Amor

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O amor,
Para muitos tem um sabor.
E para cada um é diferente,
Cada um,
De uma forma o sente.

Para alguns,
É doce como um lótus,
O doce da flor.
Para outros,
Cítrico e amargo,
Como um limão estragado,
Amargo como a dor.

A cor do amor,
Para uns,
É a mais bela.
Uma mistura de tintas,
Como nuvens no fim da tarde,
Coloridas, pigmentadas,
Ao pôr do sol,
Pintadas.

Para outros,
É triste,
Bege e cinza,
Sem auto-astral.
Bege e cinza,
Cores pacatas,
Que mostram chateação,
As cores de um criminal.

O cheiro,
Doce como um perfume francês.
É de longe sentido,
E paralisa o freguês.

Pode, também, ser horrível,
Ardendo as narinas
Ao ser sentido.
O amor,
Pútrido como a morte,
Com o odor de carniça
Pelo ar subindo.

O amor,
Pode ser gostoso,
Como um edredom de penas,
Lhe enrolando e lhe aquecendo,
Fofo e delicioso.

Pode ter também,
A suavidade de uma flor,
As pétalas leves e macias.
Estas, apenas disfarçando,
Os espinhos
Da rosa sombria.

Escondido pela natureza,
O amor sendo uma faca,
E enganando com sua beleza.
Golpeando os que caem
Que caem no feitiço,
Que caem na ilusão
Na ilusão do amor,
Mergulhando na podridão.

O amor,
Para certas almas,
Realmente belo,
Delicioso,
Confortável.
O amor,
Para alguns vivalma,
Para estes,
Implica em calma.

Para outros,
O amor se esconde,
Por trás de uma armadura de beleza
Sai rasgando os corações com uma faca.
A faca envenenada,
Envenenada pela tristeza.

Empunhada com destreza,
Apunhalada profundamente
No peito do pobre apaixonado,
Que não teve tempo de correr
Ao sentir o perfume francês
Que de fato,
Com a morte,
Paralisou o freguês.

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(12/03/2022)

Da Alma Para Palavras- PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora