Loucura

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Lucille não respondeu nada, apenas me analisou assim como analisou o quarto e retornando o olhar para mim. Ela então passou a mão nos lençóis e olhou sorrindo para mim. Depois ela olhou para Betty e também sorriu.

-Bem, eu preciso que vá comigo até a cidade mais próxima.

-Para quê?

-Ora, para me ajudar a escolher os tecidos para meu vestido de noiva e as roupas que usarei em minha viagem de núpcias. Foi para me ajudar com meu casamento que você veio até aqui, não foi, querida?

-Claro, prima! Você deseja ir a que horas?

-Sairemos, nesse instante!

-Nesse instante?

-A não ser que você tenha outros planos?

-Na... não tenho, vim para ajudar você!

-Ora, mas que bom. Talvez... queira a companhia de Thomas? -Ela me olha com um olhar que me assusta, mas eu entendo que ela está jogando. Ela desconfia, mas não tem provas. Seguirei o jogo de Lucille, mas agora tenho certeza de que ela está cismada e provavelmente por causa da recusa de Thomas em ser dela novamente.

-Eu não preciso de sir Thomas, Lucille. A menos que você o deseje, conosco eu digo, não vejo utilidade para ele!

-Eu o desejo..., mas não nessa viagem! Nessa ele só iria atrapalhar meus planos. -As cartas estão postas na mesa, nos olhamos esperando alguma confissão com esse jogo de palavras, mas nenhuma das duas caiu por completo na armadilha. Eu apenas a olhei, sorri e concordei com a cabeça.

-Ótimo, troque de roupa e sairemos já!

-Preciso levar uma troca de roupa?

-Não terá tempo! -Ela agora me olhava com um olhar um tanto perdido, e um sorriso estranho. Mas, não é possível que minha prima se arriscaria em me fazer mal, sem ter certeza de nada e sem ter certeza de que eu sei do caso dela com Thomas, será que ela se arriscaria?

-Como disse?

-Prima, vamos ver tecidos e retornaremos a noite, não precisaremos trocar de roupa.

-Ah, claro. Tudo bem, então! Betty, peça para que Thadeu prepare a carruagem, sairemos agora. -Lucille olhava com os olhos cheios de ódio para Betty, acho que ela desconfia de que algo está acontecendo, mas não tem certeza. Não gosto da ideia de sair só com minha prima, porque ela é imprevisível e eu não sei o que pensar sobre ela. Mas, também pode ser um bom momento para me aproximar dessa pessoa que causa tanto mal e tentar descobrir algo, e Thadeu estará conosco.

Lucille saiu do quarto e me disse que esperaria na sala, Betty me pediu para tomar cuidado com ela e se retirou em seguida. Eu me troquei e percebi que havia ficado um botão perdido nos lençóis. Olhei assustada para ele, estava meio escondido entre as dobras, mas, será que Lucille viu? Será que Lucille imagina que seja de Thomas?

Lucille e eu saímos cedo, ela estava com pressa e eu cansada. Thadeu nos levou até o povoado, uma viagem não tão longa, porém cansativa por conta da estrada.

-Não parece bem, querida! Não deveria ficar ajudando Betty como se fosse uma criada.

-Estou bem, Lucille. Não acho ruim ajudar, ela tem sido gentil comigo, só isso!

-Ela tem sido gentil até demais!

-Que quer dizer?

-Nada, apenas pensei alto. Olhe, estamos chegando a modista que desejo visitar! -Lucille e eu nos olhamos e sorrimos uma para a outra. A verdade é que não entendo mais o que está acontecendo.

Love in the Dark: Sir Thomas SharpeOnde histórias criam vida. Descubra agora