Mistakes

20. Definindo

WANDA MAXIMOFF

Me remexi sobre a cama, me aconchegando no calor que emanava ao meu lado. Conforme as memórias da noite anterior iam inundando minha mente, sorri ainda de olhos fechados, sendo invadida por um sentimento de alegria sem tamanho.

- Gosto de acordar com você. -a voz rouca de Natasha sussurrou ainda sonolenta.

- Você sempre acordando antes de mim, não é justo. -abri os olhos para encará-la, vendo seu rosto bonito bem próximo ao meu.

- Meu sono não é dos melhores, embora com você eu consiga dormir mais tranquilamente. -assenti, fechando a distância entre nós com um selinho prolongado.

Eu sabia o que ela queria dizer, os pesadelos e sono inquieto também me assombravam muitas noites. Tínhamos dividido uma cama apenas duas vezes, mas eu também me sentia extremamente confortável perto dela. As coisas tinham realmente mudado.

- Não tenho palavras pra descrever a noite de ontem ...-falei, de repente sendo bombardeada com memórias e sensações.

- Foi incrível. -ela disse com um sorriso safado. A Natasha tímida e insegura aparentemente continuava longe. - Você é incrível, eu nunca vivi nada comparado a isso.

Absorvi suas palavras por um momento e entendi que me sentia da mesma forma. Minha breve vida amorosa tinha sido um desastre por diversos motivos, o que sempre me fez ser reclusa e incerta sobre me envolver novamente, mas com Natasha não era assim.

Com Natasha eu não queria respeitar regras e etiquetas, tudo que queria era dar espaço para aquele sentimento crescer e se intensificar como vinha acontecendo, mesmo quando era contra a minha vontade.

- Vem, vamos levantar. Mais uma palavra galanteadora sua e eu te prendo nessa cama pelo resto do fim de semana. -ela riu de mim e se desvencilhou do meu corpo.

- Gosto dessa oferta e estou disponível, inclusive. -foi a minha vez de rir e estapear seu braço em brincadeira.

Embora a Natasha tímida despertasse um instinto protetor enorme em mim e me fizesse querer ficar ainda mais próxima a ela, essa versão sem filtros e descontraída me conquista de uma maneira surreal. Eu adorava a confiança e a sedução que ela emanava quando estava assim.

Levantamos juntas e tomamos um banho em meio a beijos e carícias. Eu estava verdadeiramente considerando a possibilidade de me trancar com ela nesse quarto e não sair nunca mais. Ou pelo menos não sair por um bom tempo.

Descemos as escadas de mãos dadas e minha mãe foi a primeira a nos ver. Seus olhos foram de imediato para nossas mãos e depois me encararam com um misto de espanto e satisfação. Dona Irina me conhecia e sabia que eu jamais levaria alguém em casa se não fosse importante.

Natasha apertou minha mão com um pouco mais de força, começando a ficar nervosa com a situação. Devolvi o aperto em sinal de conforto e continuei descendo as escadas.

- Bom dia, garotas! Dormiram bem? -minha mãe cumprimentou com um sorriso simpático, mas sem deixar de implicar com o fato de Natasha estar saindo do meu quarto às 8 horas da manhã.

Eu podia ver o rosto dela ficar vermelho e seus olhos encararem o chão, sorri para o seu jeito tímido e a trouxe para mais perto de mim quando chegamos na cozinha, passando meus braços ao seu redor.

- Bom dia, mamãe! -a cumprimentei.

- Bom dia, Irina. É um prazer vê-la novamente. -Natasha sorriu e minha mãe sorriu para ela de volta.

Lembrei do dia que elas se conhecera no estacionamento do supermercado, as coias eram tão diferentes ali, eu sequer poderia imaginar que tudo isso aconteceria entre nós. Aquela Wanda jamais se imaginaria completamente apaixonada por Natasha Romanoff, mas era algo que eu simplesmente não podia evitar.