9. [passado]

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11083 palavras

[passado]
adjetivo

1. [que passou; decorrido, pretérito.]

2. [imediatamente anterior.]


Vão ser apenas alguns meses, até eu conseguir achar um lugar digno para vocês dois e então, vocês irão. — Eun colocava as roupas de forma organizada dentro da mala. — Podemos até mesmo visitar a praia e alguns lugares bonitos, o que acha?

— Acho ótimo, mas vamos sentir muitas saudades. Mas não irei reclamar, essa promoção sempre foi seu sonho.

Ter uma família era a principal meta de Eun e finalmente ele tinha conquistado isso, tinha uma mulher incrível e uma casa maravilhosa, seu filho crescia cada vez com mais saúde e após dois anos de seu nascimento, ele achou que estava na hora de tentar um outro sonho seu, ser investigador fora do país.

— Tem certeza que não estou abandonando vocês? — Ele deixou as roupas sobre a cama e caminhou até a sua esposa. — Sabe, eu sou importante aqui, ganho extremamente bem. Não precisamos nos mudar.

— Não está. — Hayun pousou a mão direita em sua bochecha e a acariciou com afeto e amor, eram um casal que se compreendia antes de tudo. — Estarei aqui com o nosso filho, iremos ligar sempre e após os vistos ficarem prontos e você arranjar a nossa casa, iremos te acompanhar nessa nova jornada.

Ela era sincera, tinha toda a verdade do mundo em sua fala, porque gostaria que seu esposo fosse atrás do que sempre ansiou. Hayun o apoiaria em qualquer ocasião, era o que tinha jurado no altar e levaria isso para toda sua vida, como um pacto.

Quando se conheceram, o moreno já era um policial ambicioso e ela sempre soube de suas metas, mesmo quando ele colocou seu amor e sua família à frente de tudo, ela tinha ciência de que o homem que amava ainda tinha desejos profissionais e insistiu para ele se inscrever no programa de intercâmbio feito para investigadores quando percebeu que conseguia assumir responsabilidades paternais.

Era nítido que ele negaria, acharia um absurdo e até mesmo viesse a iniciar desavenças. Não gostaria de abandonar sua família, mesmo que a mudança viesse, não seria de imediato e alguns meses do desenvolvimento de seu filho seriam perdidos por si. Eun jamais se perdoaria, entretanto, foi convencido e a contragosto preencheu a ficha da inscrição, tinha em mente que não seria chamado.

— Vou buscar as melhores escolas para ele, não quero que perca as nossas raízes, mas ele precisa aprender a viver como os americanos.

Passos leves e altos foram ouvidos, junto de um grito agudo e infantil, não levou muito tempo para que uma figura extremamente pequena e de fios negros surgisse na entrada do quarto do casal.

— Olha só quem veio ajudar o papai a arrumar as malas. — Eun pegou a criança em seu colo, junto a um abraço apertado e um cheiro em sua bochecha. — Min Yoongi, meu pequeno.

...

A rotina corrida não era muito diferente do seu país de origem, mas os costumes eram. Já faziam dois meses que Min Eun havia se mudado e a cada dia que se passava, a falta que sentia de sua família crescia cada vez mais em seu peito, porém saber que ao final da semana os dois estariam consigo o tranquilizava, era daquela paz que necessitava.

O estresse do trabalho não era cessado com noites longas de sono e muito menos nos passeios ao centro da cidade, nem mesmo quando fez amigos e se juntou a eles em uma confraternização. Eun necessitava do carinho de sua esposa e da risada de seu filho para ter a paz novamente em si, era exatamente aquilo que seu corpo carecia e apenas daquilo.

Roleta Russa | sopeOnde histórias criam vida. Descubra agora