A Fera

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Para minhas mãos humanas olho,
Pele lisa e pálida,
Dedos estranhos,
Unhas curtas e esquálidas,
Mãos frias.

Para o espelho me volto
Meu corpo monstruoso,
Coberto de pelos de animais,
Chifres de búfalo saindo de meu crânio
Por uma juba envoltos.
Corpo desfigurado.

Há muito fui amaldiçoado,
Olhando no espelho vejo a fera,
Olhando para baixo vejo uma pessoa.
O que sou eu de verdade?
Minha maldição me tira da ilusão
E me mostra a realidade?
Ou me afunda na psicose,
Me prendendo em minha neurose?

Não importa, se parar para pensar,
Estou louco sabendo ou não,
Agunstiado por não saber,
E em pânico por imaginar.

Não há resposta agradável,
Meu destino é palpável.
Só há uma saída para minha agonia:
Embarcar no único trem só de ida.

(22/09/2024)

Da Alma Para Palavras- PoesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora