Love in the Dark: Sir Thomas Sharpe

Para Sempre!

O cheiro de madeira queimando, não foi isso que me fez acordar. Fora Thomas, com a delicadeza de um lorde, mas com a urgência de um filho prestes a perder sua mãe. Sua mãe, Thomas nunca me contou sobre sua verdadeira mãe, sobre sua família, eu só sabia que ele havia perdido os pais ainda menino. E então ele teve Betty. Betty era daquelas mulheres fortes que não tem medo de nada, ou não aparentam ter e que servem aos seus patrões de forma tão amorosa que acabam se tornando quase da família. E essa era ela, a mãe de criação de sir Thomas e agora a obsessão de Lucille colocava tudo por um fio, ela é tão instável que temo que ela faça mal a Betty apenas para ver a morte de toda a esperança de sir Thomas. Se eu pudesse...

-Se eu pudesse voltar atrás, teria aberto mão de você para te ver feliz! -Eu disse agora abrindo os olhos lentamente enquanto recobrava a consciência após o desmaio, que desconfio não fora apenas pela situação. Ah, meu amor, se eu pudesse lhe contar que aqui dentro de mim cresce o fruto do nosso amor, do amor mais puro que eu jamais acreditei que viveria. Se você soubesse, se eu pudesse.

-Ah, Thomas...

-Meu amor, não diga uma bobagem dessa! Não é culpa sua, eu não conseguiria viver longe de você, existe um elo que nos liga e eu temia que se esse elo se partisse eu simplesmente cairia morto. -Thomas me segurava em seus braços e me olhava com seus grandes olhos azuis, eles estavam tristes, mas também estavam irradiando sinceridade.

-Você nunca me disse que se sentia dessa forma, Thomas. Você nunca se abriu assim! -Eu estava surpresa e ao mesmo tempo emocionada com tais palavras, ele já havia me dito que me amava, mas nunca disse nada mais que isso. Ora, mais o que será que eu buscava nele? Será que por ouvir tantos "eu amo você, Lily" de pessoas que não falavam sério realmente me fizera duvidar de um verdadeiro "eu te amo, Lily"? Mas, ele já me provara que me amava, ele largou todos que amava, tudo que conhecia, toda uma vida para fugir comigo, embora tenhamos sido malsucedidos no nosso plano de fuga. E ele levara uma surra tão violenta que quase o matara, não levou? Por mim. Por me amar. Existem atos que falam mais que palavras e Thomas provara de inúmeras formas e atos concretos que de fato ele me amava, mesmo tendo dificuldades em expressar em palavras, ele nunca cansou de expressar em gestos.

-Depois que eu perdi Nicolle da forma que eu perdi, depois que Lucille destruiu minha liberdade, eu estava seco por dentro, desconfiado de qualquer um e na defensiva. Você, naquela tarde chuvosa, se lembra? Você naquele dia mexera comigo, eu senti desejo por você, sim, mas eu senti algo mais também! Tentei me afastar, afastar o meu pensamento de você, tentei ser indiferente, mas você tão doce, tão alegre, tão forte, me cativara e não teve nada que eu fizesse no mundo que me fizesse esquecer de você, minha... minha menina, minha doce Lily, meu lírio! -Ele olhara para mim, fixamente, mas com a feição agora suavizada, um sorriso entristecido sim, mas sincero.

-Thomas, se você soubesse o quanto eu amo você. Eu daria tudo pra te ver feliz de novo, meu amor!

-Lily, eu preciso ir agora. Preciso ajudar, Betty! Eu quero que saiba que a amo e darei um jeito de me livrar de Lucille e encontrá-la novamente, mas por enquanto, eu preciso que você volte para casa, para sua família e fique segura.

-Não, Thomas! Você precisa ir ajudar Betty, mas eu irei junto.

-Lily, por favor, esse não é o momento...

-Esse é o momento, Thomas. Vamos enfrentar Lucille, juntos, eu e você! Se algo me acontecer, ao menos eu estava onde deveria estar, ao seu lado.

-Lily... -Ele apenas me olhou pendendo a cabeça para o lado e com os olhos como os de quem implorava para que eu reconsiderasse, mas eu não reconsiderei e ele sabia que era inútil. Então, ele apenas erguera a mão para mim, suspirou e esperou que eu a segurasse.