28- Remar Contra a Maré

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Natasha POV.

Em questões de segundos eu estava novamente sozinha na área externa de casa. Isso porque, no segundo em que meu pai deu as costas, Wanda fez o mesmo. Eu não sabia o que esperar da situação, não sabia como resolver. Confesso que, de certa forma, foi uma ato falho meu. O mínimo que eu deveria fazer, era controlar os meus impulsos quando Wanda estivesse por perto.

Mas "Wanda" e "controlar" na mesma frase, não fazia o menor sentido.

Desde que essa mulher apareceu em minha vida, tudo o que eu fiz foi perder o controle.

Não estava em meus planos me apaixonar por ela, eu realmente queria ser a filha que meu pai esperava que eu fosse, mas Wanda Maximoff fez-me repensar todos os meus ideais.

Por conta dela e do que ela causava em mim, joguei tudo para o alto.

Se Ivan tivesse o mínimo de afeto por mim, entenderia que o meu ideal de vida não era o mesmo que o dele. Que se ele conhecesse a filha o suficiente, saberia que os brilhos em meus olhos não eram atoa. Que com ela, era diferente.

Se para ele o amor era uma fraqueza, para mim era uma fortaleza.

E foi assim, decidida em entrar no embate que fosse, eu retornei a festa.

Não era o momento para conversas e resolver conflitos, portanto, fiquei satisfeita em apenas me juntar a minha irmã e deixar que seus comentários idiotas me distraísse da minha bagunça interna.

Vez ou outra, meu olhar buscava por Wanda na sala iluminada. E eu a conhecia o suficiente para perceber a agonia em seus olhos.

Agonia, porque assim como eu, ela não tinha a menor idéia de como a situação iria se desenrolar.

Não ousei tentar conversar com ela pelo resto da noite, não era o momento apropriado. Mas a principal razão, sem dúvidas, era porque eu sabia que Wanda Maximoff mais parecia uma bomba prestes a explodir.

E não tinha para onde fugir, aquilo iria explodir em mim.

Então, quando a festa chegou ao fim, eu pude finalmente respirar aliviada.

Mas a sensação de alívio não durou muito, porque enquanto eu estava sentada no sofá da sala de estar, meu pai chegou com um copo de whisky em mãos.

-Não tô com cabeça pra isso agora. - me adiantei lhe dizendo a verdade. Caso acontecesse uma conversa forçada, eu tinha receio de onde as coisas iriam parar.

Eu não era uma covarde. Não iria tentar negar algo que estava óbvio. O mínimo que deveria fazer era assumir os meus atos e lidar com as consequências. Essa era uma das características herdadas de Melina.

-Acredite em mim, Natasha, eu também não. - ele respondeu em pé, me analisando. - Eu irei desfrutar de um bom whisky essa noite e então irei analisar toda essa sua bagunça.

Apenas assenti, sem olhar em seus olhos. Apesar de não verbalizar, eu sentia o julgamento daqueles olhos claros.

-Amanhã nós iremos conversar e encontrar uma solução. - ele concluiu diante ao meu silêncio.

Quando estava sozinha novamente, sequer pensei duas vezes antes de pegar a chave do carro - a essa altura, já consertado - e dirigir rumo aonde eu sabia que deveria ir. Eu não iria fugir da minha responsabilidade com Wanda, então, mesmo receosa, eu fui.

Eu conhecia a mente de Wanda e os seus medos relacionados a nós. Eu sabia sobre a sua história de vida e como foi difícil para ela chegar até aquele patamar em sua carreira. Eu tinha total conhecimento de como aquele emprego era tudo para ela.

Unexpected Love - Wantasha.Onde histórias criam vida. Descubra agora