CAPÍTULO XI
Para esquecer a raiva, Pansy tentou se concentrar, com tenacidade, no trabalho, e conseguiu adiantá-lo bastante. Por ironia, quanto mais rápido atingia suas metas, mais perto chegava do momento em que não mais seria necessária ao Departamento. Bem, quanto mais cedo pudesse se ver livre de Harry, melhor!
- Ainda não está pronta?! – Pansy assustou-se quando Harry entrou em sua sala horas depois.
Harry estava lindo em um terno escuro e elegante. Pansy mordeu o lábio, odiando o fato de ainda conseguir considerá-lo atraente, e desejando que seu olfato fosse insensível à fragrância almiscarada que ele exalava.
- Estou, sim - ela o contradisse, com firmeza. Vestia uma calça jeans surrada e uma camisa azul-clara que faria sua mãe morrer se a visse.
Harry emitiu um som de impaciência.
- Tem dez minutos para se aprontar.
- Você pode até ter poder para mandar em mim no escritório, Potter, mas não sou paga para suportar suas crises de ditador fora do expediente, ainda mais em um jantar que eu tenho vontade zero de comparecer. – Ela disse, cruzando os braços sobre o peito.
- Acredito em horários flexíveis - retrucou ele, em tom rouco. - Apronte-se, Pansy, estou faminto. Se não o fizer, terei de ajudá-la. Vamos a seu apartamento agora para que se troque.
- Nem pense nisso. Não está se esquecendo de sua namorada?
Os olhos verdes se arregalaram. "O crápula! Só se sente culpado quando é pego em flagrante!", ela pensou, furiosa.
- De quem está falando, Parkinson?
- Muito engraçado! Mas duvido que Gabrielle apreciaria a piadinha. Adultério não é, tampouco, minha ideia de diversão.
- Na verdade, combinei de encontrá-la para alguns drinques após o jantar. Pode vir também, já que está tão interessada em minha vida pessoal. - Harry sorriu, zangando-a mais ainda.
- Ela sabe sobre nós?!
- Todo o mundo mágico sabe sobre nós... - Ele suspirou. - Pansy, Gabrielle é uma grande amiga e nora de Arthur Weasley. Ela estará acompanhada do noivo, George Weasley, se é que isso faz alguma diferença.
Envergonhada, Pansy sentiu as faces em brasa.
- Oh! Bem, foi um engano natural - defendeu-se. Nunca, em tempo algum, ela se desculparia.
- Pensei que você fosse mais atualizada. Saiu nos jornais a notícia do noivado deles. E você pensa que a infidelidade é algo natural porque você me tem em baixo conceito. Pensa que sou como você que declara um compromisso público, por mais falso que seja, e por trás tem outro relacionamento?
Pansy franziu o nariz.
- Olhe, já foi ruim o suficiente ter dormido com você sem esse tipo de confusão. Só de você ser Harry Potter e eu Pansy Parkinson tudo já foi demais, agora uma terceira pessoa, seria o cúmulo da complicação.
- Eu que o diga. Mas conte-me, isso a incomodaria tanto assim? - Os olhos verdes tinham um brilho de curiosidade.
- Para dizer a verdade, sim.
- Então devo entender que acredita na santidade do casamento e tudo o mais? - Harry zombava dela, Pansy percebeu, mas a expressão permanecia séria. - Posso lhe garantir que escrúpulos desse tipo serão um empecilho para sua carreira meteórica.
- Recuso-me a comentar. – Pansy revirou os olhos.
- Estou surpreso com seus elevados padrões morais, sobretudo em sua crença na fidelidade. Pensei que as cicatrizes do casamento de seus pais houvessem curado todas suas noções românticas, assim como seu relacionamento com o Malfoy. Como você deve saber, estive comprometido com Ginny por muitos anos, sempre lhe fui fiel, e mesmo que nossa relação seja uma mentira eu não penso em fazer algo assim com você.
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Um encontro inesperado - HANSY
FanfictionO casamento seria um grande evento social e Pansy não queria enfrentá-lo sozinha. Sem coragem para assistir seu ex-noivo, que um dia lhe jurara amor eterno, casar-se com outra, ela pediu ajuda a uma amiga e assim conseguiu como acompanhante Harry Po...