Unexpected Love - Wantasha.

47- Vínculos

Wanda POV.

Eu nunca fui do tipo de mulher que sonhava com casamento, filhos, cachorros e todas essas coisas clichês. Na verdade, minha realidade era bem diferente. Cresci assistindo de perto a batalha da minha mãe para criar Pietro e eu, então, às vezes, inconscientemente, eu refletia sobre: "a vida dela seria tão mais fácil sem dois pirralhos para sustentar." E eu tinha consciência do quão bizarro era pensar assim, mas eu era uma adolescente, presenciando minha mãe, o amor da minha vida, trabalhar por horas e horas para providenciar o alimento de dois filhos, muitas vezes, ingratos.

Então, meu maior sonho sempre foi ser uma mulher independente e, principalmente, estabilizada financeiramente por meio do meu trabalho.

E agora eu era essa mulher.

Na verdade, eu era bem mais do que sonhei para mim, porque sequer idealizei que, além de bem sucedida, eu seria tão amada a ponto de sentir o amor palpável em cada pequeno gesto carinhoso, falas melosas e olhares significativos da minha esposa.

Esposa àquela que estava fazendo-me "pagar com a língua" em diversos sentidos. O primeiro deles era o fato de estarmos casadas.

O segundo era algo que eu vinha pensando a algum tempo...

Porque, de repente, eu passei a sonhar com uma criança chamando Natasha e eu de mamães.

Desde o primeiro contato da minha esposa com Billy e Tommy, eu sentia-me derreter por completo, porque o pensamento de "Ela vai ser uma ótima mãe." brilhava feito um letreiro neon na minha cabeça. No entanto, aquele instinto se manisfestou gradativamente, então, agora, estava ainda mais forte e presente em mim.

Talvez aquela não fosse uma conversa para termos após um casamento, visto que era algo de suma importância. Saber se o parceiro quer ou não ter filhos, era o básico para o início de um relacionamento sem pendências e conflitos futuros. Mas meu relacionamento com Natasha foi tão intenso, que sequer pensamos sobre isso.

A minha única certeza era ela.

Com filhos ou não, eu iria querer envelhecer ao seu lado.

Mas aquele instinto estava cada vez mais exposto para mim, rasgando-me de dentro para fora, gritando em alto e bom som: vocês vão criar um ótimo ser humano.

E eu cedi a ele, indo esclarecer os planos futuros a minha esposa.

-Eu quero ser a mãe dos seus filhos.

Os olhos de Natasha, naquele instante, se arregalaram, enquanto me analisava minuciosamente, buscando algum sinal de mentira ou brincadeira. Quando me mantive séria, tentando passar confiança sobre aquela vontade, embora ainda fosse muito embaraçosa, Natasha abriu a boca algumas vezes, tentando falar, mas nunca, de fato, conseguindo.

-Amor... - chamei sua atenção, um pouco preocupada com o atual estado da minha esposa. - Por favor, fale alguma coisa.

-Você... você quer ter filhos comigo? - sua voz saiu falha, então segurei sua mão com força, tentando lhe passar segurança, embora fosse um momento confuso para mim também.

-Sim, meu amor.

Natasha permaneceu em silêncio por mais algum tempo, deixando-me ainda mais nervosa, mas quando ela voltou a falar, meu coração seguiu o movimento da minha boca, abrindo o sorriso mais sincero do planeta.

-Eu estou ansiosa para formar uma família com você.

(...)

Natasha estava radiante.

Tão feliz e alegre que até às meninas notaram seu súbito estado de alegria. Yelena até tentou tirar um pouco daquele bom humor zombando do pescoço totalmente marcado de Natasha, mas sequer conseguiu a atingir. Isso, de fato, estava as deixando bastante confusas, já que elas não tinham conhecimento do motivo real daquilo.