O barulho do trovão me despertou a alguns minutos, mas era como se não tivesse diferença de qualquer forma. Eu cochilava e acordava, não conseguia dormir direito. Tudo o que eu pensava era nessa vida que estava sendo gerada em meu útero.
Eu costumava me sentir sozinha nessas noites, mas eu sabia que realmente não estava, digo, fisicamente.
Passei o resto do dia pensando sobre os próximos passos da minha vida, e dormi pensando nisso. Como disse, não durou muito tempo, mas foi o suficiente para eu sonhar com um pequeno embrulho amarelo de cabelos cacheados em meus braços. Foi muito rápido, mas lembro-me de me sentir a pessoa mais feliz do planeta terra, era um sentimento tão leve, tão sereno, tão diferente. Eu não sei explicar. Era como se eu tivesse tanto amor transbordando em meu peito que tudo o que eu fazia era derramar esse sentimento no pequeno embrulho no meu colo.
Acordei assustada com um barulho de trovão, e como se fosse real, a primeira coisa que fiz foi tentar proteger aquele bebê que não estava em meu colo mais, um sentimento de perda me atingiu imediatamente.
Não existia bebê em meu colo, não existia ninguém nos meus braços para protegê-lo do trovão.
Mas eu sabia.
Não estava aqui, deitado no meu peito, mas estava dentro de mim.
Eu quis chorar de novo, mas com aquele mesmo sentimento do sonho que tive. Não era nada comparado ao que senti quando descobri.
Deitada no meu quarto, com o barulho dos trovões e da chuva forte e toda a escuridão, eu sabia que algo iluminava minha noite, meu peito transbordava de amor, queria gritar para que todos ouvissem o que eu tinha a dizer. Minhas mãos agora já eram íntimas da minha barriga e da pequena protuberância, eu passava e passava, queria sentir.
Eu sabia agora. Sabia o que eu tinha que fazer.
Me sentei na cama e nem percebi, mas eu sorria, eram risos se misturando com lágrimas de alegria, eu finalmente soube.
Soube que aquele pequeno serzinho que crescia dentro de mim precisava do meu amor mais do que ninguém. Ele precisava de mim e eu dele. Porque no meio de tudo isso, ele me encontrou. Me fez sentir esse sentimento que até então era desconhecido para mim, mas que me faz tão bem. Me fez sentir como alguém especial por querer cuidar e ser responsável pelo resto da minha vida de outro alguém.
Eu senti aquilo, esse amor elétrico dentro de mim. Ainda vinha uma grande jornada, mas eu estarei pronta, estarei cuidando da minha nova coisa, minha nova pessoa preferida.
Eu não vou deixá-la ir agora que a tenho. E tudo o que eu precisei foi ser atingida por esse amor elétrico.
Meu coração bate forte enquanto estou mais uma vez em frente ao espelho, me analisando agora que sei o que quero. Agora que sei que quero esse bebê para mim.
Meu sorriso era bobo, era como se eu tivesse nascido de novo.
Mas uma parte de mim ainda se preocupava, terei que marcar consulta imediatamente por causa do sangramento que tive todos esses meses, me preocupava pensando se essa era a melhor decisão e se eu vou dar conta disso tudo.
Será que eu vou ser uma boa mãe?
Eu peguei meu celular e bati uma foto, a primeira foto da minha barriga, ainda estava tão pequena, mas dava para perceber que tinha algo anormal lá.
Era madrugada e estava possuída por esse sentimento que explodia no meu peito, meu bebê. O meu bebê me fazia sentir assim.
Encaminhei para o grupo das meninas a foto com a legenda "Estou grávida :)"
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We'll be alright H.S
Fanfiction[Livro 2: Certifique-se de ler We'll be a fine line antes de continuar com esse.] O álbum foi lançado. Sentimentos foram expostos para o mundo. E o casal que sempre preservou a intimidade, agora era alvo do mundo todo com seu relacionamento conturb...