ALVO

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As aulas da manhã ocorreram bem. Scorpius ainda não precisou abrir a boca diante da turma. Eu já estou com as bochechas e barriga doendo de tanto que já ri da sua voz de esquilo. Estou lavando minhas mãos enquanto espero Scorpius usar o banheiro.

- Estou com tanta fome! - Ele anuncia fazendo movimentos circulares na barriga. O que torna tudo mais engraçado com a voz aguda e nasalada.

- Vamos então pegar suas nozes? - Não resistir em dizer, é o esquilo mais fofo que existe.

- Você está me...achando fofo? Uau, quase não está sendo grosso feito cano de passar basilisco. - Scorpius me diz e eu o empurro fraco, só para botar moral.

Sentamos na ponta mais excluída da mesa da sonserina, e agora estou torcendo para que Rosa e Tiago não venham perturbar a gente.

- Não vai usar sua chave hoje? - Pergunto a meu amigo quando vejo que ele colocou sua chave em uma correntinha em seu pescoço.

- Sabe...é...meu pai me deu essa chave porque... Bem...Ano passado quando eu perdi aquela aula de herbologia, eu não estava no banheiro...

- Certo, prossiga esquilinho.

- Não me chama de esquilo! - Me censurou com um olhar bravo. - Continuando... os meninos da nossa sala, tinham me trancado em um armário no corredor depois de roubarem minha varinha. Fiquei por lá até que uma Corvina me tirou.

- Porque não me contou? Eu teria quebrado a fuça deles!

- Por isso eu não falei. Mas agora eu posso sair do armário e de qualquer outro lugar. Por isso meu diz que é de qualquer lugar que tenha porta para outro que também tenha.

- Você conversa mesmo sobre tudo com seu pai né?

Scorpius concordou com a cabeça, e a boca cheia demais para responder. Começo a comer o almoço também, torcendo para ter uns minutinhos de descanso até a próxima aula da tarde.
Minha esperança de ter um descanso acabou quando sou chamado na direção porque o meu pai está na escola. Isso é...tão estranho. Ele não queria ter que entrar aqui durante as aulas e sei disso porque ele detesta como as pessoas babam ele.

- Scorpius, vou encontrar meu pai. Quer me esperar no banheiro? Não devo demorar, ele nunca tem nada para conversar comigo.

Aviso a meu amigo e o deixo no banheiro me esperando.

*******

- Alvo! - Meu pai diz meu nome com receio.

- Oi pai.

- Parabéns, filho...te trouxe um presente.

Merlim sabe o quanto fiquei feliz ao ver que era uma caixa e não uma vassoura embalada. A tempos que meus pais tentam me fazer gostar de quadribol, mas para mim, é só mais um esporte.

Pego a caixa e agradeço.

- Não é nada...comercial. Eu só quero que a gente se aproxime. Nesta caixa estão algumas recordações do meu tempo de escola.

Sério? Ganhei velharia no meu aniversário de 12 anos? É claro que não vou dizer isso.

- Obrigado, pai. Deixei Scorpius sozinho e já já começam as aulas. Preciso ir, mas obrigada de novo, por ter vindo.

Meu pai me abraça e eu permaneço imóvel. Não é o tipo de abraço quente e paterno que se espera.

- Você pensou nisso sozinho? - Pergunto quase que automaticamente, porque ele nunca foi muito criativo.

- Não, sua Tia Hermione me deu a ideia hoje mais cedo. - Ele responde sem muito pensar e eu fico surpreso com sua honestidade.

- Hoje cedo? Que legal hein! - Falei querendo parecer irônico mesmo.

Qual foi seu desejo, Scorpius? [Drarry]Onde histórias criam vida. Descubra agora