Peter se remexia impaciente em sua própria cama. Havia feito um juramento para os Meninos Perdidos mas não sabia como cumpri-lo. Storybrooke ficava em um país totalmente diferente da onde ficava Londres e não encontrava registros sobre a cidade nos mapas que roubava dos barcos de piratas perdidos na Terra do Nunca.
Já havia tentado de tudo, até mesmo traçar o próprio mapa que o levaria até a cidade. Contudo, não saber o país dificultava ainda mais a tarefa, ele precisava saber ao menos a região onde Storybrooke ficava para poder planejar a partida para trazer a garota até a ilha.
— Peter, sei que está ansioso, mas tem um movimento estranho na Baía dos Piratas. - Felix se aproximava cuidadosamente, não querendo aborrecer ainda mais o "pai". — Parece ser o navio do Capitão Gancho.
— Como assim?! - Peter levantou rapidamente e pegou a adaga. — Ele foi expulso daqui, não deveria estar de volta!
— Não sabemos se é realmente dele, a cor parece ser diferente, mas a bandeira é a mesma, temos certeza disso.
— Chame por reforços em toda a Terra do Nunca, nos encontramos lá. - Felix assentiu e subiu de volta para a superfície, sendo seguido por Peter.
A dupla seguiu separada, Felix virou a direita chamando pelas Feras e Peter seguiu pela esquerda, segurando a adaga fortemente enquanto pensava qual e como seria o próximo ataque de Gancho agora que ele estava de volta à Terra do Nunca e se caso fosse algum desconhecido, como ele o derrotaria e faria a mesma coisa que fez com cada um de seus inimigos, deixando apenas escapar o Capitão.
Escalou um pequeno morro próximo à praia para poder observar melhor o navio que se aproximava da areia. Apenas a iluminação da lua não era o suficiente para ver nitidamente o navio, porém era possível deduzir que a cor era realmente diferente comparado ao do Capitão Gancho, o veículo tinha as madeiras escuras, quase pretas e cinco espadas desenhadas em tinta prata e dourada ao lado.
Peter não reconhecia o barco, muito menos havia visto um parecido como aquele na Terra do Nunca, então não se surpreendeu quando um arrepio percorreu por seu corpo, simbolizando um perigo em potencial.
— Sininho está convocando todas as fadas para o ataque, só precisamos do seu comando. - Felix apareceu minutos depois, se abaixando atrás de um arbusto.
— Nunca vi um como esse, conhece alguém com um barco daquele? - perguntou para o amigo, que coçou o queixo enquanto procurava por algo em suas memórias.
— O barco parece familiar, não consigo pensar em alguém que conhecemos com um desse jeito. O do Gancho é vermelho e com uma escultura na ponta. Esse tem um desenho de espadas na lateral, é meio difícil enxergar, mas parece que há letras nelas.
— Estamos todos prontos para ordens, Peter. - Sininho se aproximou e pousou no ombro de Peter, que sorriu vitorioso. — O que faremos?
— Esperamos até o barco se aproximar, depois você vai explorá-lo e encontrar o capitão. Por último, o trará para mim e veremos o que querem no meu território. - as fadas soltaram risadinhas malvadas em resposta, fazendo o sorriso de Peter se tornar algo malvado, como se estivesse disposto a machucar quem seja que estivesse naquele barco.
Naquele barco se encontrava Hanna, sentada em uma poltrona de couro vermelho no canto de seus aposentos, analisando o mapa que a levaria á Terra do Nunca cuidadosamente enquanto brincava com sua adaga entre dos dedos, a girando rapidamente e a prendendo na madeira da mesa a sua frente antes de repetir o ato.
— Capitã Jones? - David bateu levemente na porta, que se abriu como mágica. Ele se aproximou e sentou na cadeira à frente da capitã. — Estamos nos aproximando da Terra do Nunca, qual é o próximo passo?
— Esperamos até o amanhecer e então começaremos as buscas. - levantou-se e ajeitou as vestes. — É arriscado desembarcamos durante a noite, devem ter notado o barco e estão esperando para atacar.
— Está falando de quem?
— Feras, Nativos, Fadas... o próprio Peter Pan. - Hanna abriu um baú no canto da sala e começou a carregar as armas que guardava lá. — É um barco pirata, pode ser facilmente confundido com o Capitão Gancho. Não podemos arriscar e parecermos perigosos.
— Se não queremos parecer perigosos, por que está carregando as armas? - Patrick se encostou no batente da porta e a capitã deu de ombros, pegando um lenço em uma gaveta e começando a lustrar o cano de uma pistola de prata.
— Se nos atacarem primeiro, estaremos preparados para nos defender. Não podemos deixar com que eles atrapalhem nossos planos, muito menos aquele que comanda todos.
— Você tem medo do Peter Pan, Jones?
— Acredite, os contos de fadas podem ser bem mentirosos quando eles passam a existir na vida real. - Hanna olhou para os companheiros, que a olhavam céticos. Ela revirou os olhos antes de continuar. — As histórias que contavam para mim no orfanato em Storybrooke são totalmente o contrário do que conhecemos quando crianças, principalmente depois do feitiço de Regina ter sido quebrado e todos descobriram que são esses personagens. Ele pode matar qualquer um de nós se dermos sinais que podem ser mal entendidos e achar que somos um perigo para o território dele e seus aliados.
— Então devemos fazer a barba e nos embelezar antes de desembarcamos? - Patrick riu e se afastou, voltando para seu quarto.
— Não me surpreenderia saber que ele é filho do Gaston, idiota igual. - suspirou e sentou-se em sua cama, passando os dedos pelos cabelos enquanto sentia o olhar de David sobre si. — Tem algo te incomodando, David? A última vez que te vi olhar assim para alguém foi algumas horas atrás quando achava que eu era um clone do mal.
— Estou tentando desvendar como para nós, você só passou um ano fora enquanto para si, se passaram vinte e oito anos mas ainda tem dezesseis.
— Apenas a magia pode explicar esse tipo de coisa, mas eu te prometo que vamos desvendar isso assim que encontrarmos nossas famílias.
David assentiu e deixou a sala, deixando a capitã sozinha finalmente. Hanna estava sentindo um peso enorme em seus ombros, mal voltara para os seus amigos e já tinha de voltar às aventuras e começar a procurar pelas famílias de todos. Era uma tarefa promissora, e se não encontrasse o que procurava?
Várias perguntas rondavam a sua mente, quase todas envolviam possíveis motivos para cinco casais terem se desfeito de seus filhos e permitindo que eles, provavelmente, tomassem um caminho totalmente diferente dos deles.
Algumas hipóteses otimistas circularam por sua mente em último enquanto deitava na cama, pronta para dormir. Eles devem ter escondidos os filhos dos inimigos, os entregado para outras pessoas para que eles consigam cumprir uma missão complicada ou até mesmo apenas para prepará-los para o mundo dos piratas da forma que Hanna julgou ser comum entre eles, já que ainda não tinha muitas memórias sobre sua vida nessa "profissão".
Mesmo presa em seus pensamentos, Jones se mantinha atenta ao seu redor, pois sabia que poderiam tentar entrar no navio, ainda mais por ser um totalmente desconhecido pelos habitantes da Terra do Nunca. Mas não demorou muito para o sono a vencer, a deixando vulnerável e permitindo que um pequeno pontinho de luz amarelada entrasse pela fresta da janela e circulasse o local como se procurasse algo ou alguém, parando bruscamente assim que a encontrou na cama, dormindo profundamente.
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Centuries
FanficPeter Pan, o garoto que se nega a crescer, encontra o desenho de uma garota datado cem anos mais tarde na Ilha da Caveira. Determinado a encontrá-la, Peter faz um juramento que a tornará mãe dos Meninos Perdidos. O que ele não imagina é que o seu re...