14- Impondo Limites

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Natasha POV.

Observei Ivan andar de um lado para o outro na sala de reuniões enquanto me dizia sobre algumas parceiras. Ele parecia feliz e satisfeito, eu gostava disso. Parte do sucesso da marca vinha muito de mim, tendo em vista que desde que iniciei meu trabalho na empresa, as coisas fluíram para a melhora.

-Eu realmente acredito que você da conta de ao menos 5 sedes da marca. - meu pai dizia, com um sorriso orgulhoso. - Você nasceu para isso, Natasha. Estou satisfeito quanto ao seu trabalho.

As únicas duas vezes que resolvi ignorar as ordens disfarçadas de "conselhos" do meu pai, eu havia quebrado a cara e por isso, ele se considerava o dono da verdade. Embora, eu soubesse que isso não era real. Parte de mim, tinha consciência de que meu pai era um homem frustrado ou muito ambicioso. Ambicioso em um nível prejudicial, colocando dinheiro e negócios acima de qualquer coisa, inclusive, acima de mim.

-Eu fico feliz! - forcei um sorriso.

-O seu problema é a Rússia, filha. - ele disse, eu o encarava com os braços cruzados na mesa. - O seu desempenho é bem melhor aqui, comigo.

-Eu estava tendo ótimos resultados na Rússia. - relatei o que, de fato, aconteceu.

-Claro que sim. Mas a sua vida pessoal era um desastre.

-A minha vida pessoal não interessa.

-Ao seu pai? - ele ergueu uma sombrancelha, enquanto cruzava os braços. - Realmente interessa.

-Não afetava o meu trabalho. - argumentei.

-Não? Quer falar de quando Banner chegou bem perto de falir uma das nossas sedes? Ou de quando você se ocupou tanto com a Hill que sequer comparecia as reuniões da empresa? - seu tom rígido e ácido quase me fez perder o controle. Eu odiava quando ele usava meus fracassos em discussões apenas para sair por cima.

- Ou podemos falar de quando você se ocupou tanto com trabalho que ganhou um par de chifres... - eu sorri de lado. Eu sabia ser ardilosa nível Ivan Romanoff.

-Até onde eu me lembro... - ele fingiu pensar em algo. - Aconteceu o mesmo com você.

-Por sua culpa! - cuspi as palavras.

-Filha... - ele suspirou, parecendo frustrado. - Eu sempre quis o melhor para você. Como fomos de um elogio para uma discussão? - ele riu levemente, como se os minutos anteriores não tivessem acontecido.

-Vamos fazer assim... - olhei diretamente nos meus olhos do meu pai. - Quem vai decidir o que é melhor para a minha vida, sou eu. Não você.

-Assim seja. - ele disse calmamente. - Mas a minha exigência de que você deixe seus casos amorosos bem longe da minha empresa, continua.

De certa forma, eu o entendia. Tínhamos um mal histórico em relação a funcionários se relacionando entre si, mas eu não podia evitar me sentir atraída por funcionários da empresa. Ou melhor, uma funcionária em específico.

Eu estava na minha sala quando batidas na porta chamaram minha atenção. A minha pequena discussão com meu pai havia acontecido a algumas horas atrás, na parte da manhã.

-Entra!

-Romanoff. - Wanda entrou na minha sala. - Preciso que analise e, se possível, aprove esse orçamento.

-Tudo bem, Maximoff. - sorri de lado assim que a mulher deixou os papéis na minha mesa. Tombei levemente a cabeça para o lado ainda sorrindo, assistindo a mulher sair da sala, mas antes deixando um belo sorriso para mim.

Desde o acontecimento entre nós no estacionamento do McDonald's, soubemos distinguir perfeitamente nossa vida pessoal da profissional. A uma semana estávamos assim. Apenas alguns sorrisos e olhares maliciosos, já que isso era praticamente impossível de evitar, nosso corpo agia antes mesmo que nossa mente pudesse parar.

Unexpected Love - Wantasha.Onde histórias criam vida. Descubra agora