisas feitas pelo coração?

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Brittany POV

Brittany voltou a olhar para a frente, ainda tonta com o que tinha acabado de acontecer.

Ela teve realmente coragem de contar para Santana sobre o sonho?

E que conversa foi aquela?

Assim é como os adultos resolvem seus problemas, seu coração deu um pulo como se também estivesse satisfeita com a descoberta. É claro que o mérito era todo de Santana e daquele jeitinho de sacar seu estado de espírito, e de uma maneira, ao mesmo tempo, brincalhona e séria, Santana a deixou à vontade para falar sobre um assunto que nunca tinha concebido um dia discutir com uma namorada. Isso porque todas as meninas que ela tinha cogitado namorar não possuíam um pingo da maturidade e sensatez da namorada.

Namorada.

O que ela tinha feito para merece-lá? Alguma coisa formidável, que bateu o recorde de pontos no andar de cima. E cara, Brittany não podia ficar comendo mosca, precisava resolver essa situação e voltar para o lado da sua garota. O seu não foi o único olhar guloso que acompanhou a saída da sua sereia da piscina, demorar era dar chance para o azare e para algum engraçadinho tentar roubar seu lugar.

Sua. Santana era sua. O corpo de Brittany ainda queimava pelo abraço da namorada quase sem roupa.

Namorada!

A garota deu um mergulho e começou a nadar. Após alguns minutos de concentração no ritmo das braçadas e em manter a respiração regular e calma, Brittany estava pronta para voltar para beira da piscina.

- Melhor? - Santana a recebeu com um sorriso e ela se jogou na toalha estendida ao lado da cadeira.

- Você tinha razão, o exercício ajudou. - A loira aceitou a garrafa de água mineral que Santana ofereceu e tomou um gole. - E, por incrível que pareça, a conversa também.

Não precisar mais se preocupar em disfarçar seu desejo por Santana pois ela sabia que acontecia e que, ao contrário do que a afligia antes, não a ofenderia e isso tirou um peso dos seus ombros.

- Que bom. - A morena escorregou a mão por seus cabelos molhados. - Porque além de namorada, você lembra que eu também sou sua amiga. Eu queria que a gente pudesse conversar sobre tudo.

- Eu vou tentar. É que... não é a coisa mais fácil do mundo... admitir ser virgem.

- Claro que é, quer ver? - Santana fez sinal para que a loira se aproximasse e falou baixinho. - Eu sei que eu sou mais experiente, e pra mim é mais fácil disfarçar, mas eu queria que você soubesse que eu morro de tesão por você.

- Droga. - Brittany ficou vermelha imediatamente e virou de bruços na toalha antes que a piscina inteira visse como ela era uma adolescente com os hormônios à flor da pele e sem um pingo de auto controle. Também, nem um santo escutava uma declaração dessas com indiferença. - Você não pode fazer isso comigo.

- Desculpa. - Santana deu uma risada, sem parecer arrependida. - Só mais uma coisinha e a gente muda de assunto. Pode ser fácil disfarçar, mas eu tenho tanta dificuldade pra resistir à tentação quanto você. Só que eu preciso de um pouco de paciência. Eu preciso de um tempo até a gente transar.

Imagens dela e Santana enroscadas em uma cama encheram sua cabeça e a mais nova engoliu a seco. Ela respirou fundo várias vezes porque não era hora de imaturidade. Agora era hora de se comportar como uma adulta e dizer para Santana o que ela precisava dizer. O que ela queria dizer.

- Santana, a gente se conhece há pouco tempo, é claro que eu ainda não tô pensando em sexo. - A loira riu e se corrigiu ao vê-la tirando os óculos escuros e levantando as sobrancelhas. - Tudo bem. Eu penso em sexo pelo menos uma vez a cada dez segundos, mas essa é uma decisão sua. A gente faz quando você achar que tá na hora.

EDUARDA & MÔNICA        BRITTANAOnde histórias criam vida. Descubra agora