O dia no trabalho não foi tão ruim quanto eu esperava, talvez tenha sido pelo fato de eu me esconder na minha própria sala o expediente todo. A cada toque do meu telefone, eu sentia um arrepio percorrer meu corpo. Apenas o pensamento de ser demitida me causava calafrios.
Mas quando o fim do expediente chegou, eu pude finalmente respirar aliviada. Entrei suspirando pela porta do meu apartamento, depois de fazer a viagem do trabalho até o prédio.
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Sharon Carter estava lá, esparramada no sofá.
A idéia de ser sozinha nunca me agradou, talvez o fato de eu ter um irmão gêmeo explique bastante esse fato sobre mim, levando em consideração que desde o útero da minha mãe eu tive a companhia de Pietro. Ou talvez eu simplesmente não goste. Por isso, Sharon Carter dividia uma bela cobertura comigo.
Sharon e eu fomos um encontro de almas em Nova York, em poucos meses de amizade resolvemos morar juntas. Ela odiava a solidão tanto quanto eu.
-Ei. - a cumprimentei, assim que fechei a porta atrás de mim. - Como você está?
-Exauta. - ela murmurou se espreguiçando no sofá. - Hoje o hospital estava um caos.
Minha amiga era uma grande médica de consultório e tinha plantões exaustivos. Haviam dias que sequer nos víamos, por conta do nosso horário de trabalho.
-E essa cara? - ela questionei assim que me sentei no sofá, com uma garrafa de cerveja em mãos. - E por que tá bebendo?
-Você já viu alguém que você queria muito, mas não podia? - perguntei a ela que riu baixinho.
-Homem ou mulher? - ela ignorou minha pergunta e fez seu próximo questionamento.
-Mulher. Mas não é qualquer mulher, é A mulher. - enfatizei, minha mente traiçoeira trazendo cada detalhe do belo rosto e corpo de Natasha Romanoff.
-E por que não pode? Ela não é gay?
-Meu gaydar não é dos melhores, mas eu tenho certeza que ela é gay. - suspirei, fazendo Sharon rir.
-E por que você não pode ir para a cama com ela? - Sharon questionou se sentando no sofá, para que pudesse prestar atenção em mim.
-Ela é a filha do chefe. - outro suspirou pesado. - Eu meio que flertei com ela e acho que ele percebeu, estou com medo de que tenha que ir no RH amanhã.
-Essas regras de empresas são tão estúpidas.
-E o pior é que estamos falando da filha do chefe, que parecia ser super profissional e que leva ao pé da letra o que o pai diz. - expliquei. - Se fosse qualquer outra pessoa, estaria pouco se fodendo para essa regra idiota, mas ela não está, embora Carol diga o contrário.
-É, Wan... - ela murmurou. - Acho melhor você fugir para a minha cama durante a madrugada para acabar com essa frustração sexual.
-Vai se foder. - eu ri me levantando. - Fomos para a cama apenas uma vez.
