Capítulo 15

98 12 2
                                    


CAPITULO XV

Depois daquela noite, Harry assumiu o comando e Pansy não es­tava em posição de protestar. Flores frescas eram trazidas todos os dias, dando ao quarto um am­biente de alegria e paz. Ele ganhara um aliado em Fiona, a quem hos­pedara em um luxuoso hotel durante a estada da filha no hospital. Frederick estava viajando a trabalho, mas mandava coruja todos os dias para a filha e a esposa.

A mãe a visitava sempre e elo­giava muito Harry. Não entendia a insistência de Pansy em evitar o pai de seu filho. Em sua opinião, Harry era tudo o que qualquer mulher poderia desejar em um homem: rico, famoso, poderoso e muito inteligente. Pansy não sabia o que dizer, como contar à mãe que Harry a enganara e a acusara de ser uma qualquer.

Harry ia vê-la diariamente, o futuro pai, per­feito e atencioso, o que só provava a Pansy como as aparências eram capazes de enganar. Apesar de toda a atenção de Harry, eles tinham conseguido manter tudo em sigilo, nenhuma nota ainda havia sido publicada sobre a estadia dela no hospital, ou sobre sua gravidez, o que era incrível.

Certa noite, durante uma dessas visitas, en­quanto Pansy folheava uma revista e dava respostas monossilábicas às tentativas de Harry de iniciar uma conversa, ele perdeu a paciência:

- Pare com isso! Sei que não gosta de mim, mas tem de começar a agir como um adulto e se preocupar com o futuro. Temos de esquecer nossos problemas pessoais e concentrarmo-nos em nossa criança. Ela precisa de um ambiente seguro e saudável, e de ambos os pais.

Pansy estremeceu. O que ele estaria sugerindo?

- Elas não se sentem seguras com pais que não se gostam e que se acusam, Harry.

- Não estou sugerindo que nos casemos. - Harry parecia irritado com a falta de cooperação da parte dela. - Nós geramos uma vida e agora temos de ajustar as nossas de acordo.

Harry queria a criança, e apesar disso emocionar Pansy, ela se entristecia porque era apenas a geradora.

- Você descobrirá que não será tão ruim quanto imagina, Pansy. Seria difícil para você criar nos­so filho como mãe solteira.

- Tenho o dinheiro que Pius me deixou. - Lu­tava contra a chantagem emocional que Harry, de maneira tão sutil, fazia. - Não terei preocu­pações financeiras. Acha que será um menino?

- Acho. E, quer queira, quer não, eu serei parte da vida dele, e estou disposto a fazer qualquer coisa para dar a meu garotinho um lar estável.

Harry estendeu a mão e, possessivo, colocou-a sobre o ventre de Pansy. O toque fê-la estremecer e sentir-se zonza, mas também feliz, como se pela primeira vez estivessem compartilhando o filho.

- Você precisa de mim, Pansy. Por que é tão difícil admitir? Sabe que não podemos esconder isso para sempre. - Seus olhos mostraram uma emoção que ela não conseguiu decifrar. - Ele se mexeu! - exclamou, afastando-se como se hou­vesse levado um choque.

- Está tudo bem, acontece o tempo todo. - Pansy pegou seu pulso e guiou-o de volta ao ventre. - Parece estar certo de que será um menino.

Harry sorriu ante o gesto instintivo de Pansy. Ela o estava aceitando.

- Minha alma me diz - assentiu, com suavi­dade. - Então, deixará que eu cuide de vocês?

Franzindo o cenho, Pansy fitou o homem por quem estava apaixonada. Havia admitido duramente para si mesma essa verdade. Sabia que seria desastroso, mas queria tentar. Tinha esperanças de que Harry percebesse que tinha sentimentos além do desejo por ela. Era tolo, mas ela acreditava em contos de fadas trouxas.

Um encontro inesperado - HANSYOnde histórias criam vida. Descubra agora