Teresa acordou quando sentiu a cabeça de Lando tombar sobre o seu ombro. Ela nunca o iria admitir mas tinha ouvido Lando falar sobre o que sentia por ela e toda a confusão que tinha sido a vida do piloto no curto terminar da sua relação. A jovem sentia-se um pouco culpada, ela não se tinha apercebido no estado em que Lando estava quando o deixou e agora que olhava para trás percebia que na verdade as coisas estavam mal desde que Teresa tinha sido despedida da McLaren, percebia agora que o piloto se sentia culpado, mas agora que tinha tomado a decisão de que se ia focar na recuperação do piloto e em lutar contra aquela clausula sabia que podia fazer a diferença.
Lando acordou quando sentiu os dedos de Teresa passarem sobre os seus cabelos, involuntariamente sorriu, para ele ainda era irreal ter a jovem ali de volta e sabia que ela ia estar ali sempre para o ajudar e suportar em tudo o que ele precisa-se.
- Desculpa se pouco fui insuportável, mas quando tenho sono e tenho que acordar cedo a coisa não corre bem.
- Já estou habituado a isso amor, tens péssimo humor de manhã, depois acabas sempre por pedir desculpa, esta tudo bem.
Teresa sorriu e abraço Lando que sorriu com o gesto da namorada, no fundo o piloto sabia que a sua caminhada ia ser longa mas sentia que já estava a andar para a frente e que com o acordo da McLaren com a Mind podia ajudar mais pessoas a falarem sobre a saúde mental, já que era um tema tão pouco abordado no mundo da fórmula 1.
Lando foi acordado do seu pensamento quando ouviu Teresa a chamar por Duarte que rapidamente desceu as escadas, tropeçando no último degrau, fazendo Teresa e Lando cair no riso.
- Bem...vamos?
- Sim vamos Lando?
O piloto olhava sério para a namorada e para o amigo, parecia prestes a cair para o lado, não sabia a razão, mas estava nervoso por ir visitar a instituição. Teresa percebeu o estado do namorado e fez sinal a Duarte para ir andando até ao carro. Assim que Duarte desapareceu do campo de visão de ambos , Teresa apressou-se a ir até à do Lando.
- Ei amor... está tudo bem, eu estou aqui.
- Não sei se estou pronto para ir, tu não devias de fazer isto por mim, não tens que deixar tudo por mim...
- Lando isto é amor. Já era amor antes de ser.
- Amor antes de ser?
- Amor foi a forma como tu me abraçaste no segundo encontro, me puxaste para mais perto de ti e me apertaste como se dissesses " por favor, cria raízes em mim". Amor foi quando tu me olhaste e eu tirei o telemóvel do bolso para mexem em qualquer coisa que servisse de desculpa para eu desviar o olhar, e só queria abrir qualquer buraco para entrar e esconder-me de ti. Amor foi quando tu arrastaste a cadeira para perto de mim e colocaste os braços nas minhas costas. Quando tu encontraste um amigo no shopping e me apresentaste como tua namorada mesmo não sendo oficial. Foi quando tu me abraçaste na vinda para casa e já fazias planos para o outro dia. Quando tu atiraste o braço direito por trás de mim e me pescaste para mais perto de ti, foi quando o teu braço ficou dormente e tu não te queixaste, foi quando encostaste o meu rosto no bolso do teu blazer e apertaste o meu queixo com o polegar e o indicador. Amor foi à vinda para casa quando tu me seguraste pela cintura e encostaste a cabeça ao meu pescoço. Amor foi quando tu escreveste, sem perceber, o número do meu telefone e me ligaste, quando na verdade querias ligar para o banco. Amor foi as nossas conversas lonas e o silencio de quando não existia mais assunto e recusávamos desligar a chamada. Amor foi quando eu espirrei e tu mudaste o caminho para a farmácia mais próxima, foi quando eu reclamei do frio e tu chegaste mais perto, envolveste as tuas mãos nas minhas e me disseste que só não tiravas a camisa para me aquecer porque eu não ia gostar.
Amor foi quando tu me mostraste a lua e falaste algo sobre os signos como se estivesses a mostrar que o universo inteiro e essa energia toda diziam sobre nós. Amor foi quando tu me surpreendeste com os bilhetes para o concerto que eu esperei o ano inteiro. Foi aquela nossa viagem de fim de ano. Aquele beijo debaixo do chuveiro, aquela carta que escrevi à ultima hora e te enviei, foi quando as rosas que te dei murcharam e tu guardaste uma pétala dentro do teu livro favorito como recordação. Amor foi quando tu aceitaste sair quando estava a chover, e quando preferiste ficar na cama comigo num dia de sol. Foi amor quando todo o muito se tornou pouco, todo o tempo se tornou curto, cada sorriso uma eternidade e a saudade algo incalculável. Foi amor porque todas as noites pareciam únicas e cada dia era uma nova oportunidade para te ver e te sentir.
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