Reconciliação

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Acordei com fome, sede e uma fraqueza enorme. Por um momento não reconheci o lugar, mas notei que havia alguém me segurando. Movi a cabeça com dificuldade por conta da dor no corpo e notei que era Thomas, ele estava com o semblante inquieto, embora esteja adormecido ele aparenta angústia. Percebo que estou com o vestido desamarrado e com pele exposta, Thomas está seminu e a última coisa que me lembro é do frio e da tosse massacrantes na estrada. Como vim parar aqui? Não me importa muito agora, queria beijá-lo, mas estou fraca demais para me mover.

-Thomas! -Sussurro me aproximando de seu ouvido. Sinto ele apertar os braços em volta de mim, o chamo novamente e ele abre os olhos, lentamente.

-Lily, você está viva! -Ele parece surpreso.

-Sim, o que aconteceu? Como vim parar na cama com você?

-Eu fui atrás de você e a encontrei caída na estrada, estava queimando em febre. Eu e Betty cuidamos de você, Thadeu buscou o médico que nos disse que você estava muito mal, você passou a noite alucinando e tremendo, eu não sabia mais o que fazer e decidi usar meu corpo para aquecê-la!

-Thomas, eu...

-Shhh, eu preciso pedir perdão por tudo isso, é minha culpa. -Seus olhos me olhavam com medo, parecia que ele também sofrera enquanto eu, aparentemente, queimava em febre durante a noite.

-Por favor, Thomas, não se condene por isso! Eu não deveria ter fugido dessa maneira, foi um plano idiota e malsucedido. Mas, pelo menos... -tossi interrompendo a frase –me trouxe de volta a você! -Sorri da forma mais sincera que podia nas circunstâncias em que me encontro. Thomas olhou para mim, ainda com o olhar assustado, mas esboçando agora um sorriso tímido.

-Ora, vamos! Eu estou viva, veja, não precisa mais ficar assim... Venha, me deixe tocar seu rosto! -Eu ergui a mão e o chamei para mim, ele deixara que uma lágrima caísse e pela primeira vez percebi que ele deve estar revivendo tudo o que viveu tragicamente com Nicolle, mas dessa vez não era pelas mãos de minha prima, era pelas minhas próprias mãos. Eu poderia mesmo ter morrido! Thomas então, ergueu o rosto em direção as minhas mãos e me permitiu tocá-lo. Meus dedos seguravam seu rosto, que ao sentir meu toque deixava nova lágrima rolar e fechando os olhos suspirava um suspiro de alívio.

-É culpa minha você quase ter morrido, Lily... Eu...

-Shhh, por favor, não! Só quero tocá-lo um pouco. Senti tanto sua falta, Thomas.

Ouvimos uma batida na porta e logo em seguida ela se abrira, Betty vinha ver como as coisas estavam comigo.

-Aaah, que coisa boa. A senhorita está acordada e Thomas vista uma roupa, sim? -Rimos os três ao constatar que realmente sir Thomas para me aquecer tirara suas calças e camisa, ficando apenas com a roupa de baixo, dei graças a Deus por não ter ficado completamente nu, sei que Betty o tem como filho, mas seria uma cena muito estranha encontrá-lo chorando e nu com o rosto em minhas mãos.

-Trarei uma bandeja de café da manhã bem reforçada, tenho certeza de que está com fome menina e Thomas precisa se alimentar também!

-Obrigado, Betty! -Thomas a acompanhara até a porta enquanto terminava de abotoar a blusa. Logo ele se voltara para mim e agora abria um sorriso, estava mais aliviado aparentemente.

-Me diga, deseja algo?

-Sim, me ajude a sentar por favor e eu estou com muita sede!

Ele caminhou até mim e me ajudou a sentar, depois pegou um copo de água da jarra que estava na cabeceira da cama. Um tempo depois Betty veio com nosso café e comemos sem tirar os olhos um do outro e Thomas, que estava muito afobado provavelmente por se culpar pelo que me acontecera, não parava de me perguntar como eu estava me sentindo. Eu o olhava querendo agarrá-lo, não o fazendo, pois, mal me aguentava por muito tempo e precisava me deitar novamente.

Love in the Dark: Sir Thomas SharpeOnde histórias criam vida. Descubra agora