2. Natasha Romanoff

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WANDA MAXIMOFF

Encarei aqueles olhos que tanto me assustaram por mais tempo do que deveria. Lembro de, no passado, achar os olhos dela verdadeiramente lindos. E depois de tê-los em minha mente quando sonhava com todo o mal que ela me fazia, mas agora eles pareciam simplesmente tristes.

Continuavam verdes e chamariam a atenção de qualquer pessoa que os visse, mas eram opacos e carregavam muita dor.

Me perguntei porque estava ali, parada enquanto analisava os olhos daquele demônio e simplesmente me virei, dando as costas para ela e para o passado. Me apressei em sair o mais rápido possível, mas sua mão em meu braço impediu minha fuga.

- Nunca mais encosta em mim! -disse entredentes, raiva queimando em cada pedaço do meu ser, sua mão pousando exatamente em cima da minha cicatriz escondida pela manga da camisa.

- Desculpe. -ela disse com pesar, sua mão saindo do meu braço imediatamente. - Eu não queria assustá-la.

- Você não me assusta mais, Natasha. -menti descaradamente, mas ela não precisava saber disso.

- Bom, isso é bom. -ela encolheu os ombros, e naquele momento pareceu tão pequena que me fez sentir bem. - Wanda eu sinto muito por tudo que fiz. Tenho tentado reparar todos os danos que causei e achei que nunca conseguiria dizer essas palavras diretamente a você.

Aquilo me pegou de surpresa. Natasha Romanoff nunca pedia desculpas, nunca demonstrava arrependimento. De todas as coisas que poderiam sair de sua boca, isso jamais seria o que esperaria.

Eu não sei qual era o plano que ela estava tramando agora, que tipo de pegadinha nova era essa em que ela brincava de ser uma mulher indefesa, mas eu não cairia.

- Eu era realmente uma grande idiota no passado, mas insulta a minha inteligência você achar que continuei sendo. -ri ironicamente e ela me olhou confusa. - Não caio mais nos seus joguinhos, Romanoff. Não compro essa personagem.

Ela parecia desconfortável com minhas palavras, seu corpo se movimentando de forma inquieta como se tentasse dissipar uma tensão. Eu poderia dizer que era dificultoso para ela estar ali, poderia se não a conhecesse e não soubesse do que ela é capaz.

- Não é um jogo, Wanda. -ela disse, enfiando suas mãos nos bolsos do jeans surrado e baixando o olhar. - Mas eu não esperava que você conseguisse me perdoar de primeira. Então tá tudo bem.

Era difícil comparar a Natasha confiante e maldosa das minhas lembranças com essa pessoa que estava agora em minha frente. Havia uma diferencia notória, mas eu não me deixei levar por isso.

- Se é perdão o que veio buscar aqui, é melhor dar meia volta e ir embora. -falei duramente, raiva queimando em minhas palavras. - Eu não vou perdoá-la nunca.

Depois disso ela realmente se foi. Sem dizer nenhuma palavra a mais, sem olhar para mim. Fiquei agradecida pelo seu recuo, nosso encontro de poucos minutos tendo drenado absolutamente todas as minhas energias.

Não era nem metade do primeiro dia de volta e eu já queria fugir.

Pietro me olhou com cautela quando entrei em casa novamente, se aproximando de mim com preocupação.

- O que aconteceu? Você está pálida! -ele me guiou até o sofá para que eu me sentasse.

- Vi um fantasma. -disse simplesmente, sem querer estender aquele assunto.

Ele analisou minhas palavras por um momento, como se tentasse descobrir algum sentido por trás delas, mas deixou de lado. Seus braços me envolveram em um abraço caloroso e ele me segurou naquela posição por algum tempo.

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