Capítulo 9

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CAPÍTULO IX

Os dias seguintes ao casamento foram confusos para Pansy, ela pensava no que tinha acontecido e acreditava que fora surreal. Ela e Potter? Isso jamais passou pela mente dela. Se alguém tivesse um dia dito que poderia acontecer algo assim, ela teria mandado a pessoa para o Saint Mungus porque essa estaria louca. No entanto, aqui estava ela, tinha feito amor com o salvador do mundo, entregara-se a ele como nunca tinha feito antes.

Draco fora o primeiro e único homem na vida de Pansy e a experiência que tiveram não fora das mais maravilhosas. Na realidade, tinham tido poucas relações em todo o tempo de namoro. Olhando agora, Pansy com certeza não era a namorada mais ardente do mundo mágico. Ela sentia atração por Draco, mas não o fogo, o desejo intenso que sentira com Potter.

Andara de um lado para o outro, tentara ler, escrever, estudar, fazer qualquer coisa que ocupasse sua mente, sem sucesso. Potter, seu toque, seu cheiro, a forma como fizeram amor não saía da cabeça de Pansy. As notícias nos jornais também não ajudavam, especulações sobre seu relacionamento com o menino que sobreviveu.

Pansy voltou para o Ministério na terça-feira. Observando a aparência no espelho da entrada, ficou feliz ao notar que nenhum traço dos eventos do final de semana apa­reciam em seu rosto. Não havia falado com Harry esses dias e acreditava que não iriam se falar tão cedo. Além do que, tinha decidido ignorar todas as corujas enviadas a ela.

- O novo chefe chegou - informou a secretária.

- Como ele é? Alguém que conhecemos?

Mary deu de ombros.

- Digamos que você o conhece muito bem.

Pansy sentiu-se inquieta.

- O que você quer dizer com isso?

- Deixe que eu mesmo mostre a srta. Parkinson. Estou pronto para recebê-la.

Mary pôs as mãos no coração, franzindo o cenho na direção do interfone, de onde viera a ordem autoritária.

Pansy empalideceu, respirou fundo e sussurrou ao pensar que aquela voz era conhecida:

- Deseje-me sorte, Mary.

Pansy bateu à porta da sala da chefia e entrou, tentando aparentar mais confiança do que sentia.

Através da enorme janela, avistava-se parte da cidade, uma visão deslumbrante. Pansy, entre­tanto, não deu atenção ao panorama. Um rapaz alto, de costas para ela, parecia perdido em pen­samentos. De ombros largos e quadris estreitos, tinha por volta de quase um metro e oitenta de altura e parecia ter músculos e um corpo bem definido debaixo do terno que usava. Não precisou virar-se para Pansy deduzir que devia ter sua idade. Ela até sabia a cor dos olhos dele.

A sala girou ao seu redor enquanto Pansy esforçava-se para respirar vendo pequenos pontos pretos dançando a sua frente e ouvindo um ba­rulho, como o do mar ecoando em seus ouvidos. Confusão, descrença e um certo terror assolaram-na. O que via era impossível.

Harry virou-se para fitá-la e o pouco de cor que ainda restava no rosto de Pansy se extinguiu. Todos os sintomas clássicos de um choque, pensou ela, à beira da histeria. Pansy sentia que ia desmaiar.

- Bom dia, srta. Parkinson. - A voz macia não era uma alucinação, tampouco o olhar brilhante e frio. - Sente-se!

Harry deu a volta pela enorme mesa de carvalho, colocando uma cadeira atrás dela. As pernas bambas de Pansy cederam ao peso do corpo no mesmo instante, e ela sentou-se. Não podia ser, Harry Potter não podia ser seu novo chefe.

Os relacionamentos amorosos no mesmo departamento eram proibidos no Ministério. Pansy teria de ser transferida para outro setor ou ser demitida, e considerando sua pouca experiência, a segunda opção era bem mais provável.

Um encontro inesperado - HANSYOnde histórias criam vida. Descubra agora