Toques, Introdução a Armário

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Jisoo Pov.

        Quando ouço aquelas palavras saindo da boca de Rosé é como se uma alavanca subisse dentro de mim e... Não consegui mais me conter.

Jim disse para que eu resistisse o máximo que eu pudesse e eu enfim tinha chegado a ele.

Eu sabia. Sentia.

Naquele momento eu daria o meu mundo inteiro pra ela, se assim ela me pedisse. Deus... Mesmo se ela não pedisse eu daria.

Mas Rosé não esperava uma resposta. Bom... Pelo menos não uma imediata, já que começou a falar de si.

—Soo, quero que você me conheça também então vou começar a tagarelar sobre o quão desinteressante sou eu tudo bem? — Ela diz, com um sorriso brincalhão meio inseguro.

Eu reviro os olhos e puxo ela pra bem perto do meu rosto, segurando suas bochechas.

—Você é a pessoa mais interessante que eu já conheci. Tendo dito isso só continue, Roseanne. — Eu ordeno.

Ela dá um sorriso constrangido de bochechas rosadas e eu lhe dou um selinho bobo que só serviu pra eu sentir o contrair forte do meu coração.

—Eu sou uma pessoa simples. Nasci num lar onde a música era presente, por causa do meu pai que tocava um piano velho que tinha lá em casa, então não foi uma surpresa eu ter essa "inclinação artística" desde cedo. — Ela explica, gesticulando demais. Sorri quando ela me cutucou ao dizer "piano". — Apesar de ser muito boa com instrumentos de corda eu nunca fui além do básico nos outros, como piano por exemplo. — Me cutucou novamente. Não consegui conter o riso pelo seu jeito. — E apesar disso, preferia cantar a tudo e qualquer coisa. O que era meio engraçado, já que nem sempre eu fui afinada e era boba o suficiente pra tentar alcançar tons impossíveis como os da Adele.

—Meu Deus... Calma... — Eu gargalhava tão alto que mal conseguia respirar. — Você disse Adele?!

Ela me deu língua, me dando uns soquinhos leves no ombro pra eu parar de rir dela.

—Cala boca. Eu era uma criança iludida. — Ela justifica. — Enfim. Até ai tudo bem, ou nem tanto pros meus pais que tinham que aturar o som alto, mas né... Detalhes. — Ela diz com uma carinha de inocente. Coitados. — Minha infância foi normal e embora Alice fosse uma chata que vivia pegando no meu pé por ser avoada e me desse gatilhos por ser naturalmente boa em tudo que fazia, as coisas iam bem...

Levantei a mão, pedindo interrupção.

—Quem é Alice? — Pergunta boba e totalmente justificável.

Ela fez um careta.

—Minha irmã chata. — Respondeu, dando de ombros. — Como eu estava dizendo, tudo ia bem. Bom... Ia. Até eu chegar na pré adolescência e me deparar com sentimentos "estranhos" que não condiziam com os das minhas colegas da escola. — O tom dela ficou baixo e ela parou de gesticular e foi assim que eu vi que tinha começado os assuntos delicados. Segurei firme na sua cintura, fazendo carinho com o polegar. Eu não sabia como tranquilizar alguém ao certo, mas pareceu dar certo com Rosé já que ela sorriu. — Ser deslocada já era comum pra alguém avoada, artística e com a voz irritante como eu, mas derre pente isso começou a pesar nos meus ombros. Eu comecei a me importar e isso me dava nos nervos.

Engoli em seco. Eu sabia como era.

—Você sabe que não é nada disso, certo?— Eu digo, sentindo o peso da pausa dela no ar. Pus uma mecha do cabelo dela atrás da orelha e contemplei seu rosto lindo. — E mesmo se for, é de um jeito estranhamente charmoso.

Tocando Minha Alma 🐿🐰 (Chaesoo)Onde histórias criam vida. Descubra agora