Promessa

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— Eu sabia que você viria até nós, só não sabia que seria tão rápido. — Zeke tinha um sorriso malicioso nos lábios ao ver a figura alta a sua frente. — E então, gostou de foder com a vadia da minha mãe? Meu pai não gosta muito.

Erwin o encarava com desgosto, enquanto via Zeke beber whisky em um copo. Desde quando aquele desgraçado sabia de alguma coisa?

— Como você...

— Eu vi vocês no dia do leilão e andei desconfiando dos sumiços dela durante a noite. — Ele falou simples. — Foi um ótimo álibi ela usar Petra para ir junto e enquanto a coitada ficava no carro, vocês fodiam igual dois animais e depois ela pedia para que limpasse a imundice das roupas ou qualquer outra prova que vocês estivessem juntos, não é?

Erwin piscou algumas vezes atordoado, vendo os olhos atrás dos óculos muito perspicazes. Desde quando aquele infeliz sabia de tanto?

— E suponho que depois que a Petra deu com a boca no trombone e falou que minha querida mãezinha andou matando pessoas por aí, você ficou com o cu trancado e resolveu vir até aqui pedir proteção, não é? Aliás, que escândalo seria que o tão político e ficha limpa Erwin Smith fosse pego em um caso tão grave, acobertando crimes e recebendo propina, não é?

Zeke parecia se divertir ao desmascarar aos poucos o policial. Ele havia andado investigando Erwin, principalmente depois que descobriu o envolvimento dele com sua mãe. Não foi algo difícil, eles fodiam muitas vezes na sede da Zeren e ligar os pontos foi fácil. Sabia o quanto Dina era carente de atenção em um casamento que claramente era fachada, envolvendo diversas traições — ela havia descoberto algumas logo nos primeiros anos de matrimônio —, ela não hesitou nem um pouco de sentar em qualquer um que lhe desse mais atenção. Não que Grisha ligasse mesmo, ele só exigia que ela estivesse impecável o suficiente para aparecerem em jornais e entrevistas como uma família linda e bem sucedida.

Mas havia algo que não estava cheirando bem e Zeke nunca errava em seus palpites. Ele sabia que algo estava errado e o malware que fodeu com a rede de sistemas do clube não foi uma coincidência. Eles ainda estavam penando para recuperarem tudo e tinha algo mais grave do que isso: toda a documentação das garotas havia desaparecido completamente, quase como se fossem roubadas e aquilo era sério, se alguém fora do tráfico que faziam descobrisse algo, estavam fodidos e atrás das grades.

Era um fato que as joalherias e os diversos clubes que tinham era apenas uma fachada para lavagem de dinheiro de algo muito maior. A Zeren era uma das melhores joalherias do país atualmente e mesmo que esse posto fosse visível para todos, a ganância de seu pai sempre falou mais alto. Assaltos, roubos, falsificações, ele não deixaria que ninguém roubasse esse posto dele, ele não deixaria que a elite tivesse preferência por outras joalherias e jóias, para ele era algo quase inadmissível.

Durante todos esses anos as coisas estavam dando certo, os roubos saíam sempre perfeitamente bem; no entanto, algo não lhe cheirava bem desde o roubo daquele ano, há meses atrás. Ele tinha a sensação de que estavam sendo observados, de que olhos sagazes e espertos estavam pairados sobre eles, observando-os com afinco e encurralando-os de forma despretensiosa, mas que quando dessem conta, estariam a um passo de cair do precipício. Isso tudo somado, coincidentemente, à aparição repentina daquele namorado de Eren, por quem não tinha um mínimo de simpatia.

O jeito daquele baixinho era diferente, ele parecia saber encaixar-se perfeitamente no lugar posto e, se observasse bem, ele apareceu exatamente depois do leilão.

Não era muita coincidência? Seus instintos nunca falhavam, ele tinha certeza que tinha algo que não se encaixava ali.

— Se quer saber, minha mãe não matou aquelas pessoas e muito menos é louca. Tivemos que pegar aqueles diagnósticos falsos e entregar pra ela sair, agora se ela ficar louca no meio dos doidos do hospício, é outra história. — Ele deu de ombros. — O que veio fazer aqui?

Love Shot (ERERI - RIREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora