13. [risco]

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14227 palavras

[risco]

substantivo masculino

1. [probabilidade de perigo, ger. com ameaça física para o homem e/ou para o meio ambiente.]

2. [probabilidade de insucesso de determinado empreendimento, em função de acontecimento eventual, incerto, cuja ocorrência não depende exclusivamente da vontade dos interessados.]


Macia como bolas de algodão era a cama que Hoseok dormia, gostosa, suave e extremamente reconfortante. Aquela cama que faz o sono da manhã ser uma benção e levantar se torna um ato de heresia, porque o seu sono se torna sublime. Apesar disso, aos poucos Hoseok despertava, não havia luz ou barulho que fizesse seu corpo se agitar, ninguém o acordava e muito menos despertadores tocavam, mas algo áspero e úmido estava sendo esfregado em sua orelha, o impedindo de continuar em seu momento de paz.

Aos poucos, seus olhos foram se abrindo e seu corpo em movimentos lentos se remexeu na cama, sentindo um outro alguém próximo, Hoseok não se assustou, mas fez questão de despertar com mais agilidade. Esfregando os olhos, ele viu uma figura felina de pelagem laranja ronronar próximo a si e virando-se, pôde ver um outro felino que dormia ao seu lado.

O garoto de olhos de lince, Yoongi.

Yoongi dormia serenamente abraçado a uma almofada, tinha o rosto pressionado contra a cama, que fazia suas bochechas se comprimirem e sua boca formar um biquinho gracioso. Seus olhos estavam calmos, relaxados, seu corpo e toda sua expressão transparecia isso: paz. Hoseok o olhou e desejou beijá-lo, mas não de forma maliciosa. Hoseok queria dar um beijo naquela bochecha saliente e acariciar os fios escorridos, ele desejava passar a ponta de seus dedos pelo couro cabeludo e deslizar até a face, e ali se manter, em um carinho continuo, até o momento que Yoongi acordasse e então sim, ele lhe daria um beijo de bom dia nos lábios.

Hoseok desejou Yoongi naquele momento, mas ele não pensava no carnal, seus pensamentos e desejos se mantinham no mais sincero e puro sentimento, como crianças.

Não era sobre posse, Hoseok não queria que Yoongi fosse seu, assim como uma propriedade é de alguém, ele ansiava que o outro escolhesse ficar, que ele por si só, permanecesse ao seu lado, assim, se tornando seu.

Arriscando, ele aproximou sua mão de Yoongi e aos poucos, pousou a ponta de seus dedos em sua face, deslizou os dedos lentamente e o acariciou, seu indicador passeava na bochecha de Yoongi e quando descansou, o polegar a apertou suavemente, o fazendo acordar.

Sentando-se com as pernas cruzadas, Hoseok disfarçou e fingiu seu despertar junto com o de Yoongi, esticou os braços e bocejou alto ao ver que o outro fazia o mesmo, ele estranhou quando percebeu que o moreno se mantinha encarando sua própria mão.

— O que houve? — Ele perguntou coçando os olhos.

— Meus dedos... — Yoongi tinha o rosto inchado e os olhos pequenos, o bico que tinha enquanto dormia ainda estava formado em sua boca, o deixando meramente infantil. — Estão rosa. — Ele olhou para Hoseok. — E o seu cabelo também.

Pegando no próprio cabelo e se virando, Hoseok se deparou com o espelho lateral que refletia toda a cama de Yoongi e viu como todas as extremidades de seu rosto e seus fios estavam em tonalidades de rosa pastel aperolado.

Ele se assustou, mas sabia que estava bonito, apesar do choque inicial ao ver que o seu branco perfeito havia ido embora, saber que ficava bem de qualquer jeito o agradava e de certa forma, o satisfazia.

Roleta Russa | sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora