Capítulo 3 Encontro

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Era começo da manhã e a miko observava o nada a sua frente, não pensava em nada em especifico, apenas sentia seu poder espiritual em ebulição, sua mão lentamente estendeu-se a sua frente e seus olhos se fecharam, ela já havia visto Sesshoumaru usar seu youki em forma de um chicote, então porque ela não poderia materializar seu houriki e o moldar na forma de um arco e flecha? Por isso ela começou a visualizar o arco a sua frente, estendendo-se e moldando-se com a energia espiritual, quando abriu seus olhos, lá estava, um arco de pura energia espiritual, ela puxou o que seria a corda e ali uma flecha apareceu e Kagome a soltou, a flecha despareceu segundos antes de acertar a primeira arvore de uma fileira e acertou a que estava atrás e a transformou em pó, a energia se dissipou e a jovem olhou para sua mão, havia uma queimadura ali, uma terrível bolha se formara e estourara, deixando sua delicada mão na camada mais próxima da derme, aquilo doía e muito, mas a jovem estava decidida a ignorar a dor e continuar o que fazia, estava determinada a conseguir produzir um arco espiritual que não lhe ferisse.

A morena deu um passo para trás quando sua visão falhou e o mundo pareceu girar, por alguns segundos sentiu-se perdida, mas logo o mundo voltou aos eixos e ela sentia-se exausta, por isso voltou para a cabana e sorriu ao ver Kaede preparando uma sopa para as duas.

- Logo eles devem estar aqui.

- Sim, o cheiro está maravilhoso vovó.

- Se quiser pode se servir querida, deve estar exausta.

- Mal começou o dia e eu já quero voltar a dormir.

- E irá voltar a dormir?

Kagome riu enquanto voltou a comer.

- Nem pensar, vou treinar mais um pouco, afinal, não há mais nada que eu possa fazer.

A grisalha maneou em concordância, mas não entendia porque a menina treinava tanto, primeiro ela sempre começava com as barreiras, ela dizia que era para controlar o fluxo de energia, depois treinava formas de se utilizar aquela energia e agora criava seu próprio arco com energia espiritual.

- Então antes de retornar gostaria de ver suas mãos.

Kagome terminou a sopa e estendeu as mãos para a senhora, e a grisalha não se surpreendeu ao ver as mãos machucadas.

- Você está se machucando atoa.

Kagome sorriu docemente.

- Já não tenho mais meu arco do monte Azuza, tenho que ter uma arma a minha disposição sempre que possível, vovó, então não diria que é atoa.

- Se você diz, criança.

Kaede passara algumas ervas nas mãos e as enfaixou, queria impedir a jovem de continuar com aquela loucura, mas sabia ser impossível, então apenas observou a sacerdotisa mais jovem acenar com a cabeça e partir para o campo, voltando a treinar a manifestação de seu arco espiritual.

O que antes era um lindo campo no final da tarde parecia uma zona de guerra, buracos, arvores queimadas, outras desintegradas, agora faziam parte da paisagem. Kagome arfava, sua roupa de sacerdotisa estava coberta de suor, seus braços doíam, suas mãos sangravam em carne viva, as faixas usadas por Kaede mais cedo estavam completamente encharcados de sangue e ela por fim deu o dia como encerrado e por isso voltara para a cabana da velha sacerdotisa, no meio do caminho pode ver seus amigos voltando, Sango, Miroku e Shippou estavam montados em Kirara, InuYasha vinha logo ao lado carregando a sacerdotisa morta, a jovem sacerdotisa pensou que aquela cena lhe afetaria, que seu coração iria abrir as feridas, que se sentiria mais uma vez despedaçada, mas ela não sentiu nada, sentia-se indiferente ao que aqueles dois representavam, por isso ficou ali esperando todos chegarem com uma feição de alegria, afinal, estava feliz por ver seus amigos.

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