Unexpected Love - Wantasha.

18- Sentindo o Alívio

Wanda POV.

Eu sentia a energia daquela época do ano me consumir de dentro para fora. Quando o aniversário de morte do meu pai se aproximava, era sempre uma dor avassaladora que dominava meu corpo. Eu voltava a ser a garotinha de 13 anos indefesa.

E a minha mudança de humor era perceptível. Todos que estavam em minha volta sabiam que eu não estava no meu melhor momento. Minhas amigas que estiveram comigo nos anos anteriores sabiam o motivo daquele meu fechamento para o Mundo externo.

Era eu, as lembranças, as lágrimas e Taylor, trancadas em meu quarto.

Eu tentava distrair minha mente teimosa com trabalho, mas ela era tão teimosa quanto a dona.

E, de certa forma, isso era bom.

Ouvi a alguns anos atrás em uma sessão de terapia sobre a importância de deixar os sentimentos saírem, tirar aquele peso de si e se permitir sentir aquilo que te consome. E era exatamente isso que eu estava fazendo.

Sentindo a dor de ter perdido meu pai de uma maneira tão cruel e tão precocemente.

-Wanda... - a porta da minha sala se abriu e sequer precisei olhar para saber quem era. - Tem algum trabalho para mim? - ela se acomodou na cadeira em frente a minha mesa.

-Nada, Kate. E se tivesse, eu certamente o faria. - fui sincera. Embora eu soubesse que deixar claro para a minha amiga que eu estava me afundando em trabalho para evitar a dor, certamente não era uma boa opção, as palavras escaparam da minha boca. - Preciso distrair minha mente.

-Eu sei. - eu odiava o olhar de pena que as pessoas direcionava a mim, mas eu sabia que Kate não estava fazendo isso conscientemente. - Como se sente?

-Na merda. - ri sem humor, mas minha amiga não achou graça do meu humor sombrio e apenas suspirou.

-Você sabe que pode falar comigo se quiser, não sabe?

Eu sabia que sim. Sabia que Kate, Sharon e Bucky eram a minha família em Nova York e que recentemente recebemos uma nova membra para o nosso grupo, Carol Danvers. Eram pessoas que eu confiava e me sentia confortável, mas eu preferia não falar. Era menos doloroso.

-Mas você sabe que eu não vou fazer. - falei honestamente. - Embora eu confie minha vida em você.

-É o seu jeitinho. - Kate disse de uma maneira tão fofa que me fez sorrir. - E eu respeito isso.

-E eu agradeço.

-Espero que esteja sabendo que Sharon me convidou para beber no seu apartamento essa noite.

-E aposto que ela convidou a Natasha. - revirei os olhos porque aquilo era óbvio.

-Ela só está preocupada com você. Disse que você se fechou completamente ultimamente e queria que você se distraísse. - Kate disse com pesar e eu suspirei, sabendo que aquela era a maneira Carter de tentar fazer o melhor para mim.

-Vou tentar parecer animada. - sorri de maneira tão falsa que Kate riu.

-E em relação a Natasha...? - a olhei confusa, obrigando Kate a ser mais específica. - Como vocês estão?

-Faz um cinco dias que eu disse a ela que estou menstruada, então estamos a dias sem nos ver.

-É sério? - Kate perguntou, gargalhando com o fato que eu a contei. Eu confirmei com a cabeça caindo na gargalhada também. - Isso é bizarro. Você não se sente mal com isso?

-Por que? - franzi o cenho. - Isso era exatamente o que dissemos que éramos. Sexo casual. Se não tem sexo, não nos vemos.

-Eu sei, é que sei lá... É estranho. - Kate parecia verdadeiramente confusa. - Ficar com alguém e sequer ter perspectiva de futuro...