Seis dias se passaram e a rotina da miko fora a de acordar, banhar-se tentar fugir das garras do youkai que não perdia os olhos vermelhos, e acabar sendo levada ao céu até adormecer, acordar comer algo que o youkai lhe trouxesse e ser novamente invadida por ele. Foram longos seis dias e antes da metade ela já estava muito bem acostumada com aquilo.
No começo do sétimo dia ela acordou sozinha e sabia que aquilo havia terminado, ela não sentia a energia maligna do albino, e rio sozinha, não sabia se era de felicidade e alivio, ou de tristeza por ter sido usada e jogada fora, mas de qualquer forma ela levantou-se, banhou-se, vestiu uma yukata que sabia que havia sido Sesshoumaru a deixar ali para que ela se vestisse, afinal ele havia destruído seu uniforme, agora só lhe restava seguir caminho até o vilarejo da vovó Kaede.
Levaria alguns dias para chegar lá, ainda mais com a miko parando para descansar, e durante seus descansos ela treinava o controle de sua energia espiritual, fazendo com que ela expandisse até o limiar de seu limite e a trazia de volta, fazia isto várias e várias vezes, até sentir-se casada, aí descaçava um pouco e voltava a caminhar. Durante a noite era o mesmo processo até cair no sono com uma barreira à sua volta, ela sempre estava com uma barreira à sua volta, queria evitar ser perseguida por algum youkai, então apagou seu cheiro e presença, seria mais fácil voltar daquela forma.
Foram muitas tentativas e erros até acertar em como formar aquela barreira, enquanto não conseguia, tentava ser o mais silenciosa possível e passar desapercebida, sempre se mantendo na direção contraria ao vento, mantendo seu auto controle e não elevando seus batimentos cardíacos, correndo o mais rápido que seu corpo humano aguentava e se escondendo o melhor que podia.
Alguns youkais até tentaram pega-la e quase conseguiram, mas ou foram totalmente purificados ou ficaram gravemente feridos, ao ponto dela conseguir fugir sozinha.
Neste tempo ela teve de aprender a caçar sozinha, uma façanha e tanto para alguém que nunca precisou fazer algo do tipo, mas é como dizem, é na necessidade em que se aprende a nadar.
Uma semana se passou e a jovem finalmente via o vilarejo a sua frente e um sorriso nostálgico apareceu em seu rosto delicado.
A jovem caminhava em meio aos aldeões com um sorriso meigo, cumprimentava a todos com a mesma felicidade, e sorria mais ainda ao ver as crianças correndo e brincando pela campina ali perto, enquanto que vovó Kaede colhia ervas, e foi em direção a velha sacerdotisa que ela caminhou.
- Vovó Kaede, estou de volta.
A mulher levantou-se com seu olho arregalado e abraçou a menina com força.
- Meu Deus Kagome, você quer matar essa velha do coração? As crianças apareceram aqui uma semana atrás dizendo que você sumiu, InuYasha foi até sua era para ver se você havia retornado e ao ver que não o hanyou só faltou arrancar os próprios cabelos, e dois dias atrás eles partiram em busca de você e de mais fragmentos, se ao menos soubessem que você retornaria por conta própria.
Kagome revirou os olhos pela dramaticidade.
- Eu me perdi deles, acho que fui lançada mais longe do que imaginei, posso esperar por eles aqui?
- Claro menina, não precisava nem perguntar, mas me diga por que está escondendo cheiro e presença, eu nem sinto sua energia espiritual.
Kagome riu.
- Fiz uma barreira, afinal meu arco foi quebrado na última batalha, frustrada eu quebrei todas minhas flechas, sem armas para poder usar resolvi me esconder, Miroku havia me ensinado a teoria por trás dessa barreira, mas eu nunca havia tentado usar, até me ver com necessidade dela, eu não poderia ser atacada e morta, apesar de ser mais difícil e levar mais tempo do que eu imaginava para eu conseguir usar ela.
A morena riu e a velha lhe olhou com orgulho.
- Muito inteligente, menina.
As duas voltaram a colher ervas em silencio, até a morena resolver se pronunciar.
- Alguma ideia de quando eles voltam, vovó Kaede?
- Em uma semana creio eu, porque? Vai voltar para sua casa?
Kagome sorriu de canto.
- Não pretendo, estou cansada de ir e vir, vou voltar quando as coisas se acalmarem, afinal já terminei o colegial, não há mais um porquê de tantas idas e vindas, a não ser que o Inu me tire do sério, ai serei obrigada a dar um tempo na minha era para não matar o nosso pobre hanyou.
As duas mulheres riram e voltaram para a cabana. Vendo que tudo estava tranquilo a jovem se encaminhara para a campina atrás da cabana da velha sacerdotisa e ali ficou a treinar, seu poder já alcançava longas distancias e ela podia sentir melhor as energias a sua volta, humanas ou youkais, ela podia criar um sonar capaz de lhe mostrar tudo a sua volta ao descarregar energia o suficiente para isso. Sem perceber a sacerdotisa explorava seus poderes a um nível bem diferente das outras que a antecederam, mas ela sentia que ainda lhe faltava algo.
Os dias iam se passando e a miko treinava a quantidade de barreiras que conseguiria criar e em quanto tempo, no fim daquela semana ela conseguia cria uma barreira atrás da outra em questão de segundos, todos inquebráveis e ainda saia sem estar cansada. Kaede assistia ao treino boquiaberta, afinal em pouco tempo a energia espiritual de Kagome crescera exponencialmente.
A jovem as vezes passava algumas horas meditando, mas tinha vezes em que sua mente lhe levava de volta aos dias em que passara com o lorde e toda a sua concentração ia a baixo, enquanto que a vergonha lhe dominava e ela sentia seu corpo se aquecer. As lembranças as vezes lhe eram vividas demais e causavam sentimentos conflituosos, sentia-se usada, mas não se sentia culpada, quem poderia lhe culpar por ceder aos seus hormônios e as investidas daquele deus em forma de youkai?
Por vezes sentia-se tentada a procurar o youkai para mais uma rodada, mas sentia também que não seria bem-vinda, escorraçada e provavelmente ele entenderia algo errado ali, algo do tipo dela ter se apaixonado por ele naquele meio tempo, o que certamente não era verdade, ela só estaria interessada em ter intercurso com ele, para isso não precisava estar emocionalmente interligada com ele, apesar de sentir atração e saber em quão bom poderia ser aquele tempo gasto com seus corpos interligados.
A morena teve de espantar esses pensamentos, sentia-se uma depravada por sentir-se dessa forma e certamente não voltaria a se deitar com alguém por quem não nutrisse sentimentos profundos, deitar-se com Sesshoumaru fora um erro, um erro que ela estava decidida a não cometer novamente.
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Herança de Sangue
FanficKagome ja nao aguentava mais, nao aguentava seu destino, que parecia seguir o caminho do martir. Cansada de estar sempre a sofrer, nunca destinada a coisas boas, de nunca ser verdadeiramente feliz. Até o dia em que se cansou de seguir esse camino e...